O memorável vôo da Apolo XI para a Lua aconteceu há mais de uma década —
tempo o bastante para isto ter sido entronado em nossas mitologias e
livros de história. Ele marcou primeiro pouso do homem em outro mundo no
espaço. Simbolizou as capacidades da tecnologia e administração
americanas do século 20.
Para o mundo de investigadores, entusiastas e oponentes OVNI, o vôo da
Apolo XI também foi importante. Tornou-se o centro de um corpo vasto de
relatos de encontros alienígenas nesta épica viagem espacial. Ao longo
dos anos, literalmente dúzias de histórias foram escritas sobre supostos
avistamentos e fotografias de ÓVNIS feitas durante aquela particular
missão em julho de 1969.
A mais prestigiosa das histórias é a nota em Edge of Reality na qual o
Dr. J. Allen Hynek, o ‘decano da UFOLOGIA’, passa o relato de que “Esta
foi à missão na qual segundo relatos um OVNI perseguiu a espaçonave”. Um
colega disse a Hynek que “durante a Apolo 11, Neil Armstrong, Edwin
Aldrin e Michael Collins disseram que observaram um OVNI”. Hynek
concordou, e elaborou: “Alguns dos quadros dos filmes da NASA que
examinei eram muito interessantes — particularmente aqueles tomados no
vôo da Apolo 11, um dos poucos para os quais a NASA não propôs algum
tipo de explicação”.
Em Science Digest, o respeitado periódico científico mensal, o
astrônomo-autor James Mullaney (ex-editor colaborador para a revista de
Astronomy) escreveu em julho de 1977 que “a tripulação de Apolo 11,
durante o primeiro pouso lunar, relatou que a cápsula foi acompanhada
pelo que parecia ser uma massa de energia inteligente… a NASA
recentemente liberou várias fotos verdadeiramente não-identificadas
impressionantes pela Gemini, Apollo e Skylab”.
A imprensa OVNI reportou amplamente tais histórias, tanto em livros como em filmes e revistas.
UFOS Past, Present and Future (escrito por Robert Emenegger, pesquisado
por Alan Frank Sandler) relatou “talvez o mais espetacular de todos os
avistamentos” que ocorreu na Apolo 11. No caminho para a Lua, os
astronautas assistiram a um objeto que parecia mudar de forma quando
eles trocavam as magnificações de seu telescópio. “Era realmente
estranho”, Collins é citado dizendo.
A revista Fate, na coluna do editor Curtis Fuller “I See By The papers”
["Eu vejo pelos documentos"] (novembro 1970), examinou as histórias e
concluiu: “Parece haver evidência muito boa de que Buzz Aldrin, Neil
Armstrong e Michael Collins viram algo que não foi tornado amplamente
conhecido — algo relatado de forma variada, indo de luzes misteriosas a
formações de espaçonaves!”
A autenticidade dos avistamentos da Apolo 11 foi atestada por testemunho
atribuído ao âncora da rede de noticias CBS, Walter Cronkite. Em uma
entrevista para o National Enquirer, conduzida pelo repórter Robin
Leach, Cronkite dá este relato: “Na rota para o primeiro pouso na Lua do
mundo, Armstrong e a tripulação transmitiram uma informação fantástica,
e eu estava lá para ouvi-la”.
Cronkite continuou: “Armstrong afirmou ter visto um enorme objeto
cilíndrico que estava girando ou caindo entre a nave e a lua. Está
registrado oficialmente nos arquivos de registro da NASA que Armstrong
indicou que foi tirar fotografias, mas o objeto desapareceu tão depressa
quanto ele o tinha visto primeiro. Neil Armstrong não é um homem dado a
imaginação fantástica e não foi apenas um da tripulação que viu isto —
todos eles viram, e você tem que respeitar esses homens”.
Isso também era bom o bastante para o Acredite Se Quiser de Ripley. Em
fins de 1978 eles publicaram uma série de quadrinhos distribuídos para
jornais lidando com ÓVNIS; um painel continha o desenho de astronautas e
a legenda, “O astronauta Neil Armstrong . . . viu ÓVNIS durante a
missão espacial. Mas a NASA — de acordo com o repórter Walter Cronkite —
está mantendo a evidência em sigilo”.
Mas o sigilo vazou um pouco, de acordo com a McGraw-Hill Publishing
Company. Em 1979 eles publicaram um livro de David C. Knight, intitulado
UFOS: A pictorial History. Uma fotografia espacial ocupando toda a
página 171 possui esta legenda: “Talvez o mais espetacular de todos os
avistamentos de OVNI no espaço tenha ocorrido no dia 19 de julho de 1969
no vôo da Apolo-XI… A tripulação viu um objeto estranho entre sua nave e
a lua… O objeto ainda permanece não identificado”. (Os puristas
poderiam ter notado que o objeto mostrado na página estava entre a nave e
a Terra, mas quem quer ser detalhista ao lidar com histórias
fantásticas assim?).
Uma idéia do que estes segredos poderiam envolver pode ser obtida de um
sumário das estórias da Apolo 11 publicado por Mike Harris em um boletim
OVNI neozelandês em 1974:
Do lançamento da Apolo 11 no dia 16 de julho de 1969 até a espaçonave
passar o ponto mediano entre a Terra e a Lua no dia seguinte, os três
astronautas observaram um U.F.O. acompanhando-os. Dois dias depois, em
19 de julho há aproximadamente 1800 horas, U.F.O.s fizeram outro
aparecimento e foram registrados em filme. Os detalhes deste filme
extenso eram: no dia antes da alunissagem Aderem se transferiu ao módulo
lunar “Eagle” e começou a checagem de instrumento final. Enquanto
conferia a máquina fotográfica de close-up, os U.F.O.s entraram no
quadro. Ainda sob observação, os objetos foram vistos emitindo o que
parecia algum tipo de líquido. Os dois objetos estavam em formação
próxima e se juntariam e separariam após algum tempo e foram em seu
próprio caminho. Os objetos pareciam ser controlados inteligentemente,
os astronautas disseram. O terceiro avistamento durante este vôo épico
aconteceu no dia 21 de julho, 00.26 horas. Por volta de uma hora e meia
antes, Neil Armstrong e Aldrin tinham pisado na lua. Enquanto eles
estavam ocupados coletando pedras, Collins no Módulo de Comando
‘Columbia’ estava ocupado falando para Houston.
Columbia: Houston chamando. Aqui é Columbia.
Houston: Prossiga, Columbia.
Columbia: Eu não pude encontrar o módulo lunar. Mas eu vi alguns
pequenos objetos brancos estranhos. Co-ordenadas são 0.3, 7.6 na
extremidade ocidental sul da cratera. Se eles estão lá acho que eles
deveriam tê-los visto também.
Parece provável que quem quer que esteja interessado em nosso esforço,
estava certamente mantendo um olho nas coisas. O relato continua:
Estes objetos brancos vistos por Collins fizeram um quarto aparecimento
enquanto a “Eagle” estavam subindo da Superfície Lunar para se reunir
com a “Columbia”, depois de ter deixado a lua às 13.55 do dia 21 de
julho. A forma deles neste caso foi claramente exposta em filme. A
máquina fotográfica fixa na “Eagle” estava fotografando a superfície da
lua se distanciando quando, diagonalmente da parte inferior esquerda à
superior direita dos quadros, um U.F.O. branco, brilhante passou
diretamente debaixo do Módulo Lunar.
Este é certamente um cenário sensacional para o primeiro pouso da
humanidade em outro mundo, e é certamente uma versão não descrita pelos
livros de história padrão. Relatos corroboradores vêm do livro de
Michael Hervey UFOS The American Scene (St. Martin’s Press, NY, 1976).
