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Demonologia é o estudo sistemático dos demônios. Quando envolve os estudo de textos bíblicos, é considerada um ramo da Teologia. Por geralmente se referir aos demônios descritos no Cristianismo, pode ser considerada um estudo de parte da hierarquia bíblica. Também não está diretamente relacionada ao culto aos demônios.


terça-feira, 21 de junho de 2011

O Que a Bíblia Ensina Sobre Falar em Línguas

Quase todos os grupos religiosos tentam "provar" que são a religião verdadeira. Freqüentemente, eles apelam para algum tipo de sinal, milagre ou experiência sobrenatural. Os católicos, por exemplo, citam o aparecimento de Maria; os mórmons alegam as visitas de um anjo a Joseph Smith; os espíritas têm uma variedade de sinais e manifestações do sobrenatural; a Igreja Universal do Reino de Deus, todas as noites, realiza curas, expulsões de demônios e milagres; as igrejas pentecostais tradicionais têm línguas, curas, e o batismo do Espírito Santo. E a lista continua. Certamente, não é Deus aquele que realiza todas estas demonstrações, em todos estes diferentes grupos. Como podemos saber com certeza se um sinal ou uma língua ou um fenômeno sobrenatural é de Deus ou não?

A existência de falsos sinais, prodígios de mentira e milagres falsificados não surpreenderá os estudantes sérios da Bíblia. Numerosos textos bíblicos advertem sobre estas coisas (Mateus 24:4; 2 Coríntios 11:13-15; 2 Timóteo 3:13; Apocalipse 13:13-14; 16:13-14). Se acreditarmos na Bíblia, podemos esperar uma abundância de falsos milagres.

Então, como saberemos quais sinais são verdadeiros e quais não são? Primeiramente, comparando o ensinamento do operador do sinal com as Escrituras para ver se sua mensagem é verdadeira. João nos adverte para testar os espíritos: "Amados, não deis crédito a qualquer espírito; antes, provai os espíritos se procedem de Deus, porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo fora" (1 João 4:1). Ele revela o teste a usar: "Nós somos de Deus; aquele que conhece a Deus nos ouve; aquele que não é da parte de Deus não nos ouve. Nisto reconhecemos o espírito da verdade e o espírito do erro" (1 João 4:6). O teste é a revelação escrita pelos apóstolos. Os cristãos de Beréia são um bom exemplo: "Ora, estes de Beréia eram mais nobres que os de Tessalônica; pois receberam a palavra com toda a avidez, examinando as Escrituras todos os dias para ver se as cousas eram, de fato, assim" (Atos 17:11). Paulo operou sinais em Beréia, mas os cristãos dali determinaram se Paulo era de Deus ou não, comparando sua pregação com as Escrituras. (Deuteronômio 13:1-5; Jeremias 23:25-32; 1 Coríntios 12:1-3; 1 Tessalonicenses 5:21 podem ser estudados para mais ajuda neste ponto).

Infelizmente, muitas pessoas vêem acontecimentos espantosos e, automaticamente, concluem que eles vêm de Deus. Precisamos perceber que coincidência, pensamento positivo, ilusão fraudulenta e o Diabo podem falsificar milagres bíblicos. Contudo, as falsificações nunca poderão igualar-se aos milagres reais. Deus mostrou que seu Filho era inigualável por meio de sinais que hoje ninguém sequer pretende realizar: transformar água em vinho, multiplicar pães e peixes, caminhar sobre as águas, curar instantaneamente um cego, surdo e leproso, e ainda ressuscitar um morto.

Temos que voltar ao modelo da Bíblia, que é testar o sinal pela Palavra de Deus, e não modificar a Palavra de Deus para ajustá-la ao sinal. A Bíblia é o padrão segundo o qual toda a pretensão de ter um sinal ou um prodígio de Deus deve ser testada. Por favor, estudem as Escrituras cuidadosamente, com o desejo de permitir que elas sejam o juiz final da validade de qualquer sinal ou prodígio.

