quarta-feira, 1 de novembro de 2017

Demonologia Estudos de Demônios

Da mesma forma que a angelologia estuda a natureza e a ação angelical, a demonologia ocupa-se do estudo relativo aos demônios. Sua origem pode ser associada ao pensamento de São Tomas de Aquino que, no século XIII, potencializa a figura demoníaca a partir da iconografia pagã que se utiliza da junção física de homem-animal para representar suas divindades. Neste caso, o bode, animal tido como símbolo de fertilidade, cede patas e cornos para a arte medieval representá-lo como personificação do mal. Neste momento, a figura de Satã é delineada claramente como o Anti-Cristo. 
Assim, estabelece-se uma espécie de hierarquia demoníaca e uma classificação que é definida por "funções e poderes" de cada criatura. Encontra-se, por exemplo, referências aos Súcubos e aos Íncubos, que seriam, respectivamente, demônios de natureza feminina e masculina capazes de transmutar sua "aparência física" com o objetivo de manter relações sexuais com seres humanos durante o sono.
Na transição entre os séculos XV e XVI, com o advento do Renascimento e do Iluminismo, alguns aspectos da espiritualidade humana foram subjugados em detrimento do progresso científico. Assim, a figura do demônio, inferno, dualidade e outros elementos que fundamentavam as crenças da Antiguidade e Medieval, também ficaram esquecidos. 
Entretanto, sua imagem se difundido imensamente na cultura e nas artes ocidentais, como Mefistófeles em Fausto, de Goethe e Satã em Macário, de Álvares de Azevedo. Em cada uma das aparições, o demônio traz características distintas, ora hostil e agressivo; ora lúcido e irônico. Já em meados do século XX, com início do movimento New Age, ressurgimento de algumas crenças pagãs e a propagação de doutrinas orientais, o demônio ressuscitou como um "objeto de estudo" e tornou-se alvo de adoração por seitas como Satanismo e Luciferianismo; porém, através de perspectivas bem particulares, não tendo necessariamente uma relação com princípios históricos e culturais.
Legião
Este resistente demônio se manifestou num homem gadareno que vivia como louco entre os túmulos do deserto, [Lc 8: 26-34]. Quando Jesus perguntou seu nome, o líder deles respondeu Legião por serem muitos. Pra se ter uma idéia, uma legião romana era formada por cerca de 6000 soldados, com base nisto podemos supor que uma casta de 6000 demônios atormentava o pobre homem! Ao saírem do homem estes espíritos entraram em uma manada de porcos e os animais se jogaram precipício abaixo e se afogaram no mar de Genesaré. Legião era um exército de invasão romano e por onde as legiões passavam deixavam um rastro de destruição e morte. (falaremos mais a respeito da palavra ‘legião’ em outro momento)
Lilith
Lilith é hoje um dos mitos mais conhecidos da cultura judaica. Segundo o Talmude (obra que compila discussões rabínicas sobre leis judaicas, tradições, costumes, lendas e histórias), ela é a primeira mulher de Adão. Anterior a Eva, Lilith é a personificação da justificativa do matriarcado ser preterido a favor do patriarcado na cultura judaico-cristã.
Lilith, a Mulher Feita do Pó
Segundo o Zohar, livro cabalístico criado no século XIII, quando Deus fez o homem, criou-o macho e fêmea, depois o dividiu ao meio e separou as suas almas, lançando-as no universo, para que assim, as almas gêmeas se encontrassem. Lilith surge como a parte feminina separada de Adão, e é dada a ele como esposa. Assim comhomem, a mulher aqui é criada da mesma essência, do barro. Não é uma coadjuvante do homem, mas igual a ele. Se Deus fez do homem a sua imagem, a mulher reflete esta imagem, já que faz parte da mesma criação dividida. A natureza de Lilith é de rebeldia e de insatisfação. Ao fazer sexo com Adão, questionava-lhe o porque de ter que ficar sempre por baixo, a suportar-lhe o peso, se também ela era feita do pó, por que tinha de lhe ser submissa? Para manter o equilíbrio já estabelecido, Adão recusava-se a inverter as posições (versões aramaica e hebraica do Alfabeto de Ben Sirá, século VI ou VII).
Diante da intransigência do marido, Lilith rebela-se e pronuncia inadequadamente o nome de Deus. Vitupera Adão e o abandona quando o sol se põe, à noite, na mesma hora que Deus fizera vir os demônios ao mundo. Lilith parte para o Mar Vermelho, onde habitam os demônios e espíritos malignos, tornando-se ela mesma um demônio, longe do Éden.