Em órbita lunar, Aldrin está ajustando sua câmera, quando de repente:…
sua atenção foi subitamente chamada a um objeto luminoso semelhante a um
“boneco de neve” indo de oeste a leste no céu. Ele imediatamente tirou
algumas fotos do objeto que na realidade provou ser dois ÓVNIS, um maior
que o outro, e quase se tocando. Quando o filme foi revelado depois ele
incluía uma imagem da superfície da lua seguida de um close-up dos dois
ÓVNIS movendo-se horizontalmente a uma velocidade alta. Eles
desapareceram, apenas para retornar alguns segundos depois, desceram um
pouco, pairaram durante algum tempo, e então se separaram de onde eles
eram rodeados “pelo que parecia um halo forte”. Eles seguiram esta
manobra subindo verticalmente e desaparecendo de visão. No tempo devido
apenas um OVNI voltou, e então novamente saiu pela última vez. Os
astronautas Armstrong e Aldrin estavam naturalmente excitados e talvez
um pouco apreensivos durante esses poucos momentos.
Contudo, a despeito de todo o drama deste evento, nada disto parece ter
sido revelado pelos oficiais de relações públicas da NASA em Houston.
Claramente, algum tipo de encobrimento estava envolvido. A primeira
grande quebra neste aparente encobrimento não ocorreu antes de 1974,
quando a Associação de Fraternidade Cósmica (Cosmic Brotherhood
Association, CBA), um grupo OVNI japonês, publicou fotografias não
disponíveis até então da Apolo 11 com este comentário:
As imagens de ÓVNIS tomadas pela primeira vez no mundo pela espaçonave
Apolo 11 sobre a superfície da lua e agora publicada pela CBA
(Associação de Fraternidade Cósmica) pela primeira vez no mundo, só
podem ser consideradas evidência sólida de que ÓVNIS, até agora
questionados por muitos, são de fato naves espaciais vindas do espaço
exterior como temos afirmado. Elas são a evidência absoluta buscada
pelos Ufologistas do mundo durante os últimos 27 anos… São as provas
esmagadoras de ÓVNIS, eles vêm do espaço exterior… Elas são realmente
furos de reportagem, e nenhuma delas foi liberada pela NASA até agora.
Estas notícias sensacionais cruzaram o Pacífico e foram notado pelo
perito em ÓVNIS Bob Barry da “Agência OVNI do Século Vinte”, que
escreveu uma pesquisa em duas partes sobre experiências OVNI de
astronautas para Modern people, um tablóide semanal. O artigo OVNI foi
depois combinado com outro material semelhante que foi publicado em
forma de revista no UFO Report (publicada em 1975, só uma edição foi
publicada). “A NASA Escondendo os ÓVNIS de Você!” gritava a manchete:
“A caminho da Lua em seu primeiro dia no espaço, a tripulação da
Columbia avistou um objeto estranho pairando alto acima da Terra, e
conseguiu capturá-lo em filme. O laboratório de interpretação de
fotografia da Nasa listou o objeto como não-identificável. Mas este era
só o começo. Antes desta missão acabar, a tripulação da Columbia e
depois da Eagle veria muito mais ação OVNI — sobre a própria Lua!”
Barry descreve então o encontro de Aldrin com dois ÓVNIS zunindo pela
sua janela em órbita lunar. Felizmente, diz Barry, Aldrin estava
acostumado a ver ÓVNIS no espaço, assim ele pôde fazer a coisa certa
rapidamente:
“Se Aldrin não tivesse sido um pouco condicionado ao aparecimento desta
nave incomum, o choque do que ele viu logo poderia tê-lo feito perder
uma das seqüências mais surpreendentes de filme tomadas de ÓVNIS por
qualquer astronauta. Já que os objetos continuaram sua descida em uma
formação semelhante a um “boneco de neve” deitado de lado, Aldrin
observou uma emissão brilhante se estendendo entre as duas naves. A
especulação na ocasião era que este “rastro” estava possivelmente
conectado aos sistemas motores dos veículos, possivelmente até mesmo uma
exaustão… Durante a época, foram vistos dez outros objetos em forma de
ovo voando no primeiro plano de visão da máquina fotográfica.
Naturalmente, a NASA não liberou estas fotografias ao público geral,
realizando grandes esforços para editar quaisquer naves misteriosas fora
das imagens finais que foram liberadas… E embora quase toda a
tripulação que viajou a lua testemunhasse e fotografasse objetos
voadores não identificados, os oficiais da NASA ainda insistem que tais
fenômenos não existem.”··Entretanto mesmo a evidência fotográfica
espetacular de Barry não é o relato mais excitante a vir do vôo da Apolo
11. Isto porque logo após os astronautas voltarem a Terra em meados de
1969, uma” “fita” contrabandeada e transcrição do que realmente foi dito
na Lua tem circulado clandestinamente em círculos OVNI. A manchete na
capa da revista National Bulletin (distribuída no Canadá mas impressa na
cidade de Nova Iorque) de 29 de setembro de 1969 alardeia que “Falsas
Falhas de Transmissão Escondem Descoberta da Apolo 11 . . . . A Lua é
uma Base OVNI!”. O autor Sam Pepper deu sua versão da “Transcrição da
Fita Ultra Secreta” de “um vazamento perto do topo”, como segue:
O que foi, que diabos era? Isso é tudo que eu quero saber….
Esses. . . (ruído). . . bebês eram enormes, senhor, eles eram enormes…
Não, Não, isso é só distorção de campo…
Oh, Deus, você não acreditaria nisto…
O que… o que… que diabos está acontecendo? Qual é o problema com vocês. . . ?
Eles estão aqui, debaixo da superfície…
O que está aí… mau funcionamento. . Controle de missão chamando Apolo 11…
Entendido, nós estamos aqui, todos os três de nós, mas nós encontramos algumas visitas…
Sim, eles estiveram aqui por um bom tempo a julgar pelas instalações…
Controle da missão repita última mensagem….
Eu estou lhe dizendo, há outra espaçonave lá fora. Eles estão alinhados em fileiras no extremo oposto da extremidade da cratera…
Repita, repita…
Vamos esquadrinhar aquela órbita e ir para casa…
Em 625 para o quinto, auto-relés ajustados… Minhas mãos estão tremendo tanto…
Filme… sim, as malditas câmeras estavam clicando longe daqui de cima…
Vocês conseguiram alguma coisa companheiros?
Não tinha nenhum filme restando na hora. . . (ruído). . . três imagens
dos discos, ou o que quer que eles fossem. . . pode ter queimado o
filme.
Controle da Missão, aqui é o Controle da Missão… você está a caminho,
repito, você está a caminho? Sobre o que é todo este alvoroço sobre
ÓVNIS? Câmbio.
Eles estão fixados lá embaixo… elas estão na lua… nos assistindo…
Os espelhos, os espelhos. . . você os montou, não?
Sim, os espelhos estão todos no lugar. Mas o que quer que construa essas
espaçonaves provavelmente virá e os arrancará pelas raízes amanhã…
Quando este relato foi discutido pelo editor da Fate, Curtis Fuller, em
1970, ele confessou “ceticismo extremo sobre toda a suposta
transcrição”. Mas o relato foi publicado em outros lugares, (o autor de
ficção científica e entusiasta OVNI Otto Binder ajudou a espalhá-lo
amplamente), e ele lembra os observadores de sinais de rádio captados na
Europa no começo dos anos 60 de cosmonautas russos em lançamentos
secretos ao espaço que terminaram condenados em suas mortes não
divulgadas. Radioamadores ficaram muito proficientes em revelar
‘segredos oficiais’ nas últimas décadas.