Neste estudo, testemos o falar em línguas das igrejas Pentecostais pela Bíblia. Veremos seis diferenças entre as línguas da Bíblia e as línguas das igrejas de hoje: 
O Dom de Línguas
Hoje em Dia É Diferente

  · Regras de Uso
  · Tipo das Línguas
  · Modo de Receber
  · Propósito
  · Pessoas que Recebem
  · Época
Regras de Uso
(1 Coríntios 14:26-40)
· Específicas:
v. 27  Não mais do que dois ou três por culto
v. 27  Sucessivamente
v. 28  Se não houver intérprete, fique calado
v. 34-35 As mulheres não falam na igreja

· Princípios Gerais:
v. 26  Tudo para edificação
v. 40  Com decência e ordem

Em 1 Coríntios 14:26-40 encontram-se vários regulamentos para o uso das línguas da Bíblia.  Existem regras específicas e princípios gerais.  Quase todas estas regras a serem obedecidas no uso das línguas da Bíblia são habitualmente violadas por aqueles que pretendem falar línguas da Bíblia.  Em vez de limitar o número dos que falam em línguas a 2 ou 3 pessoas por culto, as igrejas de hoje, às vezes, têm dúzias falando no mesmo culto.  Em vez de falar um de cada vez, atualmente falam muitos simultânea-mente.  Em vez de falar em línguas somente quando um tradutor está presente, muitas igrejas onde se falam em línguas falam quer haja um intérprete, quer não.  A proibição de Deus das mulheres falarem nos cultos da igreja é tão flagrantemente des-respeitada que, em alguns cultos, a maioria dos que falam em línguas é mulheres.  As regras gerais, também, são violadas freqüente-mente.  Os propósitos das línguas são mais de mostrar excitação e emoção do que edificar.  E, em muitos cultos em que se falam línguas, há puquíssi-ma ordem.  O forte contraste entre as regras de Deus para as línguas da Bíblia e as regras que são segui-das pelas línguas modernas deveriam fazer-nos perguntar: Por quê?  Por que, se temos os mesmos dons, não seguimos as mesmas regras?  Se as igrejas que mais freqüentemente dizem que falam em línguas flagrantemente desrespeitam a Bíblia no uso destas línguas, poderia ser que essas próprias línguas não fossem de Deus? 
Tipo das Línguas
· Na Bíblia:  Idiomas Verdadeiros

Atos 2
  v. 4 ­  "em outras línguas"
  v. 6 ­  "cada um ouvia falar na sua própria língua"
  v. 8 ­  "ouvimos falar, cada um em nossa própria língua"
  v. 9-11­ lista das nações
  v. 11 ­  "ouvimos falar em nossas próprias línguas"


1 Coríntios 14
  v. 2,4,5, etc.­  "língua" quer dizer "idioma"
  v. 13 ­  "interpretar" quer dizer "traduzir"
  v. 11 ­  "estrangeiro" quer dizer "alguém que fala uma linguagem diferente"
  v. 21 ­  Referência à linguagem assíria
  v. 10 ­  "Há . . . muitos tipos de vozes no mundo, nenhum deles, contudo, sem sentido"

· Hoje:  Sílabas sem Sentido

De que tipo eram as línguas da Bíblia?  Com alguma exceção ocasional, as igrejas Pentecostais de nossos dias nem sequer pretendem falar em linguagens conhecidas de hoje, mas em sons incompreensíveis (combinações de sílabas sem significado próprio, ao menos para principiantes). Mas as línguas da Bíblia sempre significavam falar em idiomas verdadeiros, entendidos por pessoas que sabiam falar aquelas linguagens (Apêndice 1).  Em Atos 2, pessoas de muitas nações tinham se reunido em Jerusalém para a celebração do dia de Pentecoste.  Ali, pela primeira vez, homens batizados pelo Espírito Santo começaram "a falar em outras línguas".  O texto mostra clara-mente que a audiência era composta de pessoas que falavam diferentes línguas:  "E como os ouvimos falar, cada um em nossa própria língua materna? Somos partos, medos e elamitas e os naturais da Mesopotâmia, Judéia, Capadócia, Ponto e Ásia,  da Frígia e da Panfília, do Egito e das regiões da Líbia, nas imediações de Cirene, e romanos que aqui residem, tanto judeus como prosélitos, cretenses e arábios" (Atos 2:8-11).  E as Escrituras dizem: "Quando, pois, se fez ouvir aquela voz, afluiu a multidão, que se possuiu de perplexi-dade, porquanto cada um os ouvia falar na sua própria língua" (Atos 2:6); "e como os ouvimos falar, cada um em nossa própria língua materna?" (Atos 2:8); "como os ouvimos falar em nossas próprias línguas as grandezas de Deus?" (Atos 2:11).  Atos 2 foi o protótipo do falar em línguas no Novo Testamento.  E, em Atos 2, falar em línguas significava falar em linguagens que poderiam ser enten-didas.  Em 1 Coríntios 14, a Bíblia mostra também que essas línguas eram idiomas verdadeiros.  Notem os significados das palavras usadas:  "língua" (nos versículos 2,4,5,6,9,13,18,19 . . .) significa "idioma"; "interpretar" (versículo 13) significa traduzir de uma língua para outra; "estrangeiro" (versículo 11) significa alguém de um país diferente, que fala uma linguagem diferente.  Ele ilustra esta passagem, citando uma profecia de Isaías que se referia à linguagem assíria:  "Falarei a este povo por homens de outras línguas e por lábios de outros povos, e nem assim me ouvirão, diz o Senhor" (versículo 21 ­ Isaías 28:11).  Finalmente, ele categoricamente, disse:  "Há, sem dúvida, muitos tipos de vozes no mundo, nenhum deles, contudo, sem sentido" (1 Coríntios 14:10).  Pessoas que falavam línguas da Bíblia eram capazes de falar em linguagens reais, sem estudo ou treinamento.  Muito interessante, mesmo as igrejas que hoje são muito ativas no "falar em línguas" nunca enviam um missionário sem dar-lhe treinamento, de modo que ele possa falar a linguagem do povo ao qual ele está sendo enviado.  As línguas da Bíblia eram linguagens reais.  Portanto, as "línguas" das igrejas de hoje não são línguas da Bíblia.
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Modo de Receber
· Batismo no Espírito Santo
Apóstolos no dia de Pentecoste (Atos 2)  ­ para revelar o evangelho
A família de Cornélio (Atos 10) ­ para mostrar a aceitação dos gentios

