sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

Alquimia

A finalidade principal da Alquimia (do árabe al-kimia) era a transformação de substâncias por processos químicos e as tentativas de transmutação dos metais.


Embora a sua época de apogeu tenha sido a Idade Média, quando, sob esse nome, ela foi introduzida, no Ocidente, pelos árabes (século VII), a verdade é que ela foi praticada desde tempos muito antigos, no Egito, na Pérsia, na China, na Índia e na Grécia arcaica. Os egípcios já a utilizavam, de maneira prática, para curtir couros, preparar ligas de metais comuns e fabricar corantes e cosméticos; os persas tiveram grande interesse por esse novo tipo de conhecimento e o espalharam entre os povos conquistados; através dos persas, ela chegou à Grécia, onde os gregos a incorporaram aos seus conhecimentos teóricos sobre os mistérios da vida.

É necessário, já de início, que se estabeleça a existência de dois tipos de alquimia: a prática, precursora da química e estabelecida pelo médico suíço Theophrastus Bombastus von Hohenheim, mais conhecido como Paracelso (1493-1541), e a alquimia oculta, muito associada à magia.

Em todas as teorias cosmogonias do mundo antigo, existe a idéia da existência de um elemento primordial, do qual derivam todos os demais elementos. A mais antiga idéia, relativa a esse conceito, é aquela que considerava a água como elemento fundamental, associada aos trabalhos do sábio grego Thales, de Mileto. Na mesma Grécia, entretanto, muitos filósofos defenderam idéias diferentes. Anaxímenes afirmava que o elemento primordial era o ar, pois ele podia ser condensado, formando nuvens e chuvas, cujas águas, ao se evaporar, formando, novamente, o ar, deixavam um resíduo sólido de terra. O mitraísmo persa via a manifestação do poder divino no fogo, crendo, portanto que esse era o elemento formador de todas as coisas; Heráclito também defendia a teoria do fogo, afirmando que tudo, no mundo, está em constante transformação e que o elemento que pode provocar as mais intensas transformações é o fogo, daí a máxima hermética Igne Natura Renovatur Integra (o fogo renova toda a Natureza). Já Feresides escolheu, como fundamental o elemento terra, pois, afirmava, ao se queimar um corpo sólido, obtém-se água e ar. E Aristóteles, finalmente, defendendo uma concepção de Empédocles, afirmava que esses quatro elementos eram fundamentais e que todos os corpos eram formados por combinações deles.

As idéias de Aristóteles, básicas para a alquimia, eram ensinadas nas escolas de pensadores da cidade de Alexandria, no Egito, a qual foi o grande centro alquimista da Antigüidade, nela se dando a fusão entre as práticas egípcias e as teorias gregas, mais tarde desenvolvidas pelos árabes. Estes, ao conquistar, em 642, o Egito, atingindo, depois, a Síria e a Pérsia, trouxeram, para o ocidente, a nova contribuição, que gerou aquilo que, hoje, é chamado de alquimia.

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