domingo, 1 de fevereiro de 2015

Templo de Jerusalém


O Templo de Jerusalém (em hebraico בית המקדש, beit hamiqdash) é o nome dado ao principal centro de culto do povo de Israel, onde se realizavam as diversas ofertas e sacrifícios conhecidas como o korbanot.

O primeiro templo usado pelos hebreus foi o Tabernáculo, chamado de Templo do Senhor.

O Templo de Jerusalém situava-se no cume do Monte Moriá (também chamado Monte do Templo), no leste de Jerusalém.

De acordo com a Bíblia, o Primeiro Templo foi construído no local onde Abraão havia oferecido Isaque como sacrifício. O templo foi construído durante o reinado de Salomão, utilizando o material que havia sido acumulado em grande abundância por seu antecessor, o Rei Davi. Após a construção do templo, ele permaneceu treze anos sem ser usado, por motivos desconhecidos. Foi saqueado várias vezes e acabou por ser totalmente incendiado e destruído por Nabucodonosor II, que levou todos seus tesouros para a Babilônia.

Pelos cálculos de James Ussher, a ordem para a construção do Primeiro Templo foi dada pelo Rei Davi em 1015 a.C.. As fundações do templo foram lançadas em 21 de Maio de 1012 a.C., no segundo dia do segundo mês (Zif), quatrocentos e oitenta anos depois da saída de Israel do Egito. A construção terminou em 1005 a.C., mas sua dedicação foi adiada até o ano seguinte, por este ser um ano de jubileu (o nono jubileu), e, segundo Ussher, exatamente três mil anos desde a criação do mundo.

O Segundo Templo foi reconstruído após o retorno do cativeiro na Babilônia, sob orientação de Zorobabel. O templo começou com um altar, feito no local onde havia o antigo templo, e suas fundações foram lançadas em 535 a.C.. Sua construção foi interrompida durante o reinado de Ciro, e retomada em 521 a.C., no segundo ano de Dario I. O templo foi consagrado em 516 a.C.. Diferentemente do Primeiro Templo, este templo não tinha a Arca da Aliança, o Urim e Tumim, o óleo sagrado, o fogo sagrado, as tábuas dos Dez Mandamentos, os vasos com Maná nem o cajado de Aarão. A novidade deste templo é que havia, na sua corte exterior, uma área para prosélitos que eram adoradores de Deus, mas sem se submeter às leis do Judaísmo.

Nos quinhentos anos desde o retorno, o templo havia sofrido bastante com o desgaste natural e com os ataques de exércitos inimigos. Herodes, querendo ganhar o apoio dos judeus, propôs restaurá-lo. As obras iniciaram-se em 18 a.C., e terminaram em 65. O templo foi destruído em 70.6

Atualmente, o cume do Monte Moriá corresponde à região denominada Haram esh-Sherif. No centro, no local onde ficava o antigo templo, existe uma mesquita, chamada de Kubbet es-Sahkra (Domo da Rocha) ou Mesquita de Omar. No centro da mesquita existe uma rocha, onde são feitos sacrifícios.

Quatro foram os que mataram Jesus: em primeiro lugar o povo judeu que, representado por seus sacerdotes deram a sentença de morte no Sinédrio, e representado pelos que estavam em Jerusalém para a Páscoa, pediu sua crucificação a Pilatos; em segundo lugar os romanos que executaram a pena, dando-lhe cumprimento no Gólgota; em terceiro lugar a democracia que foi o método usado para decidir sobre a soltura ou não de Jesus; em quarto lugar cada um nós por causa de nossos pecados.



No primeiro, segundo e terceiro caso temos as causas históricas de sua morte na cruz. No quarto temos a causa teológica de sua morte. 