· As Mãos dos Apóstolos
  Samaritanos (Atos 8:14-18)
Discípulos em Éfeso (Atos 19:1-7)

. . . Mas Hoje . . .
· Só há um batismo ­ Efésios 4:5 (na água para remissão dos pecados ­ Mateus 28:18-20; Atos 2:38; Efésios 5:26)
· Os apóstolos morreram ­ estão na fundação da igreja (Efésios 2:20; Apocalipse 21:14)

As línguas não poderiam ser recebidas hoje em dia como foram as línguas da Bíblia.  As línguas da Bíblia foram recebidas ou por pessoas sendo batizadas pelo Espírito Santo (Atos 2:1-4) ou pela imposição das mãos dos apóstolos (Atos 8:14-18; 19:1-7).  É claro que ninguém poderia receber línguas hoje pela mão dos apóstolos, uma vez que eles morreram e estão na fundação da igreja (Efésios 2:20; Apocalipse 21:14).  Muitas pessoas, que hoje pensam possuir línguas da Bíblia, acreditam tê-las recebido pelo batismo do Espírito Santo.  Mas na Bíblia, o batismo pelo Espírito Santo ocorreu somente duas vezes:  aos apóstolos, em Atos 2, para capacitá-los a revelar o Novo Testamento e a Cornélio e sua família, em Atos 10, para mostrar a aprovação, por Deus, da conversão dos gentios.  Depois destes dois casos, a Bíblia diz que agora só existe um batismo (Efésios 4:5), o batismo na água para remissão dos pecados (Mateus 28:18-20; Atos 2:38; Efésios 5:26).  Portanto, se alguma pessoa falasse em línguas da Bíblia hoje em dia não poderia havê-las recebido da maneira pela qual eram recebidas na Bíblia.

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Propósito
· Na Bíblia
Confirmar a Palavra (Marcos 16:17-20; Atos 2; 1 Coríntios 14:22; Hebreus 2:3-4)

  . . . Hoje, a palavra já tem sido
confirmada

Edificar a Igreja (1 Coríntios 14:5-6, 26)

