segunda-feira, 10 de setembro de 2018

Panteão Egípcio

Estudo da Mitologia - Panteão Egípcio

Os egípcios cultuavam inúmeros deuses, com funções e aspectos variados. Existiam deuses cultuados em todo o Egito e outros adorados apenas em determinados lugares. Entre os primeiros estavam os deuses ligados à morte e ao enterro, como Osíris.

O culto a Ísis e a Osíris era o mais popular no Egito Antigo. Acreditava-se que Osíris e sua irmã-esposa, Ísis, tinham povoado o Egito e ensinado aos camponeses as técnicas  de agricultura. Conta a lenda que o deus Set apaixonou-se por Ísis e por isso assassinou Osíris. Esse ressuscitou e dirigiu-se para o Além, tornando-se o deus dos mortos.

Os antigos egípcios acreditavam que as lágrimas de Ísis, que chorava a morte do esposo, eram responsáveis pelas cheias periódicas do Nilo. Também era adorado o deus Hórus, filho de Ísis e Osíris. 
          
Estas divindades possuíam algumas características (poderes) acima da capacidade humana. Poderiam, por exemplo, estar presentes em vários locais ao mesmo tempo, assumir várias formas, até mesmo de animais e interferir diretamente nos fenômenos da natureza. As cidades do Egito Antigo possuíam um deus protetor, que recebia oferendas e pedidos da população local.

Os deuses egípcios têm muito em comum com os homens: podem nascer, envelhecer, morrer: possuem um corpo que deve ser alimentado, um nome, sentimentos. No entanto, estes aspectos muito humanos escondem uma natureza excepcional: seu corpo, composto de matérias preciosas, é dotado de um poder de transformação, suas lágrimas podem dar nascimento a seres ou minerais. Os poderes dos deuses são sempre comparados a algumas propriedades dos elementos da natureza ou dos animais, o que dá lugar a representações híbridas às vezes espantosas.

Para representar os deuses, todas as combinações são possíveis: divindades totalmente humanas, deuses inteiramente animais, com corpo de homem e cabeça de animal, com o animal inteiro no lugar da cabeça (o escaravelho, por exemplo) ou com cabeça humana. A esfinge, imagem do deus-sol e do rei, é um leão com cabeça humana. Há animais comuns a muitas divindades (o falcão, o abutre, a leoa) e outros que são característicos de apenas uma (íbis de Thot, o escaravelho de Khepri).

Os egípcios mumificavam e enterravam seus animais domésticos. Sobretudo em uma data relativamente tardia, no decorrer do 1° milênio A.C. os egípcios sacrificavam animais para mumificá-los e amontoá-los aos milhares em cemitérios especiais. São, provavelmente, ex-votos que os devotos compraram dos sacerdotes para oferecer a seu deus o seu animal preferido. O culto dos touros sagrados é muito mais antigo: um animal único torna-se uma manifestação terrestre do deus. Ele tem direito a um enterro com grandes pompas.

Havia inúmeros Deuses, sendo inevitável às rivalidades e as contradições. Abaixo são apresentados os principais deuses:


AMON
Rei dos deuses, ele é o senhor dos templos de Luxor e Carnac. Tem por esposa Mut e por filho Khonsu. Sua personalidade formou-se por volta de 2000 a.C. e traz algumas funções de Rá: sob o nome de Amon-Rá, ele é o sol que dá vida ao país. A época de Ramsés III. Amon tornou-se um monárquico, mesmo titulo que Ptah e Rá.

Frequentemente representado como um homem vestido com a túnica real e usando na cabeça duas altas plumas do lado direito, ele se manifesta, igualmente, sob a forma de um carneiro e, mais raramente, de um ganso.


Rá é um dos nomes do sol (você pode ouvir também com o nome de Ré), um dos principais deuses egípcios. Em Heliópolis ("a cidade do sol" em grego) é ele que, depois de ter decidido existir, cria o mundo e o mantém vivo.

Quando desaparece no oeste, à noite, ele é Atum, velho curvado, esperado no além pelos mortos que se aquecem com seus raios. Pela manhã, renasce no leste com a forma de um escaravelho (Khepri).

Durante o dia clareia a terra, sempre com a forma de um falcão. Estes três aspectos e 72 outros são invocados em uma ladainha sempre na entrada dos túmulos reais.

OSÍRIS
A história de Osíris pode ser interpretada de várias maneiras: primeiramente, nos relatos da criação do mundo, sua geração é a ultima a nascer e não representa mais elementos materiais do mundo (espaço, luz, terra, céu...).

Osíris é rei, esposo e pai: ele representa a existência das estruturas normais da sociedade humana. Outra versão: Osíris morto, destruído e ressuscitado evoca o retorno da cheia todos os anos, a morte, o renascimento da vegetação e dos seres humanos. Por essa razão, ele é o deus dos mortos e do renascimento.

