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Demonologia é o estudo sistemático dos demônios. Quando envolve os estudo de textos bíblicos, é considerada um ramo da Teologia. Por geralmente se referir aos demônios descritos no Cristianismo, pode ser considerada um estudo de parte da hierarquia bíblica. Também não está diretamente relacionada ao culto aos demônios.


sábado, 14 de março de 2015

Os 7 Assassinatos Mais Famosos Cometidos pelos Papas

Realmente não foram poucas as pessoas que foram assassinadas por ordens diretas dos Papas. Desde cidadãos mais comuns até pensadores e nobres, milhares de pessoas que tiveram a audácia ou a inocência de desafiar os interesses escusos dos Papas foram condenadas aos mais terríveis suplícios, entre os quais estavam a fogueira, a marreta, a forca e a guilhotina.
Uma das lendas conta que, no ano de 1585, o Papa Sisto V deu início à uma política de tolerância zero, o que acabou resultando num número de cabeças cortadas amontoadas na ponte do Castelo de Santo Ângelo maior do que o de melões nos mercados de Roma.

Os lugares mais comuns onde aconteciam as execuções eram, além da Ponte Santo Ângelo, a Praça do Povo e a Via dei Cerchi, próxima à Praça da Boca da Verdade.

Os registros das mortes foram encontrados em diversos documentos, mas especialmente nos cadernos de Giovanni Battista Bugatti, o carrasco do Papa, que marcava 516 “justiças” realizadas em nome dos Papas.

Mas a lista de Bugatti termina: “Aqui termina a lista de Bugatti. Que a do seu sucessor possa ser menor”. A lei papal prescrevia o pagamento de 3 centavos de lira romana ao carrasco, um salário propositalmente baixo, para que marcasse a repugnância de seu trabalho.

Esta lista inclui apenas as pessoas que foram executadas diretamente pela Santa Sé. Ela não inclui as numerosas execuções realizadas por outras autoridades da Igreja Católica Apostólica Romana, nem as incontáveis execuções das Inquisições que não a Inquisição Romana, nem as inúmeras mortes registradas nas guerras que envolviam os Estados Papais, e nem mesmo as vítimas que foram executadas extrajudicialmente.
Beatrice Cenci

Beatrice Cenci era uma nobre italiana que protagonizou um dos mais tétricos julgamentos de Roma. Ela era filha do aristocrata Francesco Cenci, um sujeito que estava sempre tendo problemas com as autoridades papais. Eles viviam no Palácio Cenci, junto com Giacomo, o irmão mais velho de Beatrice , com Lucrezia Petroni, a esposa de Francesco, e Bernardo o filho mais jovem.

De acordo com a lenda, Francesco maltratava sua esposa e seus filhos, e abusava sexualmente de Beatrice. Todos conheciam a reputação de Francesco, mas ninguém fazia nada a respeito. Beatrice tentou informar às autoridades sobre os abusos que sofria do pai, e quando Francesco ficou sabendo, enviou a família para viver em um castelo afastado de Roma.

Então, os quatro Cenci decidiram que não havia outra alternativa senão livrar-se de Francesco. Com a ajuda de dois vassalos, a família matou Francesco e atirou seu corpo do desfiladeiro para que a morte parecesse acidental. Mas, ninguém acreditou nisso.

A polícia do Papa investigou a morte e descobriu como ela acontecera. Os quatro membros da família Cenci foram presos, condenados e sentenciados à morte. O povo, sabendo dos motivos da morte, protestou contra a sentença. Contudo, o Papa Clemente VIII, temendo a pressão dos nobres, ordenou a execução imediata na ponte de Santo Ângelo.

Antes de morrer, Giacomo foi torturado. Então, sua cabeça foi amassada com uma marreta e seu corpo esquartejado. Lucrezia e Beatrice foram decapitadas com uma espada. O pequeno Bernardino teve sua vida poupada, mas foi obrigado a assistir o assassinato de seus familiares, antes de voltar à prisão e ter seus bens transferidos para a família do Papa. Ainda hoje existem relatos misteriosos de que, todos os anos, na noite que antecede a data de sua execução, Beatrice perambula pela ponte em busca de sua cabeça perdida.

6. Pomponio Algerio

Pomponio Algerio era um estudante de Direito Civil na Universidade de Pádua, e suas crenças teológicas radicais acabaram chamando a atenção da Inquisição Romana. Em seu julgamento, Algerio fez questão de utilizar seu chapéu acadêmico para lembrar ao tribunal que, como ainda era estudante, tinha o direito de expressar com liberdade suas ideias.

Em seu julgamento, Pomponio Algerio condena a suposta dependência da bondade do ser humano em relação à vontade e à intervenção de Deus. Ele diz: “A Igreja se desvia demasiadamente da verdade quando afirma que o homem não pode fazer nada de bom por sua própria conta e por seu próprio juízo, já que nada louvável pode proceder de nossa natureza corrupta e infectada, exceto no caso de Deus ter nos concedido alguma graça.”

