A posseção demoníaca é algo triste, polêmico e assustador. No qual um
indivíduo é possuído e controlado involuntariamente por um demônio. Já o
exorcismo designa o ritual executado por uma pessoa devidamente
autorizada para expulsar os espíritos malignos (demônios) de outra
pessoa que acredite estar num estado de possessão demoníaca.
Muitos não acreditam em nada disso, acham que os possuídos não passam de
loucos, doentes mentais. Mas é difícil achar explicação para tantos
casos existentes por aí e de vez em quando um ritual destes é
exatamente o que a pessoa precisa
O filme "O Exorcista" (1973) foi inspirado em um caso real, não
envolvendo uma garotinha de 12 anos, mas um menino de 13. Até hoje,
ninguém sabe o seu nome real. Ficou conhecido como Roland Doe (algo como
"sicrano de tal" em inglês) ou Robbie Manhein, pseudônimo dado pelo
escritor Thomas Allen, em seu livro Possessed. Ele nasceu em 1936, em
Cottage City (EUA), numa família luterana e muito religiosa. Era muito
apegado a sua tia Herriet, que era fascinada com o mundo espiritual e
gostava de mexer com a tábua de Ouija (o equivalente a nossa brincadeira
do copo). Quando ela morreu, em 1949, o menino tentou contatá-la usando
o tabuleiro, o que teria atraído o demônio.
Ele começou a ouvir barulhos estranhos, objetos levitavam e camas se moviam quando o garoto estava nelas. Palavras como "hell" (inferno) e "evil" (mal) apareciam inexplicavelmente em sua pele, além disso, Robbie urinava e defecava em qualquer lugar e sua voz estava macabramente alterada. Um pastor luterano tentou realizar o primeiro exorcismo. Depois, veio um sacerdote da Igreja Episcopal. Quando ambos falharam, a família apelou para padres jesuítas. Pelo menos quatro se arriscaram. Violento, o menino quebrou o nariz de um deles.
Depois de cerca de 30 rituais em 2 meses, os padres acharam que tinham vencido o capeta. Um barulho muito forte como um trovão ou o disparo de uma arma ecoou pelas paredes do quarto. O garoto então teria declarado: "acabou, acabou". Apesar de tudo, Robbie teve uma vida normal: casou-se, foi pai e avô.
Clara Germana Cele
Nascida na África do Sul em 1890, foi parar ainda bebê num orfanato
católico da cidade de Natal. Foi batizada pelos religiosos que cuidavam
do lugar, levando uma vida normal até os 16 anos, quando o bicho começou
a pegar, literalmente! Acontecimentos inexplicáveis começaram a afetar a
garota e as pessoas que conviviam com ela. Mais tarde, ela viria a
confessar a um padre que fez um pacto com Satanás (por motivos que até
hoje não estão claros) e que essa teria sido a causa de seu tormento.
Segundo as freiras do orfanato, clara tornou-se incontrolável e passou a demonstrar força descomunal. Era capaz de agarrar as religiosas e jogá-las longe ou então dava surras terríveis nelas. Seus gritos assustadores pareciam o de um bando de animais selvagens, de acordo com as freiras. Mesmo com pouca educação formal, Clara desenvolveu a estranha capacidade de entender várias línguas, como francês e polonês. Também teria demonstrado clarividência, sabendo segredos e pecados de pessoas com as quais nunca tinha tido contado. Há relatos até de que teria levitado.
O ritual de exorcismo foi conduzido pelo padre Erasmos e pelo diretor espiritual do orfanato. Conta-se que, ao receber água benta, a moça recobrava a consciência momentaneamente. Clara chegou a tentar estrangular um dos sacerdotes com a estola que ele usava. Após dois dias de trabalho, os padres conseguiram esconjurar a entidade, o exorcismo foi um sucesso.
Anneliese Michel
Anneliese Michel serviu como base para o longa "O Exorcismo de Emily
Rose" mas a história sofreu várias adaptações. Enquanto, na ficção a
protagonista era americana, anneliese nasceu em 1952 em Leiblfing, na
Baviera, região mais católica da Alemanha e terra natal do papa Bento
XVI. Ela e toda sua família eram muito religiosos.
Na adolescência, Anneliese começou a ter fortes convulsões e foi
diagnosticada com epilepsia associada à esquizofrenia. Iniciou-se um
tratamento intensivo, que durou um ano. Supostamente recuperada,
Anneliese completou o segundo grau, e ingressou numa universidade, mas
os estudos foram interrompidos.
Anneliese Michel começou a ter visões assustadoras de faces demoníacas
enquanto, ajoelhada, dedicava uma prece ao Senhor. Vozes invadiam os
seus ouvidos com promessas terríveis, dizendo que ela queimaria para
sempre no inferno. As vozes e visões demoníacas se tornaram cada vez
mais constantes e opressoras. Anneliese assumira um comportamento
agressivo. Consta que a moça “insultava, espancava e mordia os outros
membros da família, além de dormir sempre no chão e se alimentar com
moscas e aranhas, chegando a beber da própria urina. Anneliese podia ser
ouvida gritando por horas em sua casa, enquanto quebrava crucifixos,
destruía imagens de Jesus Cristo e lançava rosários para longe de si.
Ela também cometia atos de auto-mutilação, tirava suas roupas e urinava
pela casa com freqüência”. Frustrada, a família de Anneliese se revoltou
contra os médicos e os remédios, já que, aparentemente, não faziam
efeitos. A família passou então a atribuir a doença à ação do diabo e
buscaram o auxílio da Igreja.
Foram 67 seções, de até quatro horas, durante dez meses, realizadas uma
ou duas vezes por semana. Durante as sessões, Anneliese, muitas vezes,
“tinha que ser segurada por até três homens ou, em algumas ocasiões,
acorrentada”. Argumenta-se que ela “lesionou seriamente os joelhos em
virtude das genuflexões compulsivas que realizava durante o exorcismo”.
Anneliese parou de tomar seus remédios e passou a se alimentar cada vez
menos. Ela morreu em 1976, dormindo. A autópsia considerou a causa de
sua morte por falência múltipla dos órgãos, devido o seu estado avançado
de desnutrição e desidratação. Nesse dia o seu corpo pesava apenas 30
kg. A justiça alemã condenou os pais e os padres por homicídio culposo
(quando não há a intensão de matar). A pena foi de 6 meses de prisão,
mas depois acabou sendo suspensa.
Anneliese teria relatado um no qual dialogara com a Virgem Maria. A mãe
de Jesus teria proposto à jovem a seguinte escolha: liberar-se, em
proveito próprio, do terrível jugo demoníaco, ou continuar imersa no
dolososo martírio, mas em nome da fé cristã. Anneliese teria escolhido a
segunda opção, pois assim ela seria um público exemplo de que os
demônios existem e de que ele é capaz sim, de exercer toda a sua maldade
nas pessoas. Essa escolha serviria de aviso a toda a humanidade de que o
demônio existe e que nos ronda a todos, e que e por isso, elas deveriam
sempre rezar e jamais perder a fé.
Esse vídeo tem o áudio do exorcismo de Anneliese Michel.
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