quarta-feira, 24 de outubro de 2012

A PRÁTICA DO EXORCISMO

DEFINIÇÃO DO TERMO
Podemos definir exorcismo, como sendo o ato ou processo pelo qual uma pessoa ordena a um ou mais demônios que deixem o corpo de sua vitima, e assim acontece. Esta atividade fez parte contínua do ministério terreno de Jesus (At 10.38). Ele apenas com sua palavra, libertou centenas de pessoas do domínio dos espíritos imundos (Mc 1.23-26). O ministério de exorcismo ficou bem ilustrado nas próprias palavra que Ele proferiu: “É como amarrar o homem valente e depois lhe despojar os bens” (Mt 12.25-29). Expulsar demônios é despojar Satanás de suas vítimas.

Os exorcismos realizados por Jesus, bem como por seus apóstolos, além de motivados pelo amor às pessoas oprimidas, eram uma demonstração do poder de Cristo sobre as hostes do mal. Era uma prova de que o Reino de Deus havia chegado (Mt 12.28).

A PRÁTICA DO EXORCISMO
A prática do exorcismo (expulsão de demônios) é bastante comum nos dias atuais, não somente nas igrejas evangélicas (especialmente entre os grupos neopentecostais) como na igreja Católica e no espiritismo. Diante disso, é preciso conhecer o assunto tendo como regra a Palavra de Deus, para poder saber como agir nesta área.

Nem sempre é fácil saber os limites entre o físico, o psicológico e o espiritual. É necessário a quem se propõe expulsar demônios, ter discernimento espiritual para não taxar todas as pessoas com problemas psicológicos de endemoninhadas. Lamentavelmente, muitas das igrejas que trabalham com a dita “libertação”, causam enorme confusão, tratando todos os aflitos como se estivessem possuídos de demônios. Não são poucos os casos de pessoas que foram até agredidas na tentativa de se expulsar um “demônio”, quando na realidade a pessoa estava sofrendo um ataque epiléptico. Neste ponto, vamos destacar a ação dos padres da Igreja Católica, que se revelam prudentes e não praticam um exorcismo, sem antes fazerem todos os exames da pessoa e até obter aprovação de um bispo mais experiente.

O QUE É PRECISO PARA EXPULSAR DEMÔNIOS?

1 – CRER EM JESUS
Quem vai expulsar demônios precisa conhecer à Cristo e o seu poder. Expelir demônios é um sinal que acompanharia aos que cressem em Jesus (Mc 16.17).

2 – TER AUTORIDADE
É preciso que tenha autoridade dada por Cristo. Ele tinha autoridade indiscutível sobre os espíritos malignos (Mc 1.25-27). Os seus discípulos também receberam esta autoridade (Mt 10.1; Mc 6.7). Sem essa autoridade não devemos tentar expulsar nenhum demônio.

3 – CONFIANÇA EM CRISTO
É preciso fé e confiança no nome de Jesus. O poder do nome de Jesus sobre os demônios não é mágico. Consiste numa profunda confiança do crente no poder de Cristo. Os 7 exorcistas ambulantes que invocaram o nome de Jesus sobre um endemoninhado, não conheciam a Cristo, e a fórmula: “em nome de Jesus a quem Paulo prega”, não funcionou (At 19 13-16).

4 – JEJUM E ORAÇÃO
Em alguns casos, é preciso jejum e oração, pois algumas castas (tipos) de demônios oferecem maior resistência que outras (Mt 17.21; Mc 9.29).

5 – MOTIVAÇÃO CORRETA
Acima de tudo é necessário a motivação correta, que jamais pode ser lucro ou vanglória, como agem alguns exorcistas profissionais. Foi uma santa indignação que levou o apóstolo Paulo a esconjurar um espírito de adivinhação de uma moça em Filipos (At 16.18). O zelo pela glória de Deus, o amor aos oprimidos e até uma “ira santa” contra Satanás e seus demônios, são motivações corretas. Deve ser questionado a responsabilidade de “igrejas” que usam a expulsão de demônios para angariar lucros e adeptos.

COMO DEVE SER A EXPULSÃO DE DEMÔNIOS? 
Para expulsar demônios o correto é ordenar que saiam em nome de Jesus. A palavra de comando dada em nome de Jesus ocasionará a libertação da vítima (At 16.18). Vemos no Novo Testamento, que poderá haver resistência em alguns casos, e mesmo convulsão e gritarias (Mc 1.26; 9.20; At 8.7). Porém a autoridade do Nome de Jesus prevalecerá, a menos que haja incredulidade por parte de quem está expulsando (Mt 17.19-20).