. . . Hoje, a palavra já tem sido
revelada para a edificação

· Hoje
Adoração de Deus
Demonstração de salvação
Glória pessoal
O propósito das línguas da Bíblia era diferente do propósito das línguas de hoje.  Nos primeiros dias da Cristandade, o Novo Testamento estava em processo de revelação.  Ninguém poderia recorrer ao Novo Testamento escrito, para testar a verdade do ensinamento de um homem, uma vez que ainda não estava escrito.  Por isso foram dados aos apóstolos e aos profetas sinais especiais, tais como as línguas, para mostrar que sua mensagem vinha de Deus.  Sinais dados por Deus deveriam confirmar a palavra dos apóstolos e dos profetas revelando o Novo Testamento.  Nota:  "Estes sinais hão de acompanhar aqueles que crêem:  em meu nome expelirão demônios; falarão novas línguas; pegarão em serpentes; e, se alguma cousa mortífera beberem, não lhes fará mal; se impuserem as mãos sobre enfermos, eles ficarão curados.  De fato, o Senhor Jesus, depois de lhes ter falado, foi recebido no céu e assentou-se à destra de Deus.  E eles, tendo partido, pregaram em toda a parte, cooperando com eles o Senhor e confirmando a palavra por meio de sinais, que se seguiam" (Marcos 16:17-20).  "De sorte que as línguas constituem um sinal não para os crentes, mas para os incrédulos; mas a profecia não é para os incrédulos e sim para os que crêem" (1 Coríntios 14:22). "Como escaparemos nós, se negligenciarmos tão grande salvação?  A qual, tendo sido anunciada inicialmente pelo Senhor, foi-nos depois confirmada pelos que a ouviram; dando Deus testemunho juntamente com eles, por sinais, prodígios e vários milagres, e por distribuições do Espírito Santo segundo a sua vontade" (Hebreus 2:3-4).  Isto é, exatamente, o que aconteceu quando os apóstolos falaram em línguas, no dia de Pentecoste.  Sua habilidade para falar em outras línguas, apesar de serem galileus, provou que a nova mensagem que eles estavam revelando era de Deus.  Cada vez que uma nova mensagem é revelada, Deus, tipicamente, dá prova da autenticidade de seus mensageiros.  Moisés, por exemplo, operou muitos sinais para mostrar que os mandamentos que Deus estava revelando por meio dele vinham, de fato, de Deus.  Jesus operou muitos sinais e foi, finalmente, ressuscitado, para provar sua afirmação de que era o Filho de Deus.  Igualmente, os apóstolos e profetas do primeiro século operaram sinais e prodígios, incluindo as línguas, para demonstrar que Deus estava, na verdade, revelando sua nova mensagem através deles.  Mas Deus nunca continuou a confirmar sua revelação por novos sinais a cada geração sucessiva.  Sua Palavra, uma vez confirmada, é considerada provada para todas as gerações.  Assim, nenhuma geração posterir de israelitas podia testemunhar a separação das águas do Mar Vermelho ou os milagres do Monte Sinai (Êxodo 13-14, 20).  Ninguém, desde o primeiro século, viu o corpo ressuscitado de Jesus.  Da mesma maneira, a Palavra revelada pelos apóstolos já foi confirmada e nenhum sinal novo está sendo dado para "reconfirmá-la".

A Bíblia também mostra que as línguas interpretadas (traduzidas) edificavam a igreja (1 Coríntios 14) por meio da revelação das mensagens de Deus.  Mensagens que foram mais tarde escritas para nós, no Novo Testamento.  Desde que a Palavra já foi revelada e confirmada, qual propósito têm as "línguas" modernas? De acordo com o ensinamento em muitas igrejas Pentecostais, as línguas são para louvar a Deus e para mostrar a evidência da salvação.  Os propósitos das línguas da Bíblia eram diferentes do propósito das "línguas" modernas.
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Pessoas que Recebem
· Igreja Universal do Reino de Deus
· Igreja Quadrangular
· Igreja Deus é Amor
· Assembléia de Deus
· Igrejas contra a doutrina da trindade
· Católicos carismáticos

Línguas iguais,
mas doutrinas diversas!