Mais que isso, Algerio se refere ao caráter sectário da Igreja Católica, quando diz: “A Igreja Católica Romana é apenas uma entre tantas outras Igrejas, e nenhum cristão deveria restringir suas conduta e suas crenças àqueas ditadas por uma Igreja em particular. Além do mais, esta Igreja se desvia em muitas coisas da verdade.”

Depois de ter se recusado à se conformar com a doutrina da Igreja, ele foi sentenciado à prisão, quando foi pedido que ele reconsiderasse suas crenças. Mais de um ano passado detrás das grades, ele novamente recusou mudar de opinião. Naquela ápoca, as autoridades de Veneza não consentiriam com uma ordem de execução em virtude de discordância teológica.

Então, o Papa Paulo IV decidiu enviar seus representantes para solicitar a extradição de Pomponio para Roma., o que acabou acontecendo. Jogado numa cela por mais um longo período, Pomponio recebeu um monge da irmandade de São João que insistiu em seu arrependimento, oferecendo em troca um misericordioso estrangulamento seguido da fogueira. Que opção tinha o estudante senão recusar a oferta? Um ano mais tarde ele foi executado. Mantendo a compostura ele foi queimado em óleo fervente, e permaneceu lúcido por 15 minutos antes de morrer.

5. Girolamo Savonarola

Girolamo Savonarola foi um padre dominicano que, por um curto período, governou a cidade italiana de Florença. Era um intelectual muito talentoso, especialmente em filosofia e medicina. Quando esteve em Faenza, ouviu um forte sermão de um padre agostiniano, e resolveu renunciar ao mundo ingressando na ordem dominicana sem o conhecimento de seus pais.

Sentindo profundamente a perda de valores trazida pelo ideário do Renascimento, começou a escrever tratados filosóficos baseados em Aristóteles e Tomás de Aquino. Foi designado por seu superior para pregar em Florença, o centro do Renascimento, e lá se opôs com grande energia à vida pagã e à imoralidade que prevalecia em muitas classes da sociedade, em especial na corte de Lourenço de Médici.

Savonarola começou seus sermões no púlpito da igreja de São Marcos, e toda a cidade de Florença ia ouvi-lo. Ele criticava a imoralidade, a vida de prazeres dos florentinos, enquanto pregava que a população voltasse à vida da virtude cristã. Também intensificou suas críticas contra os abusos na vida eclesiástica, a imoralidade de grande parte do clero, especialmente de muitos membros da Cúria romana, de príncipes e cortesãos.

O pregador dominicano falava cada vez mais com violência crescente contra o Papa e a Cúria, atacando os crimes do Vaticano. Um cisma começou a se prefigurar e o Papa se viu forçado a agir. Em 1497 foi excomungado. Savonarola terminou preso por ordem papal e condenado à morte em 1498. Foi torturado e enforcado, e o seu corpo queimado em praça pública.

4. Matteuccia di Francesco

Matteuccia di Francesco foi uma suposta freira e bruxa italiana, conhecida como a “Bruxa de Ripabianca”. O julgamento contra Matteuccia é um dos primeiros a terem sido documentados na Úmbria, onde um Tribunal da Bruxaria pronunciou a sentença de morte.

Os juízes decretaram que Matteuccia estava sendo influenciada pelo próprio diabo, e por este motivo vinha repetidamente praticando atos sacrílegos e feitiços contra os habitantes de Ripabianca. Os acusadores afirmaram que o comportamento da suposta bruxa vinha sendo praticado por muitos anos, até que foi definitivamente capturada e condenada pela corte de Lorenzo de Surdis, segundo ordens diretas do Papa.

Abaixo segue um trecho da acusação formal apresentada pela Igreja Católica contra Matteuccia di Francesco, que a condenava à ser queimada na fogueira sob a acusação de bruxaria:

“Esta é a punição corporal e a sentença corporal ratificada pelo Magnífico e Poderoso Senhor Lorenzo di Surdis, honrado Mantenedor da Paz para a Santa Igreja Romana e o Santo Padre, no nome de Jesus Cristo e de nosso Pai Sagrado pela Divina Providência, o Papa Martinho V. Nós acusamos Matteuccia di Francesco, universalmente reconhecida como uma mulher de hábitos maléficos e de prostituição, feiticeira e bruxa, contra quem formalmente oferecemos acusação.”

Mattiuccia teria confessado ter vendido poções medicinais e ter voado através das árvores na forma de uma mosca e nas costas de um demônio depois de ter aplicado sobre seu corpo um unguento preparado com o sangue de uma criança recém-nascida. Ela foi julgada culpada de bruxaria e sentenciada à ser queimada na fogueira.

