sábado, 3 de maio de 2014

GOETIA

O termo Goetia provem do latim da Idade Média significando “A Arte de Uivar”, e do Grego γοητεία (goēteia) que significa "feitiçaria".
Goetia ou Ars Goetia refere-se à prática de Invocação de Anjos ou a Evocação de Demónios descritos no Grimório do séc. 17, The Lesser Key of Solomon (A Chave Menor de Salomão).
A Goetia baseia-se na lenda judaico-cristã segundo a qual alguns Anjos transmitiram a Salomão, rei de Israel, ensinamentos que lhe permitiram ter poder e controlo sobre os principais demónios existentes na Terra e consequentemente a todos os espíritos menores por eles comandados facultando-lhe desta forma diversos poderes sobrenaturais: como invisibilidade, sabedoria sobre-humana e visões do passado e futuro.
A Chave de Salomão, Grimório medieval tem 2 formatos:
- A Chave Maior de Salomão, que contem instruções de magia, orações, conjurações e pentáculos para cada um dos planetas;
- A Chave Menor ou GOETIA:
A Chave Menor de Salomão ou Lemegeton (em latim, Lemegeton Clavícula Salomonis)
O Lemegeton é dividido em cinco partes: Ars Goetia, Ars Theurgia Goetia, Ars Paulina, Ars Almadel e Ars Notoria.
Contem comentários detalhados sobre a natureza dos espíritos evocados na magia cerimonial, bruxaria e necromancia.
A Arte Goética, geralmente chamada simplesmente de Goetia, é a ensinada na primeira parte das Clavículas de Salomão. 
O primeiro capítulo é conhecido como "Lemegeton Clavicula Salomonis" ou "A Chave Menor de Salomão" e nele são descritos todos os 72 Espíritos Infernais assim como todo o sistema que terá sido usado pelo rei Salomão.
Uma conhecida tradução do Lemegeton é The Goetia: The Lesser Key of Solomon the King (Lemegeton Clavicula Salomonis Regis), de 1904, é uma tradução do texto por Samuel Mathers e Aleister Crowley. É essencialmente um manual que pretende dar instruções para a convocação de 72 diferentes espíritos.
Todos os seres derivam do nome de DEUS, o "SHEMHAMPHORASH".
Segundo o princípio da dualidade, ele desdobra-se em positivo e negativo, em luz e sombras, em anjos e demónios, gerando assim os 72 anjos cabalísticos e os 72 demónios.
Segundo a teoria das leis herméticas, esses 72 espíritos seriam apenas um só, dividido em dois.
O acima mencionado nome de Deus, o SHEMHAMPHORASH, divide-se em dois aspectos:
* "LVX" (Árvore da Vida)
*"NOX" (Árvore da Morte)
Tanto em LVX, quanto em NOX há 72 dois anjos e 72 demónios.
A Goétia é uma prática Mágicka que se dedica exclusivamente à evocação dos 72 demónios de LVX (Árvore da Vida). Esses espíritos são como o contra-ponto dos 72 anjos cabalísticos.
Assim como os Anjos Cabalísticos, cada um dos seres da Goetia comanda e tem influência sobre algo específico. E cada um desses espíritos comanda legiões de espíritos.
Cada um desses espíritos Goeticos possui uma forma diferente, e cada um deles possui um "SELO", que o identifica e que é utilizada para chamá-lo.
Os 72 espíritos da Goetia dividem-se numa hierarquia complexa: são divididos em Reis, Príncipes, Duques, Marqueses…
Os praticantes da arte goetica, consideram esses espíritos não como demónios, mas sim como Deuses, sendo que os mesmos seriam benéficos. A título de exemplo, assim como o demónio Astaroth é uma derivação da Deusa Ishtar, e subsequentemente de Inanna, Afrodite, Vénus, outros há, que podem ser relacionados a outros tantos Deuses da Antiguidade…
Existem várias teorias sobre a natureza dos demônios:
1.    São entidades supra-naturais.
2.    São projeções de nosso psiquismo.
3.    São almas de seres humanos involuídos.
A primeira hipótese tem duas versões:
1.    A versão talmúdica: os demônios são seres intermediários entre os homens e os anjos.
2.    A versão cristã: eles são anjos caídos.
  • Sobre as estações
Sua arte observará as fazes da Lua[1]. Os melhores são o 2º, 4º, 6º, 8º, 10º, 12º ou 14º dias da Lua, a partir do primeiro dia da Lua Nova, como disse Shlomo.
  • Sobre os Sigilos
Os selos dos 72 espíritos devem ser feitos nos respectivos metais.
.Hierarquia
.Metal
.Símbolo Alquímico
..Reis
..Ouro
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..Marqueses
..Prata
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..Duques e Condes
..Cobre
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..Prelados
..Estanho
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..Cavaleiros
..Chumbo
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..Presidentes
..Mercúrio
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Estes 72 reis estão sob a potência de AMAYMON, CORSON, ZIMIMAY ou ZIMINAIR, e GOAP, os quatro grandes reis grandes que governam os quadrantes ou pontos cardinais, respectivamente leste, oeste, norte, e sul, e não serão chamados exceto em ocasiões especiais; mas serão Invocados e Comandados para emitir tais, ou tais espírito que está sob suas regias potências, como será demonstrado a seguir nas invocações ou Conjuros.
  • Sobres os Horários
Os Espíritos devem também ser chamado segundo o horário de sua hierarquia:
Hierarquia
Horário 
..Reis Principais
Das 9 até 12 horas, e das 15 até o por do sol.
..Marqueses
Das 15 até as 21, e daí até o amanhecer.
..Duques
Livremente chamados do amanhecer até o anoitecer.
..Prelados
Livremente chamados a qualquer hora do dia.
..Cavaleiros
Do crepúsculo até o alvorecer, ou das 16 até o por do sol.
..Presidentes
A qualquer hora do dia com exceção do crepúsculo, e da noite, a menos que os reis, a que estão submetidos, sejam Invocados.
..Condes
A qualquer hora do dia, em florestas ou quaisquer outros lugares aonde o homem não vá e nem exista ruído.
Notas
1- Alguns textos atribuem cada um dos 72 espíritos ao 72 graus ou semi decanos do Zodíaco. Crowley arranjou-os por decanos, divididos em dez graus, dando um espírito para o dia e outro para a noite.