Nem essas histórias surpreendentes (horripilantes?) terminam aqui. Outro
“relato insider” apareceu no boletim mensal do conhecido grupo OVNI,
APRO (Organização de Pesquisa de Fenômenos Aéreos). Como informado na
edição de fevereiro de 1976, três sombras em forma de disco acompanharam
os astronautas enquanto eles circularam a lua, enquanto os censores da
NASA cortaram comentários ao vivo adicionais de repórteres. Um
informante da APRO conhecido como “Senhor X” estava supostamente
presente na “sala de controle interna”.
Os astronautas, recordou o não identificado “Senhor X”, de repente
disseram, “Lá eles estão novamente”, referindo-se a objetos vistos nas
primeiras três órbitas e a última órbita. Parece ser uma confirmação
independente das histórias recontadas anteriormente.
Adicionalmente, uma nova e até então indisponível fotografia da Apolo
foi publicada no Science Digest mensal na edição imediatamente posterior
à que continha o artigo de Mullaney. Discutindo o Projeto Bluebook, o
autor Don Berliner inclui uma fotografia mostrando a Terra se afastando
da nave-lua, e um OVNI pincelado no meio. Diz o Science Digest (agosto
1977), “Seta aponta para um objeto não identificado.”
Como poderia ser esperado, oficialmente a NASA nega tudo. Nenhum OVNI ou
outros fenômenos inexplicados extraordinários foram admitidos.
Quando a “Transcrição Pepper” tornou-se pública, entusiastas OVNIS
escreveram aos seus congressistas exigindo que a NASA oficialmente
confessasse o encobrimento. A NASA respondeu que “os incidentes. . . não
aconteceram. Conversação entre a tripulação da Apollo 11 e o Controle
da Missão foram liberadas ao vivo durante toda a missão Apolo 11. Havia
entre 1000 e 1500 representantes das mídias de notícias e TV presentes
no Centro de Notícias de Houston escutando e observando, e nenhum deles
sugeriu que a NASA reteve qualquer notícia ou conversação desta
natureza”. (Carta do Administrador Assistente para Assuntos Legislativos
para vários congressistas, janeiro de 1970).
Em 1976, o Chefe do Departamento de Astronautas Deke Slayton afirmou que
“eu não me recordo de nenhum de nossos astronautas relatar ÓVNIS”.
A NASA alega que todas as fotografias, todas as transcrições de voz,
todos os relatos da missão estão em domínio público e disponíveis às
mídias de notícias. Estes dados são muito volumosos para serem
publicados abertamente, mas estão disponíveis a investigadores com as
credenciais apropriadas em Houston, Flagstaff e Washington. E de fato,
nunca nenhum investigador (OVNI ou de outra natureza) entrou com uma
reclamação de que dados foram retidos dele quando tentou acessá-los.
(Embora Barry e Sandler tenham feito alegações vagas).
A documentação fotográfica, incluindo inventários de rolos de filmes,
notas de exposição e documentos de controle, foi examinada por
investigadores. Todo o filme é descrito. Evidentemente, a NASA está
bastante correta ao dizer que tudo está disponível…
… Mas para quem? Quase 1500 fotografias e dúzias de rolos de filme foram
expostas na Apolo 11. Transcrições chegam aos milhares de páginas. Quem
se deu o trabalho de checar todo esse material?
Eu fiz esse trabalho, por exemplo. Outros escritores também. O Dr. J.
Allen Hynek também, visitou o centro espacial de Houston em julho de
1976 e lhe foi mostrado o material em questão. A história original da
NASA, surpreendentemente, foi confirmada: Todo o material está
disponível. Ele disse isso em uma entrevista para a Playboy em janeiro
de 1978, mas seu livro ainda contém a falsa lista e não há nenhuma
indicação de que tenha sido removida de edições posteriores. A opinião
de Hynek: estas histórias OVNI são falsas.
O ceticismo de Fuller sobre a “Transcrição Pepper” parece ter sido
justificado. Apenas de evidência interna, aparenta cada vez mais ser uma
fraude mal-feita. Isto pode ser deduzido do próprio vocabulário:
“Controle da missão”… isto nunca foi uma frase usada por astronautas, que ao invés sempre se referiam a “Houston”.
Baboseira com ar de termos técnicos como “distorção de campo”, “órbita
esquadrinhada”, “625 para o quinto”, “auto-relés”, etc. nunca foi
encontrada em transcrições reais.
“Repita, repita” nunca é usado no rádio; ao invés, os astronautas e o Controle da Missão usam a frase “Diga Novamente”.
“Três de nós…” de fato, só dois homens estavam na superfície lunar.
Além disso, entrevistas com o punhado de ouvintes radioamadores que se
sabe que sintonizaram os sinais da lua na banda S (2270 megahertz)
produziram testemunho de que ouviram as mesmas conversações que foram
liberadas pela NASA. Já que escutar a Lua requeria o uso de antenas
parabólicas de rádio de dez pés de diâmetro, poucas pessoas podiam
realmente fazer isto, e elas conheciam umas às outras, tendo feito
escutas semelhantes do espaço por anos.
(O consenso entre tais “hams” americanos experientes é de que as velhas
histórias de “transmissões de rádio de astronautas Russos secretos” ou
eram enganos bobos, fraudes deliberadas ou golpes de publicidade
brincalhona por rádio amadores italianos e alemães).
A conclusão inevitável é que ou Pepper fabricou a falsa “transcrição”
ele mesmo ou teve um julgamento muito pobre ao permitir ser vitimado
pela fraude de outra pessoa. Como é freqüentemente o caso com relatos de
ÓVNIS, é muito difícil provar definitivamente que algo não aconteceu.
Mas neste caso, felizmente, a fraude era tão mal feita que colapsa sob
seu próprio peso.
Mais enigmático é o relato de Collins sobre os “objetos brancos
estranhos” que as fontes japonesas disseram que foram avistadas perto do
Módulo Lunar. Estes poderiam ter sido o mesmo OVNI relatado na
transcrição Pepper.
Mas eles não eram, porque aqui está o que Collins realmente disse para
Houston naquela órbita: “Eu vi um objeto branco suspeitamente pequeno
cujas coordenadas são Leste 0.3, 7.6, bem no fim sudoeste de uma
cratera, mas penso que eles saberiam disto se estivessem em tal local.
Parece que o módulo lunar estaria razoavelmente para cima. Está na
parede sudoeste de uma cratera pequena”. (Fita 71/16 página 396).
Assim, Collins está tentando avistar o ML a cem milhas de altura, mas
ele não consegue; ao invés ele vê um objeto branco (uma pedra?) na
extremidade de uma cratera. Ele duvida que seja o ML, porque se fosse o
ML estaria altamente inclinado e os astronautas teriam notado a
inclinação — o que não fizeram. Collins não avistou uma frota de ÓVNIS,
apesar do que a livre reformulação deste relato poderia levar alguém a
suspeitar. Compare as palavras à reformulação OVNI — é apenas
incompetência, ou distorção deliberada?
Estes são detalhes. E quanto ao avistamento chave, o “boneco de neve”, e
o filme de filme de Aldrin? O que poderia possivelmente explicar isso?
Tudo que é preciso para explicar é assistir ao filme. As cenas em
questão vêm do “Rolo F” (‘Foxtrot’), nos primeiros vinte e cinco pés
aproximadamente, que pode (como todos outros filmes do vôo da Apolo 11)
ser comprado da Companhia Audiovisual Nacional, 1411 South Fern Street,
Arlington, Virginia 22202.