Judeus e romanos não agiram como atores cegos do plano divino da redenção que implica que, através da morte de Cristo, seja operada a salvação do mundo. Ambos foram culpados pelo crime de lesa majestade cometido. Lesa majestade por que Cristo é Deus. Nada há de maior que a majestade divina. Porém a culpa maior foi dos judeus que tinham o conhecimento das profecias que anunciavam a vinda do Messias. Os judeus podiam tê-lo reconhecido como profeta, messias e Deus mas se recusaram por má vontade. Os romanos não o conheceram por que não tinham as profecias. Erraram mais por ignorância que por má vontade: ainda que Pilatos soubesse que Jesus era um homem justo, aplicou a sentença mais por medo do povo que por ódio a Cristo. Bem diferente foi o caso dos Judeus que odiavam Cristo e queriam matar-lhe desde os primórdios de seu ministério. Em Nazaré, quando anunciou na Sinagoga que nele se cumpriam as profecias que Isaías tinha feito acerca do tempo de graça que seria inaugurado pelo Messias, tentaram lançá-lo de um penhasco, mas disso se livrou Jesus fugindo em meio a confusão causada pelos Judeus.

Tão grande era este ódio que se dizia que "todavia ninguém falava dele abertamente, por medo dos judeus."(João 7,13). Jesus, no evangelho de João, mostra como os Judeus, por ódio a verdade, tinham se tornado filhos do pai da mentira e homicidas: "Por que não entendeis a minha linguagem? Por não poderdes ouvir a minha palavra.Vós tendes por pai ao diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai. Ele foi homicida desde o princípio, e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso, e pai da mentira.Mas, porque vos digo a verdade, não me credes.Quem dentre vós me convence de pecado? E se vos digo a verdade, por que não credes?Quem é de Deus escuta as palavras de Deus; por isso vós não as escutais, porque não sois de Deus.Responderam, pois, os judeus, e disseram-lhe: Não dizemos nós bem que és samaritano, e que tens demônio?Jesus respondeu: Eu não tenho demônio, antes honro a meu Pai, e vós me desonrais.Eu não busco a minha glória; há quem a busque, e julgue.Em verdade, em verdade vos digo que, se alguém guardar a minha palavra, nunca verá a morte.Disseram-lhe, pois, os judeus: Agora conhecemos que tens demônio. Morreu Abraão e os profetas; e tu dizes: Se alguém guardar a minha palavra, nunca provará a morte.És tu maior do que o nosso pai Abraão, que morreu? E também os profetas morreram. Quem te fazes tu ser?Jesus respondeu: Se eu me glorifico a mim mesmo, a minha glória não é nada; quem me glorifica é meu Pai, o qual dizeis que é vosso Deus.E vós não o conheceis, mas eu conheço-o. E, se disser que o não conheço, serei mentiroso como vós; mas conheço-o e guardo a sua palavra.Abraão, vosso pai, exultou por ver o meu dia, e viu-o, e alegrou-se.Disseram-lhe, pois, os judeus: Ainda não tens cinqüenta anos, e viste Abraão?Disse-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que antes que Abraão existisse, eu sou.Então pegaram em pedras para lhe atirarem; mas Jesus ocultou-se, e saiu do templo, passando pelo meio deles, e assim se retirou.(João 8,43-59 )".

O mesmo evangelho decreta a suprema culpabilidade dos Judeus: "Saiu, pois, Jesus fora, levando a coroa de espinhos e roupa de púrpura. E disse-lhes Pilatos: Eis aqui o homem.Vendo-o, pois, os principais dos sacerdotes e os servos, clamaram, dizendo: Crucifica-o, crucifica-o. Disse-lhes Pilatos: Tomai-o vós, e crucificai-o; porque eu nenhum crime acho nele.Responderam-lhe os judeus: Nós temos uma lei e, segundo a nossa lei, deve morrer, porque se fez Filho de Deus.E Pilatos, quando ouviu esta palavra, mais atemorizado ficou.E entrou outra vez na audiência, e disse a Jesus: De onde és tu? Mas Jesus não lhe deu resposta.Disse-lhe, pois, Pilatos: Não me falas a mim? Não sabes tu que tenho poder para te crucificar e tenho poder para te soltar?Respondeu Jesus: Nenhum poder terias contra mim, se de cima não te fosse dado; mas aquele que me entregou a ti maior pecado tem.(João 19,5-11).

Quem seria "aquele" de quem Jesus falou a Pilatos? Este "aquele" se refere ao povo Judeu. Jesus aí fala no singular. Dado que eram várias as autoridades judias ali presentes diante de Pilatos, ele não pode tratar de uma delas em especial. A explicação mais plausível para o termo "aquele" é que ele se refere a uma coletividade, ou seja, ao povo. 