3. Arnaldo de Brescia

Arnaldo de Brescia foi um padre italiano da região da Lombardia que exigiu da Igreja Católica a renúncia sobre suas propriedades, e que participou da fracassada Comuna de Roma. Arnaldo foi preso e seu enforcamento foi ordenado pelo Papa. Não fosse isso suficiente, seu corpo ainda foi queimado postumamente, e suas cinzas atiradas ao rio Tibre.

Mesmo tendo fracassado como um reformista religioso e líder político, seu pensamento e seus ensinamentos sobre a pobreza apostólica ganharam valor após a sua morte entre os Arnoldistas, os Valdenses e os Franciscanos, ainda que nada escrito por ele tenha sobrevivido à sua condenação. Para os protestantes, Arnaldo é um dos precursores da Reforma Protestante.

Um de seus principais ensinamentos era a renúncia das coisas terrenas, especialmente pela Igreja Católica e seus oficiais, e por isso foi condenado pelo Concílio de 1139 e forçado a sair da Itália. Em Paris, estudou com o filósofo Pierre Abélard. No Sínodo de 1141, tanto Arnaldo como seu professor Abélard tiveram seus posicionamentos derrotados por Bernardo de Claraval, o perseguidor dos Cátaros.

Condenado ao silêncio e ao exílio pelo Papa Inocêncio II, ele se refugiou em Zurique. Seus escritos foram queimados, mas Arnaldo continuou a pregar seu ideal de pobreza apostólica. Para ele, o clero que possuísse propriedade privada não tinha direito nem poder para ministrar os Sacramentos. Quando foi encaminhado à fogueira, recusou-se a renunciar às suas ideias. Foi enforcado, seu corpo queimado e suas cinzas jogadas às águas do rio para que seu túmulo não se convertesse em um santuário.

2. Pietro Carnesecchi

Pietro Carnesecchi foi um humanista italiano, nascido em Florença, filho de um mercador influente na corte papal em virtude de suas ligações com os Médici. Ao 25 anos já tinha se tornado secretário do Papa. Em virtude da habilidade com que expressava suas ideias, ganhou a admiração de Catarina de Médici e outros personagens influentes da corte francesa.

Logo se tornou também uma figura proeminente nos círculos literários e religiosos em Nápoles, nos quais eram discutidos elementos de uma necessária reforma espiritual da Igreja. Pietro não demorou a aceitar a doutrina de Lutero, mas manteve seu repúdio à política de cismas.

Quando a repressão ao movimento reformista começou, Carnesecchi se viu envolvido nas acusações. Por algum tempo ele encontrou abrigo com seus amigos parisienses. Acabou sendo citado uma segunda vez por um tribunal de Roma, mas se recusou a aparecer diante das autoridades para oferecer explicações. Logo, a Inquisição tomou novo fôlego, renovando suas atividades com muito mais afinco que antes.

Carnesecchi estava em Veneza quando soube desta nova postura dos tribunais, e imediatamente partiu para Florença, onde julgava que estaria à salvo. Contudo, lá foi traído por Cosmo I, Grão-Duque da Toscana, que desejava ganhar favores do Papa. Então, permaneceu por mais de um ano encarcerado, até sair sua sentença de degradação e morte. De nada adiantou ter se ajoelhado diante do Papa implorando por misericórdia. Ele e outras dezesseis pessoas foram decapitadas e queimadas em praça pública.

1. Giordano Bruno

Giordano Bruno foi um teólogo, filósofo, escritor e frade dominicano italiano condenado à morte na fogueira pela Inquisição Romana, acusado de heresia. Quando ainda estava no seminário, Bruno estudou Aristóteles e Tomás de Aquino, predominantes na doutrina Católica da época, doutorando-se em Teologia. Contudo, logo suas ideias avançadas atraíram inúmeras perseguições.

Acusado de heresia, foi levado à Roma para ser julgado. Poucos meses depois, abandonou o hábito e deixou a Itália, iniciando um período de peregrinação de sua vida. Viajou por Gênova, Toulouse, Paris, Suíça, Inglaterra, Marburg, Wittenberg, Praga, Helmstedt e Frankfurt. Nesta última cidade conseguiu publicar vários de seus escritos. Em suas viagens, recebeu influências de culturas diversas.

Bruno era culto e dotado de grande sagacidade. Independente, desenvolveu ideias inovadoras e muito avançadas para sua época, que misturavam neoplatonismo místico e panteísmo. Adepto do humanismo, corrente socióloga renascentista, defendia o infinito cósmico e uma nova visão do homem.

Agora em Florença, num ambiente que julgava ser amigo de foragidos como ele, Bruno foi traído por um comerciante traiçoeiro e católico fervoroso, que denunciou ao Santo Ofício a presença de Giordano. Nunca renunciou às suas ideias, e por isso foi condenado à morte na fogueira. Foi obrigado a ouvir a sentença ajoelhado, e durante seu martírio pelas chamas teve a voz calada por um objeto de madeira posto em sua boca.

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