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Demonologia é o estudo sistemático dos demônios. Quando envolve os estudo de textos bíblicos, é considerada um ramo da Teologia. Por geralmente se referir aos demônios descritos no Cristianismo, pode ser considerada um estudo de parte da hierarquia bíblica. Também não está diretamente relacionada ao culto aos demônios.


quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

O mistério de Maria Madalena

Maria Madalena. Maria Madalena, foi provavelmente um dos mais famosos e controversos seguidores de Jesus, encontra-se actualmente atirada para o esquecimento, entregue a um segundo plano da vida e obra de Jesus. Saiba tudo sobre o segredo que Maria Madalena esconde, e o motivo do seu desaparecimento. Leia

Maria Madalena, chamava-se na verdade e em hebraico: «Mariamne».

Maria Madalena, foi provavelmente um dos mais famosos e controversos seguidores de Jesus, encontra-se actualmente atirada para o esquecimento, entregue a um segundo plano da vida e obra de Jesus.

No entanto, nem sempre assim foi.

No início do Cristianismo, quando se falava de «Maria», estava-se na verdade falando de «Maria Magdalena», e não de «Maria mãe de Jesus».

Contudo, o papel crescentemente influente que a figura de Maria Magdalena foi assumindo no seio do movimento cristão, ameaçava a hegemonia dos grupos cristãos primitivos que defendiam o primado do apóstolo Pedro.

Supostamente, a autoridade da Igreja assenta na figura do apóstolo Pedro, porquanto é afirmado que foi a ele que Jesus entregou o «governo» e os destinos do movimento religioso por si iniciado.

Por assim ser, o apostolo Pedro e todos os seus sucessores ( os Papas), são reconhecidos como aqueles a quem Jesus delegou a missão de guiar e chefiar a evangelização no mundo.

Contudo, nos tempos do cristianismo primitivo, esta noção não era assim tão clara, e muito menos assim tão pacífica.

Muitas outras correntes de pensamento cristão, ( nomeadamente os gnósticos), defendiam que o papel de líder espiritual na herança religiosa que Jesus deixou no mundo, pertencia na verdade a Maria Magdalena e não a Pedro.

Escusado será dizer que a disputa entre estes dois ramos do cristianismo foi grande, e que a historia demonstra que claramente os defensores da tese de Pedro venceram.

Maria Madalena foi por isso atirada para as trevas de um quase esquecimento, e a sua figura, ( a figura de «Maria»), foi substituída pela mãe de Jesus.

Mais que isso: verificou-se que ao longo dos séculos, as mulheres, que foram um dos mais importantes pilares da divulgação da fé crista no início do movimento de evangelização, passaram a ser excluídas da Igreja.

Se antes, quando decorria a obra de Maria Madalena e dos seus seguidores, as mulheres faziam parte activa do culto religioso, depois da vitoria clara dos defensores do primado do apostolo Pedro, as mulheres foram totalmente silenciadas e excluídas de qualquer papel relevante nos destinos da igreja.

No entanto, vários são os exemplos históricos do reconhecimento deste apóstolo de Jesus.

Hipólito, Bispo de Roma ( 170-235 d.C), afirmou que «Maria Madalena é o apostolo dos apóstolos».

Santo Agostinho, afirmou que «os apóstolos receberam das mulheres o anúncio do evangelho» 

Pois na verdade, em todos os evangelhos, Maria é descrita como aquela por quem Jesus primeiro procurou logo após a sua ressurreição, ( não o terá feito certamente por mera coincidência); como  aquela que trouxe aos seguidores de Jesus a boa nova dessa mesma ressurreição; e por ultimo como aquela que trouxe aos apostolo as instruções que Jesus tinha deixado neste mundo.

