As garrafas eram objetos encantados que serviriam para desviar,
aprisionar e reverter malefícios e maldições lançadas por bruxas. Essas
garrafas eram preparadas por indivíduos com conhecimento em feitiçaria
(possivelmente também bruxos) que cobravam pelo serviço.
Historicamente a garrafa era preparada através de um ritual no qual ela
era enterrada em um barril de sal grosso ou banhada na luz da lua cheia.
Em seguida, a pessoa que encomendava a garrafa fornecia o material para
ser colocado no interior do objeto: fios de cabelo,
urina, gotas de sangue, unhas... esse material era combinado com ervas
especiais, temperos, alfinetes, ossos de animais, penas e outros itens
usados para afastar o mal.
Segundo o folclore, a garrafa era então enterrada no quintal da pessoa e
mantida ali, bem perto a fim de atrair, como um para-raios, os maus
fluídos lançados contra ela. Em alguns casos, os indivíduos preferiam
esconder a garrafa dentro de casa, em compartimentos secretos, algumas
foram descobertas em nichos em paredes e atrás de lareiras. A proteção
se manteria enquanto a garrafa estivesse intacta, por isso há um ditado
britânico que diz: "Proteger o frasco de quem lhe quer o mal".
A garrafa encontrada em Greenwich continha 12 pregos entortados (um
deles atravessando um pedaço de couro cortado na forma de coração), oito
alfinetes, 10 fragmentos de unha de um adulto (não de um trabalhador,
mas de alguém que usava serviços de manicure, portanto uma pessoa de
posses), uma boa quantidade de fios de cabelo (com traços de nicotina,
evidenciando um fumante), espinhos, ramos de alecrim e dentes de alho.
Uma análise química também encontrou traços de enxofre, urina, sangue,
vinho tinto e vinagre no fundo da garrafa.
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