Hoje, as "línguas" são usadas por muitas e diferentes igrejas que pregam e ensinam doutrinas contraditórias.  Igrejas desde a Igreja Universal do Reino de Deus até a Assembléia de Deus, e desde a Deus é Amor até as igrejas que negam a Trindade, todas têm as mesmas línguas.  Muitos católicos falam línguas nas igrejas católicas carismáticas.  Estaria o Espírito Santo dando seu sinal de aprovação a igrejas que pregam coisas que contradizem completamente umas às outras?  Muitas das doutrinas e práticas destas igrejas não só contradizem umas às outras, mas contra-dizem também a Bíblia.
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Época
Finalmente, porém talvez o mais importante, a Bíblia especificamente ensina que as línguas deveriam continuar somente durante aquela época.  Note cuidadosamente 1 Coríntios 13:8-13.  No versículo 8, Paulo disse que as línguas cessariam: "havendo línguas, cessarão".  No versículo 10 ele mostra quando:  Quando vier o que é perfeito.  Isto está intensamente claro.  As línguas eram para durar somente até que o perfeito viesse.  A dificuldade está em determinar a que o "perfeito" se refere.  Em geral, muitas coisas poderiam ser perfeitas (completas).  Poderíamos ter uma casa perfeita, um carro perfeito ou, talvez, uma completa e perfeita pizza.  Perfeito é uma qualidade que pode ser (e assim está na Bíblia) usada para qualificar muitas coisas.  Desta maneira, há um contraste entre o que é "em parte" e o que é "o perfeito".  Em qualquer área, o perfeito é sempre a soma das partes.  Assim, se sabemos quais eram as partes, podemos juntá-las e encontrar o perfeito.  As partes eram o conhecimento e a revelação (profecia) da vontade de Deus.  Naquele tempo, a revelação de Deus estava se fazendo conhecida justamente uma parte de cada vez. A própria primeira carta aos Coríntios era uma dessas partes. Se as partes, então, se referem à revelação da Palavra de Deus, parte por parte, o perfeito tem que ser a revelação completa de Deus, o Novo Testmento. Portanto, quando o Novo Testamento se completou, o dom das línguas cessou, de acordo com o plano de Deus.

O que vai acontecer? "Línguas cessarão"
· Quando? "Quando vier o que é perfeito"
· O que é perfeito? A soma das partes
· O que são partes? Revelação da palavra em partes
· O que é o perfeito? A revelação completa ­ a Bíblia
· Quando a revelação foi completada, as línguas bíblicas cessaram
O resto do capítulo 13 confirma este entendimento. No versículo 11, Paulo mostra que é normal a diferença entre o falar e o pensar de uma criança e o de um adulto. "Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, pensava como menino; quando cheguei a ser homem, desisti das cousas próprias de menino" (1 Coríntios 13:11). Igualmente, é normal a diferença entre a infância e a idade adulta da igreja. Deus usou os traços da infância (línguas, profecia, etc.) para revelar sua Palavra, originalmente. Mas, agora que a maturidade foi atingida, não usamos mais o falar de uma criança. Isto é muito semelhante à construção de um edifício. No processo de construção, o escoramento é usado; mas, sempre que a construção é completada, o escoramento é removido. No versículo 12, Paulo descreve o tempo quando o evangelho estava sendo revelado peça por peça, como vendo em um espelho vagamente ou conhecendo em parte: "Porque, agora, vemos como em espelho, obscuramente; então veremos face a face. Agora, conheço em parte; então, conhecerei como também sou conhecido" (1 Coríntios 13:12). Imagine-se olhando em um espelho feito de pedacinhos, com alguns deles faltando: você não veria uma imagem completa. Mas, quando o espelho contém todas as peças, você pode se ver face a face e ter conhecimento total. É interessante que Tiago usa a mesma ilustração do espelho e a mesma palavra "perfeito" para descrever o Novo Testamento (Tiago 1:22-25).

No versículo 13, Paulo resume tudo. Ele falou sobre coisas que cessam e coisas que vêm. Ele mostrou que, durante esta transição, algumas coisas permanecem: fé, esperança e amor. No ponto em que a parte (línguas e profecia) cessa e o perfeito vem, estas três coisas continuam inalteradas. Em vista dos esforços que são feitos para aplicar a palavra "perfeito" neste caso, à segunda vinda ou ao estado eterno, é importante examinar cuidadosamente este versículo. No retorno de Cristo, até mesmo a fé e a esperança findarão, porque esperamos apenas pelo que não vemos (Romanos 8:24-25), e cremos, ainda que não vejamos (2 Coríntios 5:7; 1 Pedro 1:8). Quando Cristo retornar, portanto, a fé e a esperança cessarão. Mas a fé continua quando as línguas cessam e o perfeito vem. Portanto, isto tem que ocorrer antes da segunda vinda de Cristo.