O LEMEGETON nos trás O circulo em sua forma tradicional como utilizado na Teurgia Qabalistica desde os primórdios do velho aeon. (ver figura no início do tomo já com as cores corretas). Este é rodeado de quatro pentagramas (contendo o tetragramaton), nos quais em cada um uma vela irá arder durante o ritual.
Embora seja dito que o circulo deva ter o diâmetro de 9 pés [2,97m], a verdade é que muitas pessoas simplesmente não dispõem de um espaço grande os suficiente para seus rituais. O tamanho só é importante no tocante de ter-se liberdade o suficiente de movimentação.
A serpente enroscada só é mostrada em alguns casos, os nomes hebraicos na maioria das vezes são simplesmente escritos em forma espiralada entre os dois círculos. Devemos lembrar que, ao contrario do português, o Hebraico e sempre da direita para esquerda. Estes nomes são os nomes divinos ou de Anjos e Arcanjos identificados pelos cabalistas como pertencentes a cada uma das nove primeiras Sephiroth ou emanações divinas. As pequenas cruzes de Malta são usadas para marcar separação. A Tradução para o português corrente começando da cabeça da serpente é:
  • Ehyeh Kether Metatron Chaioth Ha-Qadehs Rashith Ha-Galgalim 
  • lah Chokmah Ratziel Auphanim Masloth 
  • Iehovah Eolhim Binah Tzaphquiel Aralim Shabbathai 
  • El Chesed Tzadquiel Chaschmalim Tzedeq 
  • Elohim Gibor Geburah Kamael Seraphim Madim 
  • Iehovah Eloah Va-Daath Tiphereth Raphael Malakim Shemesh 
  • Iehovah Tzabaoth Netzach Haniel Elohim Nogah 
  • Elohim Tzabaoth Hod Michael Beni Elohim Kokav 
  • Shaddai El Chai lesod Gabriel Cherubim Levanah 
Que fique claro ara o adepto que estes mesmos nomes não constituem um dogma imutável. pode-se escolher livremente um ou vários nomes com os quais o Magista tenha especial afeição, desde que as cores respectivas e o simbolismo básico no que se refere à distribuição destes nomes no circulo sejam convenientemente respeitados. É de se esperar que os Magistas percebam logo que os nomes divinos na invocação, aqueles utilizados para submeter as entidades não é outro senão o próprio Magista. "Não há deus senão o homem" Liber AL.
De fato, dentro do circulo o magista é Deus Absoluto e único é o espírito que ordena os quatro elementos designados em cada quadratura. O circulo é usado para afirmar e caracterizar a natureza da obra a ser executada e é por excelência o campo de atuação da vontade do magista.
Ora, se o mago é o elemento principal, o espírito, nada mais adequado que ele seja identificado com o principio, e portanto o portador do verbo. Sem o espírito toda a matéria seria um caos desordenado e estéril, posto que é o espírito que dirige e organiza os elementos no ato de creação (ou criação, com o queira).
O circulo é portanto apenas uma representação simbólica do universo, ao traçar o circulo, o adepto traça o seu espaço infinito, dentro do próprio infinito, o todo dentro de tudo em sua manifestação mais obvia. Sendo infinito fica claro o porque da figura ser um circulo e não um triângulo ou um quadrado; afinal, muito embora o circulo se identifique de modo bastante explicito com estes polígonos como é do conhecimento dos Adeptos mais avançados e experientes, “No circulo de atuação”, como nos lembra Eliphas Lévi, “o Mago cria aquilo que afirma.”
O que ele afirma nos limites do seu circulo esta automaticamente manifesto. O Magista é aquele que diz e é feito. A palavra ABRAHADABRA [eu crio enquanto eu falo] é um exemplo tanto desta doutrina como do que é feito em qualquer trabalho mágico. 


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