O filme real mostra uma janela cheia de reflexos e clarões fortes
dançando e remexendo. Vendo o filme em movimento, não pode haver nenhuma
dúvida a respeito das luzes serem objetos sólidos fora da astronave.
Não há nenhum modo que eu possa imaginar pelo qual que um espectador
poderia honestamente acreditar que ÓVNIS estão sendo mostrados. As
“emissões” são apenas mais reflexos difusos.
O exame de alguns quadros daquele rolo de filme mostra o que aconteceu à
aparência original dos “ÓVNIS”. O grupo OVNI japonês retocou as
fotografias, aumentando o contraste das luzes, e cortando fora as
reflexões estranhas. Além disso, os filmes foram adulterados para
remover reflexão adicional que poderia permanecer, além dos dois globos
de luz. Eles se tornaram os supostos ÓVNIS que, desnecessário dizer, a
tripulação não viu. (O filme, a propósito, foi tomado em órbita no dia
antes da alunissagem — e não da superfície).
Em outras palavras, estas fotografias de OVNI são uma fraude, pura e
simples. Elas fazem parte de uma fraude espacial indo a extremos e
saindo de controle. Nunca houve quaisquer ÓVNIS “boneco de neve” como
alegado.
Mas o especialista OVNI Michael Hervey tinha escrito que os astronautas
tinham de fato usado às palavras “boneco de neve” e “halo”, e que eles
estavam naturalmente excitados e talvez um pouco apreensivos. O
especialista OVNI Matsumura no Japão deu numerosos detalhes dos
movimentos reais de Aldrin durante o encontro. O especialista OVNI Bob
Barry escreveu que Aldrin observou os ÓVNIS diretamente, e que os
astronautas especularam sobre a emissão misteriosa.
Nenhuma destas coisas parece ter acontecido. Os escritores estavam
dramatizando o evento baseado nas fotografias forjado. Os críticos menos
simpáticos a eles poderiam sugerir que os autores estavam
ficcionalizando o evento, ou sendo ainda menos caridosos, que estavam
mentindo.
“Isso é um monte de mentiras”, Barry replicou quando ouviu estas
acusações em 1978. “Eles podem negar tudo que quiserem, nós temos a
prova”.
Mas é preciso mais que a bravata de Barry para descartar a prova real do
“Rolo Foxtrot” da Apolo 11. Os filmes não mentem; eles mostram as luzes
dançando, as reflexões, o clarão. Eles não mostram nenhum OVNI.
Nem a Science Digest vai conseguir que esqueçam rapidamente sua dupla
escorregada OVNI. Primeiro, a afirmação de Mullaney sobre a tripulação
da Apollo 11 relatando uma massa de energia inteligente é claramente uma
elaboração adicional da falsificação original Matsumura-CBA, sem
qualquer esforço de confirmar a história com a NASA. Segundo, a
fotografia publicada em Science Digest no mês seguinte também foi
retocada: o editor Dan Button admitiu que certos pedaços estranhos de
escombro espacial foram apagados para evitar distrair a atenção do
verdadeiro OVNI, mas todas as versões anteriormente publicadas e
liberadas daquela mesma fotografia mostram um espaço absolutamente vazio
onde a Science Digest aponta para um “objeto não identificado”. Ou
alguém adquiriu uma cópia ruim com uma mancha extra no negativo, ou
alguém na Hearst Corporation mensal adicionou o “OVNI” na fotografia
para efeito dramático. Button acusa a NASA de outro encobrimento;
observadores informados podem julgar agora qual desonestidade Button
está tentando encobrir.
De fato, uma fotografia da Apolo realmente mostra um verdadeiro objeto
não identificado (mas dificilmente não identificável). Pouco depois de
liberar o Módulo Lunar do foguete, próxima da Terra, uma inundação de
partículas girando passou pelas janelas da Apolo. Um dos astronautas
estava tirando uma série de fotos turísticas da Terra retrocedendo, e em
uma das fotografias estava uma minúscula mancha de forma estranha.
Não há nenhuma indicação de que quaisquer dos astronautas viram isto.
Considerando que está fora de foco em uma máquina fotográfica com uma
profundidade de campo extremamente grande, os peritos fotográficos
concluíram que estava provavelmente a apenas alguns pés da janela, e
tinha uma polegada ou duas. Como em outros vôos, pedaços de isolamento e
gelo cercaram a Apolo nesta fase do vôo. Certamente pode ser “não
identificado”, mas não pode por qualquer jogo semântico de palavras ser
chamado um OVNI autêntico — exceto, por exemplo, em UFOS a Pictorial
History da McGraw-Hill!
A tripulação realmente relatou à Terra outro objeto minúsculo que eles
assistiram pelo seu monóculo. A alguns dos astronautas, parecia
cilíndrico, semelhante ao seu estágio de foguete gasto que se sabe que
estava acompanhando-os em uma órbita paralela. Armstrong disse, “estava
bem no limite de resolução do olho; era muito difícil dizer simplesmente
de qual forma era”. A suposição razoável da NASA era de que realmente
era o estágio de foguete, já que estava se comportando justamente como
um estágio de foguete deveria; outros vôos Apolo tinham relatado
praticamente a mesma coisa.
Toda a entrevista de Cronkite no National Enquirer era uma fraude,
evidentemente criada por um escritor free lance. O jornal recusou
assumir a culpa quando Cronkite reclamou — mas despediu o escritor.
E o que pode ser dito sobre o relato do “Senhor X”? Novamente, da
evidência interna dos detalhes que “X” dá em uma tentativa de
estabelecer credibilidade com os ouvintes, os peritos espaciais
rapidamente notaram que ele nunca poderia ter estado perto do Centro de
Controle de Missão real — o jargão dele é muito misturado. Em outras
palavras, eles concluíram que é apenas outra história inventada.
Afirmações de que estes sinais de voz foram cortados para os repórteres
que estavam presentes também está em contradição completa com os relatos
pessoais de repórteres que estavam em Houston: Não havia nenhuma demora
de fita significante, e não havia nenhum silêncio indicativo de
censura.
Mas as histórias cruzaram o Atlântico em um livro OVNI francês, e então
voltaram aos EUA reforçadas e agora autenticadas em Our Ancestors Came
From Outer Space de Maurice Chatelain (Doubleday, 1978). De acordo com o
autor, que alegou ser um ex-cientista espacial da NASA (na verdade, ele
tinha trabalhado para uma empreiteira espacial em Los Angeles durante
vários anos): “Os astronautas. viram coisas durante as suas missões que
não podiam ser discutidas com ninguém fora da NASA. É muito difícil de
obter qualquer informação específica da NASA, que ainda exercita um
controle muito rígido sobre qualquer revelação destes eventos… Parece
que todos os vôos Apollo e Gemini foram seguidos… por veículos espaciais
de origem extraterrestre… Toda vez que isso aconteceu, os astronautas
informaram o Controle de Missão, que então ordenou silêncio absoluto…”
Chatelain menciona especificamente a Apolo-11, que “fez o primeiro pouso
na Lua no Mar da Tranqüilidade e, apenas momentos antes de Armstrong
descer da escada de e pisar na Lua, dois ÓVNIS pairaram em cima. Edwin
Aldrin tirou várias fotos deles….”