Existe um antiga lenda envolvendo Osíris. A lenda de Osíris é sobretudo conhecida em sua versão grega. Osíris é o filho primogênito de Geb (a terra) e de Nut (o céu). Ele sucede seu pai no trono do Egito. Ciumento, seu irmão Seth o mata e espalha por todo país os pedaços de seu cadáver. Suas irmãs, Isis e Néftis, o reencontram e com a ajuda de Anúbis devolveram-lhe a vida para permitir a Isis conceber Hórus. Tendo legado a realeza terrestre a seu filho. Osíris reina no mundo subterrâneo e julga os mortos, aos quais pode cooperar com o sol em sua viagem noturna.

SETH
Seth é o Senhor do Alto Egito. Trata-se de um estranho galgo com longas orelhas cortadas, focinho recurvado e longa cauda fendida. Filho de Geb e de Nut, Seth é um deus complexo e ambíguo.

Da proa da barca de Rá, ele trespassa com sua lança os inimigos do Sol; ele serve ao faraó combatendo com a força de seu braço. Mas é perigoso, violento, imprevisível. A lenda de Osíris mostra-o em um mau dia: assassino de seu próprio irmão, ele persegue Hórus com seu ódio, jamais Seth renuncia luta, pois ele é o necessário fomentador de problemas no mundo regido por Maát.

MAAT
Esta deusa, que traz na cabeça uma pluma de avestruz, representa o equilíbrio, a harmonia do Universo tal como foi criado inicialmente. Em sociedade, este respeito pelo equilíbrio implica na prática da equidade, verdade, justiça; no respeito às leis e aos indivíduos; e na consciência do fato que o tratamento que se inflige aos outros pode nos ser infligido.

É Maát, muito simbolicamente, que se oferece aos deuses nos templos. Ela cuida dos tribunais e também possui templos.

ANÚBIS
Anúbis é o mestre dos cemitérios e o patrono dos embalsamares. É mesmo o primeiro entre eles, a quem se deve o protótipo das múmias: a de Osíris. Todo egípcio espera beneficiar-se em sua morte do mesmo tratamento e do mesmo renascimento desta primeira múmia.

Anúbis também introduz os mortos no além e protege seus túmulos com a forma de um cachorro deitado em uma capela ou caixão. É representado como homem com cabeça de cachorro ou forma de um cachorro ou na forma de um cachorro selvagem. Este animal que frequenta as necrópoles lhe é associado.

NÉFTIS
Néftis é uma das filhos de Geb e de Nut, a irmã de Ísis, Osíris e Seth. Seu nome significa "Senhora do Castelo".  É esposa deste último, mas quando ele trai e assassina Osíris ela permanece solidária à Ísis, ajudando-a a reunir os membros espalhados do morto e também tomando a forma de um milhafre para velá-lo e chorá-lo. Como Ísis, ela protege os sarcófagos e um dos vasos canopos e usa seu nome na cabeça: um cesto colocado em um edifício.

É ainda na campanha de Ísis que ela acolhe o sol nascente e o defende contra a terrível serpente Apófis.

HÁTOR
Hátor é, junto a Isis, a mais venerada das deusas. Distribuidora de alegria é a deusa do amor, da felicidade, da dança e da música. Também é a protetora da necrópole de Tebas que sai da falésia para acolher os mortos e velar os túmulos. É adorada na forma de uma mulher com chifres de vaca e disco solar na cabeça, de apenas uma mulher com cabeça de vaca ou simplesmente uma vaca.

HÓRUS
Filho de Osíris e Ísis, Hórus tem uma infância difícil, sua mãe deve escondê-lo de Seth que cobiça o trono de seu pai. Após ter triunfado sobre Seth e as forças da desordem, ele toma posse do trono dos vivos; o faraó é sua manifestação na terra.

Ele é representado como um homem com cabeça de falcão ou como um falcão sempre usando as duas coroas de rei do Alto e Baixo Egito, segura na mão direita o Ankh, símbolo da vida.  Na qualidade de deus do céu, Hórus é o falcão cujos olhos são o sol e a lua.

Com o nome de "Hórus do horizonte", assume uma das formas do sol, a que clareia a terra durante o dia. Criador do universo e de todo tipo de vida, Hórus era adorado em todo lugar. Ele é o deus mais importante de todos os deuses.

PTAH ou FTÁS
Deus de Mênfis que foi a capital do Egito no Antigo Império, Ptah é "aquele que afeiçoou os deuses e faz os homens" e "que criou as artes". Concebeu o mundo em pensamento e o criou por sua palavra.

Seu grande sacerdote chama-se "o superior dos artesãos". É, realmente, muito venerado pelos trabalhadores manuais, particularmente pelos ourives. Representa em uma vestimenta colante que lhe dá a impressão de estar sem pescoço e usando na cabeça uma calota. Tem como esposa a deusa Sekhmet e por filho o deus do nenúfar, Nefertum.

NEITH
É a mais antiga deusa citada pelos textos, talvez a protetora do Baixo Egito bem antes da unificação do país. Venerada principalmente em Sais, no Delta, ela é representada como uma mulher que usa a coroa vermelha do Baixo Egito.

