quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Demonologia

Da mesma forma que a angelologia estuda a natureza e a ação angelical, a demonologia ocupa-se do estudo relativo aos demônios. Sua origem pode ser associada ao pensamento de São Tomas de Aquino que, no século XIII, potencializa a figura demoníaca a partir da iconografia pagã que se utiliza da junção física de homem-animal para representar suas divindades. Neste caso, o bode, animal tido como símbolo de fertilidade, cede patas e cornos para a arte medieval representá-lo como personificação do mal. Neste momento, a figura de Satã é delineada claramente como o Anti-Cristo.

Assim, estabelece-se uma espécie de hierarquia demoníaca e uma classificação que é definida por "funções e poderes" de cada criatura. Encontra-se, por exemplo, referências aos Súcubos e aos Íncubos, que seriam, respectivamente, demônios de natureza feminina e masculina capazes de transmutar sua "aparência física" com o objetivo de manter relações sexuais com seres humanos durante o sono.

Na transição entre os séculos XV e XVI, com o advento do Renascimento e do Iluminismo, alguns aspectos da espiritualidade humana foram subjugados em detrimento do progresso científico. Assim, a figura do demônio, inferno, dualidade e outros elementos que fundamentavam as crenças da Antiguidade e Medieval, também ficaram esquecidos.

Entretanto, sua imagem se difundido imensamente na cultura e nas artes ocidentais, como Mefistófeles em Fausto, de Goethe e Satã em Macário, de Álvares de Azevedo. Em cada uma das aparições, o demônio traz características distintas, ora hostil e agressivo; ora lúcido e irônico. Já em meados do século XX, com início do movimento New Age, ressurgimento de algumas crenças pagãs e a propagação de doutrinas orientais, o demônio ressuscitou como um "objeto de estudo" e tornou-se alvo de adoração por seitas como Satanismo e Luciferianismo; porém, através de perspectivas bem particulares, não tendo necessariamente uma relação com princípios históricos e culturais.

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