Ainda mais sensacional foi a alegação para o vôo da Apolo-13: “Havia
alguma conversa de que a missão Apolo 13 levava um dispositivo nuclear
que poderia ser usado para fazer medidas da infra-estrutura da lua e
cuja detonação se mostraria nos gráficos de vários sismógrafos
gravadores colocados em locais diferentes. A explosão inexplicada de um
tanque de oxigênio no módulo de serviço da Apolo 13 em seu vôo para a
lua, de acordo com rumores, foi causada deliberadamente por um OVNI que
estava seguindo a cápsula para prevenir a detonação (nuclear)… ”
É claro, a causa da explosão foi descoberta depois pela NASA, e não
havia nenhum dispositivo nuclear — rumores de ataques OVNI são absurdos.
Mas isso não é razão para algumas pessoas entusiastas de ÓVNIS não
passarem esta história adiante e as elaborarem, como veremos.
Os entusiastas OVNI russos foram os seguintes nesta corrida de
revezamento cósmica. A edição de julho de 1978 do The UFO Journal,
publicado pela Mutual UFO Network, apontou uma palestra feita na Rússia
no dia 24 de novembro de 1977, por Vladimir G. Azhazha. Falando para um
grupo de funcionários de notícias NOVOSTI na Academia de Ciências em
Moscou, Azhazha relatou que:” Os astronautas americanos que visitaram a
Lua viram um cilindro gigantesco de 1500 metros de comprimento por lá.
Aldrin capturou-o em filme. O veículo realizou suas próprias interações
com a Apolo; coordenou seu movimento com ela…
Os… relatos dos astronautas americanos que visitaram a lua são
excepcionalmente interessantes. O código que eles concordaram em usar
para designar os ÓVNIS era ‘São Nicolau’, mas, eles estavam tão pasmos
com o que viram quando chegaram da Apolo na lua que transmitiram para a
Terra sem o código: ‘Diretamente em frente a nós, no outro lado da
cratera, há outras espaçonaves que nos observam.’ E Aldrin tomou seu
filme que mostra os ÓVNIS na lua…”
Azhazha revela que sua fonte destes dados é o livro de Chatelain,
continuando que “A lua é evidentemente uma base de envio para os ÓVNIS e
todas missões Apollo que voaram à lua estiveram sob ‘observação’ dos
ÓVNIS. Não foi por acidente que os astronautas americanos não tiveram
êxito em sua tentativa de explodir um dispositivo nuclear para
propósitos científicos na Lua. Ao invés, o cilindro de oxigênio na
Apollo explodiu. Eles também não puderam explodir o estágio superior do
propulsor e assim ele continua voando ao redor da lua…”. Presumivelmente
com uma escolta OVNI.
O editor do boletim MUFON notou em seu prefácio a este artigo que…” uma
fonte de notícias de Washington DC… Informou-me que as declarações
atribuídas ao astronauta Buzz Aldrin sobre os OVNIs na Lua foram
confirmadas pelo repórter espacial da sua agência, que cobriu a história
da Apollo na ocasião. Aldrin disse que eram umas piadas. É possível que
a história tenha se filtrado para a União Soviética em forma
adulterada, como é evidente em alguns outros casos. . . Outras porções
deste relato ainda podem ser significantes… “ ··Em outras palavras, a
MUFON considerou suficiente pedir para um amigo perguntar a um amigo
para varrer recordações de dez anos atrás — e chamou isto de ‘pesquisa’.
Andrus continuou:” “O documento russo previamente inédito… fala de
eventos sensacionais e conhecimento de governo de alto-nível que foram
retidos do público. Os supostos eventos precisam ser autenticados, já
que, se verdadeiros, são de importância profunda. Filmes de astronautas
de Ovnis na Lua?… Há uma necessidade clara para descobrir quanto de todo
esse ‘sensacionalismo’ é realmente verdade, e expor como falso tudo
aquilo é falso”. Estas palavras valentes, de um homem considerado como
um dos peritos OVNI mais racionais e confiáveis, não coincidem com as
ações de Andrus ou, aparentemente, suas intenções em publicar qualquer
esclarecimento [a respeito da fraude]. As histórias de OVNI de
astronautas são muito “úteis” para arriscar um exame muito minucioso.
Tão difundido é o entusiasmo russo por ÓVNIS que negativas oficiais do
governo se tornaram necessárias. Na edição de novembro de 1978 de
Cultura e Vida (publicado em Moscou) pede-se que o astrônomo soviético
Vladimir Krat refute histórias tais como:
Entrevistador: Eles dizem que os astronautas americanos que pousaram na
Lua tinham que fazer uma explosão pequena para causar um terremoto
artificial, mas que eles não conseguiram fazer isto. Uma misteriosa
explosão a bordo da nave destruiu um cilindro de oxigênio. Poderia ter
sido causada por um disco voador observando a nave, para impedir uma
experiência que poderia ter destruído as bases construídas por
civilizações extraterrestres na Lua. “O que é isto? O que é isso, droga?
Eu gostaria de saber a verdade, qual é? Há outras espaçonaves aqui!”
Armstrong supostamente teria gritado ao ver vários ÓVNIS no outro lado
de uma cratera. Mas Aldrin viu imediatamente qual era a situação e
começou a se comunicar com a Terra em um código secreto. Depois, toda a
informação sobre o incidente foi colocada em segredo pelos americanos.
Há histórias sobre outros casos de cosmonautas vendo ÓVNIS. É colocada
ênfase especial no fato que as primeiras quatro ou cinco horas da
permanência das tripulações na Lua permanecem um mistério — o que os
astronautas fizeram durante esse tempo não foi tornado público.
Krat: Os vôos dos astronautas para a Lua foram acompanhados por toda a
humanidade, seu trabalho na superfície da Lua é conhecido em cada
minuto. Eu não vejo nenhuma lógica na conversa sobre qualquer informação
se tornando imediatamente “secreta”. Por que os americanos deveriam ter
feito segredo de seu encontro com algumas criaturas de outros planetas,
se algum encontro assim realmente aconteceu? Teriam tido medo de causar
pânico na Terra? Mas não havia nenhum fundamento especial para pânico”.
Claramente, Krat desconhece a extensão das distorções em tais histórias e
só pode propor questionamentos insípidos que não convenceriam ninguém.
O que Krat deveria ter feito era examinar o boato mais de perto. A
“explosão misteriosa” era a explosão na Apolo 13, que foi atribuída a
uma ação OVNI hostil. O “terremoto artificial” na Lua em vôos posterior
funcionou muito bem, embora Chatelain e Azhazha aleguem que explosivos
nucleares teriam sido usados! O “código secreto” é idéia de Chatelain:
ele afirma que os astronautas usaram a frase “Papai Noel” para se
referir a ÓVNIS. Quanto às “quatro ou cinco horas” faltando, eu não
encontrei nada; assim eu suspeito que o russo simplesmente inventou
isto.
Como esperado, as falsas histórias OVNI da Apollo 11 continuam sendo
recirculadas e elaboradas. Em junho de 1979 um livro da Dell intitulado
Secrets of Our Spaceship Moon pelo professor de Detroit Don Wilson
apareceu nas bancas de jornal. Sua capa alardeava: “O ENCOBRIMENTO DA
NASA — Aqui estão os fatos que eles não puderam esconder! O que os
homens realmente viram na lua?”. A orelha da capa proclama, “aqui enfim
está a história completa e não censurada de fatos claros e indisputáveis
oferecidos pelos próprios astrônomos e astronautas, apesar das
negativas oficiais repetidas de oficiais da NASA…”
Os avistamentos da Apolo 11 fornecem apenas uma porção dos argumentos no
livro, mas eles são citados. O OVNI boneco de neve de Bob Barry é
caracterizado, com a alegação de Wilson de que “Buzz Aldrin teve sucesso
com sua máquina fotográfica, tomando imagens inestimáveis (mas agora
secretas) dos dois objetos misteriosos.” A alegação de que o filme
mostra ÓVNIS é, como vimos, tolas; a afirmação de que o filme é agora
secreto é uma mentira ultrajante.
