quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

Caminhando sob a Senda Mística


  Ao enveredar no caminho obscuro da Senda Mística olhe-se diante do espelho e verás o que te espera – Conhecer a Ti mesmo.
Conhecer a si mesmo não é se fechar sob a caixa de pandora e exigir que se abra.Nem acreditar que somente aquilo que vê e sabe é real.Tente olhar com o olho do outro.Há coisas que somente podem ser vistas e entendidas pelo ponto de vista do outro.Somente assim poderá aprender o que o outro escreveu e ensinou.

E então poderá despertar o seu mestre interior e ver com seus próprios olhos.Ao adentrar no olho do outro aprenda como se faz,porque se faz e o que se faz.E ao retornar a olhar com seus próprios olhos, respire fundo e faça.

Nenhum conhecimento pode ser declarado conhecimento se não houver ação.Se criares barreiras entre o seu modo de ver e o dos outros,viverá fechado e comprimido em si mesmo.Ao ver com os olhos dos outros,poderá entendê-los e saber o que realmente estão pensando.Quando aconselha alguém com o seu ponto de vista na intenção de dizer o que você faria em vez de entender o que ele deve fazer do ponto de vista dele,comete um sacrilégio contra a vontade humana.

Por isso,é importante não tentar entender ou julgar os outros pelo seu ponto de vista.Ninguém tem o direito de viver a vida do outro,principalmente fazendo-os enxergar apenas a nossa vida como exemplo,por achar, de forma egoísta, que sabemos exatamente como eles devem viver.Quando lemos um livro importante ou quando somos guiados por um mestre espiritual conhecemos o que os outros pensam.

Ser guiado não é o mesmo que ser alienado,alienação e entregar aos outros a sua vontade.E é por esse motivo que se procura conhecer a si mesmo e despertar seu mestre interior para poder enxergar com os próprios olhos.

Aquele que caminha sob a Senda Mística pode ser acusado de fugir ao problema no que se refere à verdade, ainda que não descubra a “verdade em si”, irá descobrir que tudo possui uma questão cultural, uma falsa consciência e muitas circunstâncias desconhecidas,
relevantes para sua descoberta.

Na realidade, se acreditarmos já possuirmos a verdade, perderemos o interesse em descobrir as próprias intuições que nos conduziriam a uma compreensão aproximada e não estaríamos prontos para entender os dogmas e os paradigmas que criamos.

Os paradigmas são modelos, diretrizes, formas de pensamento ou caminhos e teorias que construímos.Ao romper um paradigma surge um outro, ao quebrar uma regra forma-se outra.Se disser que não “existe regras e que tudo é feito pela vontade”, acaba formando uma nova regra.
Quando se muda um paradigma não significa falta de lei ou de ordem.Tudo tem um significado e uma representação,mesmo sendo nós os grandes produtores desses paradigmas.

Para isso,não podemos enxergar apenas pelo meio da causa e efeito ou pela ação e reação.Em um tudo há um significado ou uma representação.Há um significado na causa e outro no efeito.
Até mesmo o acaso possui um significado.

Eles podem representar uma manifestação da vontade e da lei.Ao conceder a experiência mística o único meio adequado de se revelar ao homem sua natureza e sua espiritualidade,ainda é preciso admitir que o elemento inefável almejado para adentrar na senda do conhecimento espiritual não pode ser possível sem uma mudança de postura,autoconhecimento,de conhecimento social e cultural estabelecido pelos conceitos éticos e morais.

O conhecimento cognitivo que se processa no interior do cérebro não é suficiente para embrenhar na Senda Mística.Este conhecimento lógico não é a única forma de aprendizagem.
É preciso um conhecimento de sensibilidade,que venha do tato e que não passa apenas pelo cérebro.

É necessário visualizar,pegar,sentir,tatear com as mãos,abstrair e concretizar conhecimentos para poder imaginar e despertar a Fé em si mesmo.
Nenhum conhecimento está centrado exclusivamente no cérebro,mas também nos sentidos,na percepção e na intuição.

As bases fundamentais são:
Conhecer a ti mesmo,a Fé,Conhecimento e a Vontade.

Conhecer a ti mesmo é o primeiro desafio para obter consciência de si mesmo e do que é capaz.
Não se pode dizer que conhece tudo o que está ao redor se não conhece a si mesmo.Somente conhecendo sua divindade e seu demônio saberá o que é capaz de fazer.

O segundo desafio é a Fé em si, revelar sua divindade interior.A Fé é mais que um requisito é a sublime transparência do Sou.A manifestação do Sou reflete a força interior e exterior que desnuda o que está dentro de si, a Fé.

O terceiro desafio é o Conhecimento.Conhecer é aprender,seguir o coração,o seu corpo,sua mente e seu espírito no caminho da espiritualidade e da evolução do ser humano.O conhecimento está estritamente ligado com todos os sentidos da natureza humana,e é o que dará o impulso no movimento de suas forças.

O quarto desafio é a Vontade e está intrínseco a todos desafios.É impossível obter sucesso se não houver vontade.Não há base única,nem deve ser visto com pessimismo o fato de não possuir nenhum desses atributos,porém,para permanecer na Senda é preciso,no entanto,buscar estes desafios tornando-se uma pessoa de ação.

Engana-se aquele que acha que tudo é simples.Na realidade a simplicidade das coisas está na complexidade do que é.Somente com predisposição de aprender e humildade poderá,então,seguir adiante caminhando pela Senda Mística.

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