Seu nome se escreve com duas flechas ou dois arcos, o que a designa bem como uma deusa guerreira. Também é protetora, com Duramulef, do vaso canopo do estômago, ela parece ser uma divindade que basta a si própria, um dos raros princípios criadores femininos entre os deuses egípcios.

THOT
Trata-se de um deus cordato, sábio, assistente e secretário-arquivista dos deuses. Divindade à qual era atribuída a revelação ao homem de quase todas as disciplinas intelectuais: a escrita, a aritmética, as ciências em geral e a magia. Era o deus-escriba e o deus letrado por excelência. Havia sido o inventor da escrita hieroglífica e era o escriba dos deuses; senhor da sabedoria e da magia.

O que faz dele o patrono dos escribas que lhe endereçam uma prece antes de escrever. "Mestre das palavras divinas". Thot preside a medida do tempo: o disco na cabeça é a lua, cujas fases ritmam os dias e as noites. Representado como um íbis ou um homem com cabeça de íbis, ou ainda um babuíno.

ATUM
Em Heliópolis, ele é o pai e o rei de todos os deuses, o criador do Universo que, por sua vontade, extraiu-se do caos inicial.

Atum é mais frequentemente representado como um rei vestido de uma tanga e mais raramente com o aspecto de uma serpente, usando as duas coroas do Alto e Baixo Egito.

SEKHMET
Sekhmet, "o poder", é mau caráter e tem cóleras pavorosas que podem propagar no país ventos ardentes, epidemias e a morte. Apaziguada por festas e oferendas, torna-se possível obter sua ajuda contra Apófis - que se opõe ao andamento do sol - os inimigos do rei em tempos de guerra ou os agentes responsáveis pela doença no corpo dos homens.

Seus sacerdotes são experts em magia e medicina. Em Mênfis, Sekhmet é a esposa de Ptah e mãe de Nefertum. É quase sempre representada como uma mulher com cabeça de leoa, coroada com o disco solar.

AMENÓFIS
Venerado pelos operários, sem dúvida na qualidade de fundador da instituição do Túmulo. o rei Amenófis I divinizado é, por sua vez, um deus e uma espécie de santo patrono. Filho da rainha Ahemés-Nefertari e do rei Amófis, ignora-se onde estaria seu túmulo, mas seu templo de milhões de anos estava separado deste.

A ele se dedicam estelas (esculturas de pedra), além de uma festa suficientemente importante para dar nome ao mês durante o qual acontece. A estátua de Amenófis, conduzida em procissão por toda necrópole, produz oráculos.

MERETSEGER
Ela é a dama da necrópole tebana, a deusa do cimo mais elevado que domina o maciço montanhoso. Sua notoriedade ultrapassa muito pouco o plano local, mas nestes limites é muito venerada, particularmente pelos operários do Túmulo.

Meretseger possui capelas em sua cidade, até mesmo nas casas, assim como um pequeno templo cavado na rocha perto do Vale das Rainhas onde está associada à Ptah. Protege os mortos e pode punir os maldosos.

Representada mais frequentemente como uma serpente, às vezes com cabeça humana, ela pode também ser uma mulher com cabeça de serpente.

ÍSIS
Ísis é a mais popular de todas as deusas egípcias, o modelo das esposas e mães, a protetora da magia invencível.

Após a morte de Osíris, ela reúne os pedaços de seus despojos, se transforma em milhafre para chorá-lo, se empenha em reanimá-lo e dele concebe um filho, Hórus. Usa na cabeça um assento com espaldar que é o hieróglifo de seu nome.

IMOTEPH
Imoteph: Sabe-se com certeza que essa divindade foi na verdade um homem: um grande sábio que apareceu misteriosamente no reinado do Faraó Djozer.

Graças a ele foram introduzidos notáveis avanços no campo da arquitetura e principalmente nas ciências medicas, a ponto de os próprios gregos mais tarde o reverenciá-lo sob o nome de Esculápio, o pai da medicina. Em egípcio arcaico significa "aquele que veio em paz".

Encontrar a sua tumba - se é que ela existe! - é o sonho dourado de todos os egiptólogos. As antigas tradições dizem que aquele deus após cumprir sua missão na Terra, retornou à companhia dos deuses.

NUT 
A deusa que representava o céu, era significativamente invocada como "A Mãe ds Deuses". Era representada por uma belíssima mulher, trazendo o disco solar orlando sua cabeça.

No túmulo de Tutancamon foi encontrado junto à sua múmia um peitoral no qual era invocado a proteção desta deusa: "Nut minha divina mãe, abre tuas asas sobre mim enquanto brilharem nos céus as imorredouras estrelas"

BAST ou BASTET
A estranhíssima deusa-mulher com rosto de gato. De acordo com a tradição ela era a personificação da alma de Ísis e protetora da sua magia. Bastet era a deusa da guerra, tinha uma profunda relação com a deusa Mut e com Sekhmet.

Era representada como uma mulher com cabeça de gato ou cabeça de leoa. Os gatos no antigo Egito tinham um significado muito importante, sendo idolatrados como deuses, e a deusa Bastet é uma mostra desse fascínio que os gatos exerciam nos povos do Antigo Egito.

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