Todo outro reputado encontro OVNI da Apollo 11 é reproduzido fielmente e
sem questionamento por Wilson, embora ele de fato aponte em alguns
casos que são ‘não autenticados’. Igualmente não autenticada é a
alegação do entusiasta OVNI James Harder de que encontrou fitas de voz
de encontros OVNI na Apollo 11, as quais a NASA admitiu reservadamente a
ele que tinham sido suprimidas “por medo de pânico do público”.
“A evidência que nós citamos neste livro”, Wilson conclui depois, “prova
que nós temos hoje em nossas mãos outro Watergate — um Watergate
cósmico… Nós mostramos inegavelmente provas de que a NASA está
escondendo o fato de que ÓVNIS foram vistos por astronautas… Um estudo
dos registros e uma olhada nas fotografias convencerão até mesmo o
cético mais obstinado de que isto é exatamente o que aconteceu quando o
homem foi para a Lua”. Tal desafio não está relacionado à evidência real
— na realidade, o padrão que nós vimos mostra que quanto menos
confiável é a evidência, mais colorida são as afirmações e ameaças.
Wilson desafia — mas só tem falsa evidência. A editora Dell, de acordo
com o editor James Frenkel, não viu nenhuma razão para checar estes
relatos incríveis, decidiu simplesmente confiar em Wilson.
O OVNI-Aldrin-boneco-de-neve recebeu novo ânimo em 1980 quando outro
perito OVNI proclamou que o objeto não era uma nave espacial, mas sim
uma criatura espacial!
Escrevendo em Frontiers of Science (antes Second Look, a revista que
absorveu o International UFO Reporter de Hynek e por motivos de impostos
é publicada sob a égide do Center for UFO Studies), o especialista no
paranormal John White (autor de Pole Shift! e numerosos outros livros),
alega que as imagens espaciais são idênticas a outras tomadas na Terra
por Trevor James Constable, um discípulo do defensor da energia orgônio,
Wilhelm Reich. Constable defendeu sua teoria de que os ÓVNIS são
bizarras criaturas vivas (e não necessariamente inteligentes) que
habitam a atmosfera superior e — evidentemente — também o espaço
exterior (em livros tais como The Cosmic Pulse of Life, Steinerbooks,
1976). Normalmente as “criaturas” são invisíveis e só podem ser
capturadas em filme infravermelho.
“Mesmo os astronautas que tiraram fotos de ÓVNIS no espaço não
reconheceram as criaturas vivas pelo que eram”, escreveu White. A
fotografia do boneco de neve é “altamente disputada — a esfera luminosa é
uma criatura espacial?”. Reconhecendo minha avaliação publicada da
fonte das imagens, White discorda, mas admite que “ainda não está em
posição para contestar o argumento [(de Oberg)]“. Ele também exibiu no
artigo uma cópia da mancha em curso: “((Ela)) parece mostrar uma grande
criatura assomando sobre a Terra.”
White não tem nenhum amor perdido pela NASA. Anteriormente, em um
editorial a convite para o tablóide UFO Review de Timothy Green Beckley,
White acusou a NASA de um encobrimento sórdido: “A prova já existe, boa
parte conhecida há muito pela NASA”. White então se refere a uma lista
de avistamentos por astronautas em Edge of Reality (uma lista repudiada
há tempos por seus autores, como vimos), e ao tablóide Modern People
(edição de janeiro de 1978), “por fotografias vazadas da NASA de ÓVNIS
que incluem animais plasmáticos [(itálico adicionado)]“. Porta-vozes da
NASA, de acordo com White, são “ou infelizmente ignorantes dos fatos. ou
então procuram deliberadamente enganar o público. O público tem mais
bom senso neste assunto que a maioria dos burocratas da NASA”.
Constable, enquanto isso, ficou deleitado em endossar a interpretação de
White das fotografias da Apolo 11. Em uma edição de 1981 do irregular
Metascience Quarterly, ele exultou: “Quão estranho parece que a NASA
tenha gravado imagens como as minhas.. . e suprima as fotografias. . . .
Graças ao trabalho de John, nós temos agora uma ‘Coleção de Criaturas
da NASA’, mas eles estão descartando isto fazendo o tagarela Oberg
identificar estas fotografias como fraudes. Pura patologia social!” Aha,
patologia social de fato!
(Tal reação ad hominem por parte de excêntricos é dificilmente incomum.
Em 1979 Gray Barker, há muito tempo uma personalidade OVNI limítrofe e
satírica, referiu-se a mim em uma discussão elogiando a pesquisa de
Timothy Green Beckley: “Quando estas revelações por Beckley e outros
começaram a gerar cartas ao Congresso, o oficial da NASA cap. James
Oberg conduziu uma cruzada de um só homem para silenciar estes rumores.
Muitas pessoas em pesquisa civil de ÓVNIS acreditam que o cap. Oberg foi
especialmente designado para esta missão para descartar estes
vazamentos de notícias de avistamentos de astronautas”. E um alto
oficial MUFON (Mutual UFO Network, uma organização privada de pesquisa
de ÓVNIS) espalhou a história no meio dos anos 70 de que eu era o
‘ghost-writer’ de Philip Klass em seus livros anti-OVNI! É isso mesmo,
quando você não gostar do testemunho, ataque à testemunha — o velho
truque de um advogado desonesto.)
Muito apropriadamente, a última palavra (até a data!) nestes absurdos
sobre a Apolo 11 estão com o velho e familiar National Enquirer, o
tablóide de supermercado semanal conhecido por suas fofocas de
Hollywood, predições psíquicas, curas médicas milagrosas e histórias de
discos voadores. “Aliens na Lua Quando Nós Pousamos” era a manchete
gritando na edição de 11 de setembro de 1979 (a mesma história apareceu
no Sunday Mirror de 9 de setembro em Londres e foi endossada
subseqüentemente na edição antedatada de Julho-Agosto de 1979 do
prestigiado diário britânico, Flying Saucer Review).
“Os astronautas viram ÓVNIS e até mesmo os fotografaram”, escreveram os
autores (Eric Faucher, Ellen Goodstein, e Henry Gris), “mas o estupendo
encontro imediato foi mantido completamente sob segredo pela NASA até
agora. (eles evidentemente não tinham lido — ou não tinham acreditado —
na entrevista de Cronkite de seu próprio jornal!). O encobrimento da
NASA era tão grande que as notícias levaram dez anos para chegar ao
público americano — e tiveram que ser reveladas primeiro por cientistas
soviéticos, que descobriram sobre isto há dois anos”.
E aqui está o engraçado: o National Enquirer, em uma reversão da prática
comum, acabou se tornando vítima da fraude de notícias de outros. A
fonte era ninguém menos que Vladimir Azhazha, que de alguma maneira
negligenciou mencionar a Henry Gris, seu contato, que a história estava
completamente baseada não em fontes soviéticas oficiais, mas no estranho
livro de Chatelain sobre antigos astronautas! “Eu tenho absoluta
certeza de que este episódio aconteceu”, Azhazha contou para Gris (que é
fluente em russo) durante uma entrevista por telefone. “De acordo com
nossa informação. sua mensagem (de Armstrong)nunca foi ouvida pelo
público — porque a NASA a censurou.”