Jesus apareceu primeiro a Maria Madalena (…) Ela foi anuncia-lo aos seguidores de Jesus, que estavam de luto e chorosos. Quando ouviram que ele estava vivo, (…) não quiseram acreditar

Marcos 16,9-11


Muito se tem debatido sobre se Maria Madalena seria a companheira de Jesus. Pois muitos teólogos defendem que num pequeno verso dos evangelhos, parece residir um minúsculo facto que ameaça lançar alguma luz sobre o assunto. Assim está escrito no Evangelho de João:

Maria virou-se e viu Jesus de pé (…) então Jesus disse: «Maria». Ela virou-se e exclamou em hebraico:«Rabuni!» (…) Jesus disse: «Não me segures, porque ainda não voltei para o meu pai. Mas vai e dizer aos meus irmãos (….) Então, Maria Madalena foi e anunciou aos discípulos:«Eu vi o Senhor». E contou o que Jesus tinha dito.

João 20,14-18

Nestes versos, não só é claro que Jesus escolheu Maria para que fosse a primeira pessoa a vê-lo e a testemunhar o milagre, como é evidente que Maria foi a escolhida para transmitir a mensagem da ressurreição.

Apenas esses 2 factos, fazem dela o «apóstolo dos apóstolos», tal como afirmou o Bispo Hipólito.

Mas algo mais surpreendente encontra-se desenhado por debaixo destes versos:

Jesus diz a Maria: «Não me segures», que em hebraico significa basicamente: «não me toques», ou melhor:«Não me abraces».

Isso significa que Maria agiu de forma a abraçar Jesus, e isso em si é altamente revelador de uma possível verdade oculta. 

Maria «abraça», (ou tenta abraçar) Jesus; ora, defendem alguns historiadores, que nos tempos de Jesus, na sociedade e cultura hebraicas do tempo em que Jesus viveu, uma mulher apenas tocaria, ou abraçaria, o seu próprio marido, pois nunca lhe seria permitido tocar noutro homem senão o seu companheiro.

Apenas este pequeno verso, perdido nos 4 evangelhos, parece possuir um segredo que poucos conhecem mas que muitos suspeitam: Maria terá sido a companheira de Jesus, aquela a quem Jesus deixou a herança espiritual da sua obra.

Foi esta a tese que muitos crentes gnósticos defenderam, e por isso mesmo alguns historiadores argumentam que foi este o motivo que levou os defensores do apostolado de Pedro a erradicar o gnosticismo, bem como a silenciar as mulheres na igreja; defendem essas teses históricas, que no fundo tratou-se de uma manobra de preservação do poder por parte do grupo cristão que a seu tempo, viria a constituir o núcleo duro de poder da igreja católica: o papado, e o Vaticano.

As mais recentes descobertas de textos apócrifos ocorridas no Mar Morto, em Qumran e Nag Hamadi, deram a conhecer com muito acerto histórico, todas as correntes de pensamento gnóstico dos primeiros séculos do cristianismo.

Nesses textos, encontramos sem quaisquer pudores Maria Madalena vista como a companheira de Jesus.

Jesus e Maria, eram tidos como um casal, um casal que incorporou a essência do masculino e do feminino, um casal celestial que incorpora o próprio conceito da criação.

Jesus foi visto como um ser humano dentro do qual habitava um espírito celestial superior, ( o de Cristo), e Maria Madalena foi tida também como um ser humano no qual habitava um outro ser celestial , a Sophia, ou a sabedoria.

No texto Pitis Sophia, podemos ler que Jesus assim disse sobre Maria Madalena:

Maria, tu procuras a verdade (…) e, com o teu zelo, levas luz a tudo
V, 10-13

Isto revela claramente como Maria é um espírito sedento de sabedoria, e que procurando a sabedoria, encontra a salvação e a luz. Este é o ideal dos cristãos gnósticos na sua mais fundamental essência.

Nestes textos, Maria lamenta-se frequentemente de Pedro, dizendo a Jesus que Pedro detesta a «raça feminina». Pois a verdade histórica veio, de facto, a revelar que os sentimentos expressos por Maria Madalena em vida, tinham algum fundamento: as mulheres foram de facto silenciadas pelo movimento apostólico de Pedro.

Nas crenças gnósticas, Maria Madalena não foi apenas uma mulher: ela foi a companheira de Jesus, ela foi a encarnação de uma essência espiritual,ela caregava em seu ventre o Santo Graal ( tal como Jesus), e ela foi a mulher que teve acesso directo, ( através de Jesus), á sabedoria, ( a gnose), e que por isso evoluiu para a iluminação.

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