O diálogo com demônios deve ser evitado, já que eles são por natureza mentirosos. Jesus poucas vezes interpelou demônios, e quando o fez foi para mostrar que uma pessoa pode ser possuída por uma legião de seres do mal (Mc 5.9). Mas, é importante observar que Jesus geralmente não mantinha dialogo com os espíritos malignos, pelo contrário, mandava que se calassem (Mc 1.25-34).

Existem praticas estranhas em algumas igrejas, de exporem os endemoninhados a vários tipos de humilhação. Para mostrar que tem poder sobre os espíritos malignos escarnecem dos mesmos, gerando um mal estar nas pessoas presentes, principalmente nos familiares da pessoa possuída. Minha sogra, que não é evangélica ficou escandalizada ao passar em frente uma igreja neopentecostal e ver uma senhora sair correndo do culto e o pastor gritando: “algum homem, segure esse demônio”. O arcanjo Miguel não escarneceu do diabo, só disse o “Senhor te repreenda” (Jd 9).

No Novo Testamento existem muitos casos em que o liberto se converteu, como Maria Madalena, da qual Jesus expulsou 7 demônios (Mc 16.9). Porém, caso a pessoa liberta não se arrependa de seus pecados e aceite a Cristo como Salvador, os espíritos malignos poderão retornar (Mt 12.43-45).

O USO DE OBJETOS RELACIONADOS COM O EXORCISMO 
A partir do século II, a Igreja Católica começou a introduzir um ritual complexo e supersticioso para expelir demônios. Além do nome de Jesus, começaram a clamar pelos nomes de mártires cristãos; com imposição de mãos sobre o endemoninhado e o uso de água benta, além da queima de raízes.

O mais espantoso é ver que algumas Igrejas evangélicas usam objetos “ungidos” na pratica exorcista, como lenços, sabonetes, copos de água e outras coisas. É a importação para dentro da Igreja, de práticas do paganismo, ocultismo e espiritismo. Para esse tipo de Igrejas, o Nome de Jesus já não e suficiente.

QUAL O PROPÓSITO DOS DEMÔNIOS AO POSSUIR PESSOAS? 
Desde sua condenação, o diabo e os seus súditos buscam impedir os propósitos de Deus bem como ampliar seu domínio na humanidade. A intensidade do seu desejo de reinar não diminuiu, nem sua busca para alcançar esse fim. A tentação de Jesus no deserto evidencia seu comportamento arrogante, já que nem mesmo Cristo foi poupado de seus ataques e desígnios. Sob seu controle, miríades de demônios estão interessadas em promover este plano. Várias são as artimanhas usadas por este exército maligno para destruir os planos de Deus. Dentre elas podemos destacar:

a)     Oposição aos santos
Eles constantemente se opõem aos santos em seus esforços para viver piedosamente em conformidade com o padrão estabelecido nas Escrituras.

b)    Afastar da fé
Por meio de suas artimanhas, investem na imitação, fazendo com que muitas pessoas entendam o certo como errado e o errado como certo. Seu alvo principal é induzir os homens ao pecado.

c)     Propagam a idolatria
Deus considera a adoração a outros deuses como prostituição e adoração aos demônios. Sabendo disso Satanás criou várias formas de adoração, tudo para separar o homem de Deus. Os seres humanos adoram: deuses de barro, madeira, gesso, plástico, chumbo, papel, pano e até os anjos. Adoram animais, aves e peixes. Tudo isso por influência maligna.

Os outros homens, que não foram mortos por estas pragas, não se arrependeram das obras das suas mãos, eles não pararam de adorar aos demônios, e aos ídolos de ouro, de prata, de bronze, de pedra e de madeira, que nem podem ver, nem ouvir, nem andar” (Ap 9.20).

OS DISFARCES 
Nem sempre os endemoninhados agem como tal. Muitas pessoas de comportamento normal e tranquilo, inesperadamente praticam atos que jamais seriam esperados. Quantas vezes pessoas consideradas pacíficas praticam crimes brutais.

CONCLUSÃO 
O exorcismo não pode ser usado como profissão, muito menos como meio de ganhar adeptos para igrejas.

- O culto é para ser cheio da presença de Deus e não de demônios.
- O culto é para que seja invocado o nome do Senhor e não o nome de demônios.
- No culto pode acontecer o aparecimento de endemoninhados, mas isso não pode ser regra.
- Nosso culto precisa ser cristocêntrico. O Senhor Jesus tem de ser o centro do culto.
- Nosso culto é um serviço ao Senhor, nunca uma exaltação as forças do maligno.

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