Ao longo dos séculos o nome de Judas foi estigmatizado como traidor, ladrão. Na história do Cristianismo, Judas Iscariotes foi aquele que, com um beijo, entregou Jesus Cristo aos romanos. Contudo, um evangelho, escrito pelo o seu filho primogénito, Benjamin Escariotes, conta, em pouco mais de vinte e duas mil palavras, uma outra versão da vida do discípulo traidor. O Evangelho Segundo Judas é resultado de uma intensa e improvável colaboração entre Jeffrey Archer e o Professor Francis J. Moloney e conta as histórias de Jesus, segundo a interpretação do discípulo Judas.
Neste livro, Judas não traiu Jesus. Segundo os autores, o discípulo, que, nunca recebeu 30 moedas prata para entregar o seu mestre, só queria ajudar Jesus a sair de Jerusalém, para fugir à morte anunciada, foi enganado por um escriba, que o havia prometido que tiraria Jesus da cidade santa. Esse escriba, porém, apareceu no Monte das Oliveiras, juntamente com o exército romano, na altura da captura de Jesus Cristo.
Neste livro, Judas não se enforcou por altura da crucificação de Jesus. Aliás, de acordo com os autores, o discípulo morreu muito anos depois, da mesma que o seu mestre: crucificado. Como judeu, Judas, apesar de estar fascinado com Jesus, deixou de acreditar nele, constatando que este não seria o Messias que o seu povo tanto esperava, mas, sim, apenas um profeta.
Questões polémicas, com certeza, a juntar a outras revelações presentes na obra, como Jesus não ter andado sobre o mar, nem ter transformado a água em vinho nas bodas de Canãa, que certamente merecerão o repúdio de muitas entidades católicas.
Este Evangelho Segundo Judas é um livro, de leitura fácil, interessante para qualquer leitor, independentemente das suas crenças religiosas. Refira-se que muitas figuras ligadas à igreja, entre elas o Cardeal Carlo Maria Martin, Arcebispo de Milão, consideraram esta obra legítima.
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