De acordo com Gris (que foi logo depois excluído da equipe do National
Enquirer), Azhazha “recusou identificar a fonte da informação dele — mas
ele e outros peritos espaciais russos dizem que o encontro tem sido de
conhecimento comum entre círculos científicos soviéticos”.
Para completar o círculo ao engolir a própria história, o National
Enquirer citou então. . . Maurice Chatelain, ” um ex-alto consultor para
a NASA”, que supostamente confirmou independentemente a versão
soviética da história! Também testemunhando estavam os conhecidos
UFOLOGISTAS Leonard Stringfield da MUFON (“Se o governo revelasse uma
pequena parte do que aconteceu na Lua, seria a história do século” é
como ele é citado, mas ele subseqüentemente negou ter declarado qualquer
coisa assim); John Schuessler (“Eu trabalho com astronautas na NASA e
ouvi a história deles” é como ele é citado, mas desde então ele acusou
furiosamente que Ellen Goodstein exclui o “nunca” que ele falou antes de
“ouvi”); Timothy Green Beckley (que admitiu reservadamente que os
incidentes nunca aconteceram, mas que eram muito bons para publicidade
para criticar); Joseph Goodavage (um famoso astrólogo-autor bem
conhecido por distorcer e dramatizar fatos não cooperativos, como nós
veremos em um capítulo posterior); e o “cientista Fred Bell” (que é
aparentemente uma invenção da imaginação do co-autor Eric Faucher).
Assim, mesmo que o National Enquirer tenha sido originalmente vítima da
enganação de Azhazha, foi à equipe do jornal que adicionou sua própria
marca peculiar de jornalismo, e ultimamente foram os leitores do jornal
que foram vitimados.
Até mesmo Moscou admite isso! Um longo artigo anti-OVNI (“A Lenda dos
Visitantes”, Pravda, 2 março 1980, pág. 6), pelo correspondente de
ciência Vladimir Gubarev, informou: “As pessoas têm confiança no
testemunho de cosmonautas e astronautas”, Gubarev escreveu. “Então por
que não tomá-los como aliados, decidiram os propagandistas de ÓVNIS?
Assim aqui dez anos depois dos vôos para a lua, os fantasistas, que às
vezes se apresentam como cientistas, alegam em suas palestras públicas
que os astronautas, visitando a lua, observaram ÓVNIS muitas vezes, e
que Neil Armstrong relatou a Houston: Aqui estão localizados objetos
grandes, senhores! Enormes! Oh Deus! Aqui estão localizadas outras
espaçonaves! Elas estão de pé ao longo do lado da cratera! Eles estão
situados na Lua e estão nos observando!”
Gubarev continuou seu artigo: “É uma tarefa infrutífera procurar por
estas palavras nas cópias das transmissões de rádio da tripulação da
Apolo 11, elas não estão lá. Sim, e nem uma única pessoa escutando ao
sinal de rádio da lua — e ele foi transmitido ao vivo deu qualquer
atenção à informação semelhante — estranho, será verdade?”.
“Em um encontro com Neil Armstrong eu lhe perguntei sobre ‘discos
voadores’“.Nós não os “vimos”, respondeu o astronauta; “e com o que nós,
os cosmonautas e astronautas, estamos fazendo no espaço, isto é
realmente impressionante”.” ··Gubarev também relatou uma entrevista com
Pete Conrad, sobre seus supostos ÓVNIS na Apolo 12 (não havia nenhum), e
depois também reconta um incidente do começo de 1978 quando tripulantes
russos da Salyut-6 ficaram pasmados ao ver” “ÓVNIS” perto de sua
estação espacial que revelaram ser bolsas de lixo recentemente lançadas.
O artigo no Pravda terminou com conclusões muito negativas sobre
pessoas crédulas que são enganadas facilmente por besteiras como ÓVNIS e
religião! Enquanto pode ser arriscado acreditar em qualquer coisa que
alguém diga no Pravda (que significa ‘Verdade’ em russo), o aparecimento
deste artigo e outros como ele atesta o desgosto oficial pela difundido
entusiasmo popular soviético por tais estórias.
Onde quer que haja interesse popular difundido em um tópico, você achará
urubus sondando a presa para atacar crédulos ansiosos e sua vontade de
gastar dinheiro em livros que ostentam revelações novas, lúridas. Assim
não deveria ter sido muita surpresa que Charles Berlitz (o autor de
vários livros altamente lucrativos sobre o “Triângulo das Bermudas”)
tenha decidido “descobrir” os encontros OVNI da Apolo 11 em 1980. Isto
foi revelado em seu mais recente livro, O Incidente Roswell (toda a
pesquisa de verdade parece ter sido feita pelo seu co-autor William
Moore e pelo defensor OVNI e ex-engenheiro nuclear Stanton Friedman),
cujo tema principal é que o governo dos EUA capturou um disco voador
acidentado na metade de 1947, junto com os corpos mortos dos seres que
tinham composto sua tripulação, e desde então tem escondido tudo com
sucesso enquanto estuda os materiais.
Berlitz não tem nada de novo a oferecer além de falsificar ainda mais os
antigos contos de fadas. Ele baseia sua informação em Maurice Chatelain
(“baseado em informação recolhida de ‘fontes internas’ enquanto
trabalhava para a NASA nos anos sessenta”) sobre “relatos destes
encontros feitos durante vôos no espaço (que) geralmente foram
censurados, alterados, desenfatizados ou simplesmente ignorados pela
NASA”. Aqui está a velha história da Apolo 11, à lá Berlitz, 1980:
“Antes do primeiro pouso na lua dois ÓVNIS e um longo cilindro flutuaram
acima. Quando a Apolo 11 pousou dentro de uma cratera da lua duas
espaçonaves não identificadas (sic!) apareceram na beirada da cratera e
então decolaram novamente. Aldrin as fotografou. As imagens ainda não
foram liberadas pela NASA ao público”.
As próximas páginas do Sr. Berlitz republicam muito da transcrição
Pepper há muito desacreditada, assim como uma série de outras fábulas de
astronautas-OVNIS. Moore negou depois qualquer endosso das histórias
apenas porque ele as colocou no livro (ele queria “preparar o palco” e
manter uma mente aberta), mas Friedman denunciou a história em 1981 e
justificou sua cooperação com Berlitz porque precisava do dinheiro e
publicidade para continuar sua pesquisa.
Poderia ser interessante aqui saber exatamente o que os oficiais de
informações públicas da NASA pensam sobre esta longa série de
recontagens da história do OVNI na grande viagem à Lua. Para fazer
justamente isto, eu arranjei uma entrevista no começo de 1980 com dois
peritos espaciais altamente respeitados no Johnson Space Center em
Houston, Terry White e Charles Redmond. Para transmitir todo o sabor da
conversação, aqui está como ela ocorreu:
Pergunta: Como vocês ficam sabendo sobre tais histórias OVNI? Os autores e editoras tentam checá-las com vocês?
White: Eu normalmente ouço falar primeiro nelas quando algum repórter me
telefona, dizendo que viu outra revelação de algum “encobrimento da
NASA”. As pessoas que escrevem tais histórias — elas raramente têm a
cortesia ou coragem de nos enviar cópias pré-publicação.
Redmond: As únicas vezes que eu lembro ter sido perguntado por uma
explicação é quando minhas explicações podiam ser retratadas como algum
tipo de encobrimento — ou descartadas.
White: Editoras responsáveis como Readers Digest, National Geographic e
New Yorker têm o hábito de verificar a precisão de seus autores nos
pedindo para checar seu material factual. Mas quanto a livros sobre
ÓVNIS e imprensa de tablóide — não, eles nunca checaram conosco antes de
publicar. . . .