Quanto a isso reflitamos sobre as Bodas de Caná onde Jesus fez seu primeiro milagre. Os noivos de Caná eram judeus, membros da Antiga Aliança, e suas núpcias se davam ainda de acordo com a Lei de Moisés e os costumes da Sinagoga. Eles representavam então as núpcias de Deus com a Sinagoga, que São Paulo comparou com as núpcias de Abraão com sua escrava Agar, e a de Jacó com Lia. Agar era a escrava e não a esposa legítima e primeira, e Lia tinha os olhos doentes e, por isso, não via bem. Assim, a Sinagoga foi a escrava e não a verdadeira esposa, e, quando chegou o Esposo, ela não o reconheceu, porque não viu nele a realização das profecias, Ela "foi cega ao meio dia", hora em que levantaram Cristo na cruz no Calvário. Pois, como o próprio Moisés profetizara, caso Israel fosse infiel: " O Senhor te fira de loucura e de cegueira e de frenesi, de sorte que andes às apalpadelas ao meio dia, como um cego costuma andar às apalpadelas nas trevas, e não acertes os teus caminhos" (Deuteronômio 28,29). E Isaías confirmou isto ao profetizar: "Tira para fora o povo cego, apesar de ter olhos, o povo surdo, apesar de ter ouvidos" ( Isaías 47,8).

Nossa Senhora, cheia de zelo e de prestimosa caridade, é quem observa a Cristo: "Eles não têm mais vinho" ( Jo, II, 3).Falando da situação embaraçosa e humilhante em que se encontravam os pobres noivos de Caná, ela se referia, de fato e num plano superior, à situação lastimável do povo eleito, que já não tinha mais "vinho" em seu coração, para ofertar a Deus no Templo. Era Israel como as virgens loucas da parábola, que já não tinham óleo em suas lâmpadas, quando chegou o esposo.E que vinho era que faltava aos judeus?São Tomás, no seu Comentário ao Evangelho de São João, explica que aos judeus faltavam então três vinhos: 1º. o vinho da Justiça; 2º o vinho da Sabedoria; 3º o vinho da Caridade. Porque a Justiça dos judeus no Antigo Testamento era imperfeita, sua Sabedoria era em figura e não real, e sua Caridade não era filial, mas servil. (Cfr. São Tomás, Op. Cit. Cap. II, lição I, nº 347, vol. I, p. 332).

Os judeus (líderes e povo) foram os agentes principais do deicídio porque é óbvio, a partir dos Evangelhos, que o gentio mais envolvido, Pôncio Pilatos nunca teria condenado Jesus à morte, se os líderes judeus não tivessem levantado o grito do povo para a sua crucificação (Mateus 27, 20). Certamente os líderes foram mais culpados do que as pessoas ignorantes, diz Santo Tomás de Aquino (Suma III, 47, 5), mas todos em uníssono pediram que seu sangue caísse sobre eles e seus filhos (Mateus 27, 25). O Papa Leão XIII considerou que havia verdadeira solidariedade entre os judeus que clamaram então para Jesus ser morto e a coletividade dos judeus atuais.

Não sem razão disse dos judeus São Gregório de Nisse: "Homicidas do senhor, assassinos dos profetas, rebeldes e odientos para com Deus, ultrajam a Lei, resistem à graça, repudiam a fé de seus pais. Comparsas do diabo, raça de víboras, delatores e caluniadores, toldados de cérebro, fermento farisaico, sinédrio dos demônios, malditos, execráveis, lapidadores, inimigos de tudo aquilo que é belo..." In: Patrologia Grega de Migne, 46, 685.

Nesta sexta feira da paixão que não nos esqueçamos de rezar pelos "pérfidos judeus".E que Deus nos dê o dom de que não sejamos como os judeus que rejeitaram Cristo. Que por nossa vida cristã alcancemos o testemunho que eles não deram e que deviam dar de abertura e fidelidade ao verbo encarnado. Que os festejos da semana santa nos santifiquem e nos comuniquem essa graça do alto.

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