Deus ordena que Lilith retorne. Diante da recusa, envia uma guarnição de três anjos, Sanvi, Sansavi e Samangelaf, para tentar convencê-la. Mas com grande fúria, ela se recusa a voltar.Abandonado, Adão sente o peso da perda e da solidão.
Diante da sua tristeza, Deus faz com que ele adormeça, retira uma das suas costelas e cria Eva, mulher ideal, feita não do pó como o homem, mas da sua carne, do seu sangue e das suas necessidades diante de uma sociedade patriarcal. Ao contrário de Lilith, Eva é submissa e dócil. É o equilíbrio do homem diante do mundo e de Deus.
Lilith torna-se a noiva de Samael, o senhor das forças do mal do SITRA ACHRA (aramaico, significa “outro lado”). Dessa união gera cem demônios por dia, que são destruídos pelos três anjos. Enfurecida, Lilith tenta se vingar na prole de Adão e Eva, jura matar todo filho recém-nascido de Adão e de sua descendência
Superstições Ligadas ao Mito Antes de ser levada à categoria de mito e fazer parte do folclore judaico, Lilith aparece em relatos da Torah assírio-babilônica e hebraica entre outros textos apócrifos. Durante séculos Lilith foi vista pela comunidade judaica como um temível demônio, principalmente na Idade Média. O parto era feito obedecendo a vários rituais para proteger a mãe e o filho das forças demoníacas de Lilith, que inveja a alegria da maternidade. Ela é uma ameaça ao embrião. Sussurravam sortilégios no ouvido das mulheres para facilitar o trabalho de parto. A porta do quarto das crianças tinha os nomes dos três anjos escritos sobre ela, e cercava-se o quarto com um círculo de carvões ardentes. Ainda hoje há versões modernas de como proteger os partos de Lilith em algumas comunidades judaicas do norte da África.
Lilith muitas vezes é descrita como a Lua Negra, outras vezes como uma vampira, que nos dias de solstício e equinócios lança seu líquido menstrual nas águas, contaminando a todos que bebem o líquido nesses dias. Também o homem perde a razão quando enfeitiçado por seus sortilégios e apaixona-se pelo seu corpo. Também o bebê quando sorri sozinho, está a brincar com Lilith.
Ironicamente o mito de Lilith, antes visto como um demônio, hoje é símbolo das lutas femininas. De acordo com alguns astrólogos, de 1914 a 1938, quando Lilith sofreu influência de Plutão, que fez uma longa volta à sua órbita, as filhas de Eva iniciaram os movimentos de libertação e direitos diante dos homens.
Os questionamentos de Lilith à igualdade por ter sido gerada do pó, assim como Adão, perdem o sentido contestatório quando da explicação de que a parte que lhe coubera do barro era de pó negro, lodo e excrementos, inferior à essência geratriz de Adão, segunda a versão jeovística para o Gênesis, contada no Talmude e oralmente pelos rabinos. Adão tem a sua androgenia sagrada, pois foi criado à imagem de Deus. Lilith ao contestar e reinvidicar para si os mesmos direitos, desequilibra a harmonia do Éden, origina um afastamento do homem e do Criador.Assim, destituído da primeira mulher, Adão se uniu a Eva, parte da sua carne, feita sob medida para ele e para ser a mãe da humanidade.
Asmodeu
Entidade imoral descrita no livro apócrifo de Tobias. Segundo o relato, ele assassinava os maridos de uma mulher chamada Sara ainda na noite de núpcias, ao todo , Sara perdeu sete noivos antes que eles se relacionassem com ela. Foi então que Tobias se casou com ela, e aconselhado pelo anjo Rafael, jogou o coração e o fígado de um peixe no braseiro, fazendo com que o cheiro da fumaça afugentasse o demônio para o deserto do alto Egito, onde foi derrotado e preso pelo anjo Rafael. A Asmodeu são atribuídos os pecados de imoralidade, perversão sexual e a destruição dos casamentos, pois ele odeia a união conjugal sadia.
Uma mulher chamada Rita Cabezas afirma em seu livro Desmascarado (Editora Renascer, 1996, São Paulo), que conversou com esta potestade através de uma mulher em uma sessão de libertação. Cabezas descreve uma série de fatos revelados por Asmodeu sobre a hierarquia satânica e suas áreas de atuações, mas seus ensinos devem ser rejeitados, pois os demônios são mentirosos ao extremo por natureza.

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