Redmond: . . . ou depois de publicar, também!
Pergunta: Para o registro, vocês têm algum segredo sobre ÓVNIS ou vida alienígena?
White: Nenhum. Essas histórias são lixo e eu conto para qualquer pessoa
que liga justamente isso. Normalmente nós não queremos dignificar tal
lixo com uma resposta séria.
Redmond: Nós não temos nenhum segredo OVNI. De fato, esta é uma área
onde nosso escritório gastou mais tempo vasculhando fotografias e
transcrições para as mídias de notícias, em resposta às assim chamadas
“alegações OVNI”. Mas até a sugestão de que estamos retendo qualquer
coisa, simplesmente não é verdade.
White: Nós sabemos sobre casos onde fornecemos filmes e relatos e
estudos técnicos e então vimos essa informação distorcida e dando falsas
impressões. Isso é de onde estas histórias sobre astronautas e ÓVNIS
vêm: informação não verificada e distorcida.
Pergunta: Houve alguma vez qualquer capacidade de censurar transmissões espaciais?
Redmond: O Escritório de Assuntos Públicos — o “P-A-O” [Public Affairs
Office] — no Controle de Missão realmente tinha um interruptor inibidor
para os sinais de voz ar-terra, que estava em um atraso de sete segundos
para permitir a sincronização com as imagens de televisão processadas
por computador. . . .
White: . . . mas aquele interruptor nunca foi usado, até onde possa
lembrar. E eu era a “voz da Apolo” PAO em muitos, muitos vôos.
Redmond: Certo, eu suponho que [o interruptor] estava lá para manter uma
tragédia espacial fora do ar “ao vivo” até que nós pudéssemos notificar
qualquer familiar próximo, mas não teria afetado as transcrições em
todo caso, só a liberação de tempo real que era direcionada para a sala
de notícias e para as redes. Nós só tivemos autoridade para usar isto
durante em torno de um minuto no máximo, de qualquer maneira. As
transcrições sairiam eventualmente, completamente sem censuras.
White: Ocasionalmente nós configuraríamos para exame médico privado ou
conversações familiares. Não havia nenhuma freqüência ou código
especial, nós só desconectaríamos o resto dos consoles no centro de
comunicações.
Redmond: As conversações médicas não foram registradas, e não foram
liberadas — embora nós fizéssemos um sumário delas em entrevistas
coletivas. Há algo no Juramento de Hipócrates sobre um doutor ter que
manter confidência com seus pacientes.
Pergunta: Com que freqüência isto aconteceu?
Redmond: Durante a Apollo, bastante infreqüentemente. Durante a Skylab,
nós teríamos tal conversa talvez a cada três dias por aí.
Pergunta: Assim não havia nenhum código especial ou canal secreto?
Redmond: Não, nós usamos nossos canais ordinários, mas a tripulação
pediria apenas o doutor — o “cirurgião de vôo” — e o resto de nós
desconectaria.
White: Ou então a tripulação poderia falar reservadamente com suas
famílias em um quarto na parte de trás depois do corredor da sala de
controle.
Pergunta: Fora destas conversas confidenciais com doutores, esposas e
crianças, não havia nenhuma outra conversação que não se tornou
publicamente disponível?
Redmond: Não, eu não acho, não vejo como eles poderiam ter feito isto.
Pergunta: Por que você supõe que esses livros e artigos de revista sobre
ÓVNIS são escritos com tais acusações sórdidas contra NASA?
White: Eu acho que eles só são escritos para explorar a histeria
pública, e para o inferno com os fatos. Essa é minha opinião pessoal,
que eles favorecem o pânico e apelam para a ignorância pública.
Redmond: Eu me sinto frustrado pela ingenuidade do público, e pelo
aproveitamento descarado de escritores que brincam com o desejo do
público de ser mistificado. Mas eles usam apenas truques baratos, estes
escritores. Eles entregam artigos falsos.
Pergunta: Mas que dano isso faz?
White: Não muito. Só uma parcela pequena realmente acredita em tal lixo, considerando a credibilidade das fontes.
Redmond: Eu discordo. Acho que é bastante prejudicial ao reduzir a credibilidade do programa espacial, e a imagem da NASA.
Permita-me um momento para um comentário próprio: Um leitor deste
relatório chegará a uma conclusão completamente diferente daquela
exposta por Wilson, Harder, Barry, Gris, Berlitz e outros. Uma coleção
bem divulgada de excêntricos, malucos, vigaristas e inocentes bem
intencionados criou uma fachada de ‘encontros OVNI’ e uma falsa alegação
de ‘encobrimento da NASA’ relativo a ÓVNIS supostamente vistos há dez
anos atrás na expedição da Apollo 11 para a Lua. Para alguns, as
recompensas são provavelmente psicológicas, para outros, publicidade;
para aquelas porções da mídia que lhes ofereceram avidamente um palco,
as recompensas suculentas foram financeiras em natureza. Explicações e
exposições de fraude (como na edição de Outono Inverno de 1977 da
revista Search, de fevereiro 1977 da Space World, as edições de 1978 do
Skeptical Inquirer e releases de notícias oficiais da NASA) são
ignoradas ou distorcidas — e aqui de fato está a verdadeira conspiração
de encobrimento, se pode ser dito que uma existe. A reputação do
programa espacial e dos astronautas sofreu, o público foi confundido e
enganado, e o dinheiro rola por aí. Eu imagino com freqüência, onde
estão os jornalistas investigativos corajosos que revelarão esta fraude
OVNI?
Onde isso deixa os leitores depois de ver o que parecia uma história
OVNI espacial sólida se despedaçar em enganos, falsificações e mentiras?
Especialistas OVNI experientes devem imaginar quanto de outros casos
OVNI “clássicos” que parecem igualmente bons estão igualmente podres
debaixo da superfície.
Duas perguntas vêm à mente, mas não podem ser respondidas. Primeiro, a
Apolo 11 não era excitante o bastante sem os ÓVNIS fictícios? E segundo,
se há tantos outros casos OVNI verdadeiramente autênticos em registro,
por que os escritores OVNI têm que confiar tanto em evidência duvidosa
assim?
As respostas para estas perguntas ajudarão a estabelecer a verdadeira
importância do que do contrário poderia ter sido apenas uma esquálida
nota de rodapé em um capítulo sobre a história da exploração espacial.
Mas se os investigadores e entusiastas OVNI futuros aprenderão qualquer
coisa disto é uma boa pergunta. Porque nós podemos ver que histórias
OVNI parecerem tomar vida e se espalhar por si mesmas, até mesmo quando
não há absolutamente nenhuma fundação em fato na qual elas poderiam ter
sido possivelmente baseadas. E se isso é verdade neste caso, temos que
suspeitar que aconteceu com alguma freqüência em outros casos onde não
podemos determinar os fatos com tal certeza. E por mais que digam o
contrário, os peritos e divulgadores OVNI — Mullaney, Sandler,
Emenegger, Fuller, Hervey, Button, Harris, Binder, Matsumura, Barry,
Pepper, Lorenzen, Harder, Chatelain, Lepoer-Trench, Zigel, Boznich,
Wilson, Gris, Goodavage, Beckley, Pratt, Creighton, Berlitz, Moore,
Azhazha e outros têm que de alguma forma ser responsabilizados por
promulgar padrões basicamente defeituosos. Porque não importa o que eles
possam admitir de forma privada, suas posições públicas permanecem
enganosas.