Assim como muitos dos escritos de Paulo, 1 Coríntios 13:8-13 está cuidadosamente escrito e requer estudo minucioso. Mas quando estudamos com cuidado, aprendemos que Deus planejou que as línguas cessassem quando o Novo Testamento estivesse completo. As "línguas" de hoje simplesmente não são as mesmas que as línguas da Bíblia.
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APÊNDICE 1:
As línguas eram linguagens reais
Há dois textos usados algumas vezes para tentar provar que as línguas não eram linguagens reais. Um está em 1 Coríntios 14:2: "Pois quem fala em outra língua, não fala a homens, senão a Deus, visto que ninguém o entende, e em espírito fala mistérios". O argumento tirado freqüentemente deste versículo é que as línguas eram uma "linguagem de oração", especial para comunicação com Deus. De fato, neste trecho, Paulo está reprovando os Coríntios por seu uso errado das línguas. Desde que as línguas da Bíblia eram linguagens reais, elas seriam entendidas somente por aqueles que falassem aquela linguagem. Nas assembléias dos Coríntios, alguns homens estavam falando em linguagens que nenhum dos presentes conhecia, e sem o auxílio de um tradutor. Paulo mostra a conseqüência deste mau uso das línguas. Ninguém além de Deus as entendia e, portanto, não havia proveito (edificação) para a igreja. Não há proveito em falar uma língua que não é entendida pela igreja. Paulo disse claramente que todas as vozes tinham significado (versículo 10), mas que, se não conhecessem o significado da linguagem, ele estaria falando como um estrangeiro aos ouvintes, sem nenhum proveito (versículo 11). Paulo lança o princípio que tudo o que é feito na igreja tem que ser para edifcação. Portanto, as pessoas poderiam falar somente em linguagens conhecidas dos ouvintes, ou então, com um intérprete. Nesta passagem, Paulo não está recomendando que se fale em uma linguagem que só Deus poderia entender, mas está reprovando esta prática dos Coríntios.

Outro texto está em 1 Coríntios 13:1, onde Paulo diz: "Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o bronze que soa, ou como o címbalo que retine". Paulo fala semelhantemente nos versículos 2-3: "Ainda que eu tenha o dom de profetizar e conheça todos os mistérios e toda a ciência; ainda que eu tenha tamanha fé, a ponto de transportar montes, se não tiver amor, nada serei. E ainda que eu distribua todos os meus bens entre os pobres e ainda que entregue o meu próprio corpo para ser queimado, se não tiver amor, nada disso me aproveitará". Em cada versículo, Paulo está dizendo, em essência: Ainda que eu vá até ao mais extremo limite concebível ­ em línguas, em conhecimento, em fé, em serviço ­ sem amor estarei vazio e inútil. Paulo não estava sugerindo que ele havia conhecido todos os mistérios, que havia dado seu corpo para ser queimado ou que ele houvesse falado na língua dos anjos. Mas estava, isto sim, dizendo que, mesmo que ele houvesse, isso nada seria sem o amor.
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APÊNDICE 2: 
Certas doutrinas das igrejas contradizem a Bíblia
Todos os ensinamentos, práticas, e igrejas precisam ser testados pelo padrão da Palavra de Deus. Doutrinas e ensinamentos que não estão na Bíblia vêm dos homens e são condenadas por Cristo (Mateus 15:1-14; Marcos 7:1-13; Colossenses 2:20-23). A ênfase e a atenção constante de muitas igrejas ao dinheiro é uma das feições muito opostas ao ensino de Cristo. Nada lemos a respeito de Jesus ou de seus seguidores pedindo dinheiro. Os cristãos deveriam dar conforme sua prosperidade e não por causa de exigência das igrejas (1 Coríntios 16:1-2; 2 Coríntios 9:7). A contínua ênfase no dinheiro em muitas igrejas de hoje deveria ser uma advertência de que seus motivos e doutrinas são muito diferentes daquelas de Cristo. Na Bíblia, os falsos professores foram freqüentemente caracterizados por sua ganância (1 Timóteo 6:5; Tito 1:11; 2 Pedro 2:1-3,14-15; Marcos 12:40; Mateus 21:13).

quarta-feira, 15 de junho de 2011

O que aconteceu depois da Páscoa

Para criar uma religião mundial, o Jesus libertador do povo judeu foi transformado no Filho de Deus e ganhou o nome de Cristo

Três tempos
Paulo (acima, no quadro Monte de Marte, de Rafael) prega sua mensagem sobre Jesus (no centro, no mosaico Ressurreição, da Igreja da Transfiguração, em Massachusetts), que permanece até hoje sob a orientação do Vaticano (abaixo)
A religião cristã não começou com Jesus. Segundo estudos recentes feitos por historiadores e teólogos cristãos, a imagem desse homem como Filho de Deus surgiu alguns anos após sua morte em Jerusalém por volta do ano 30 do que hoje chamamos Era Cristã. Mais ainda: a versão de que Jesus teria sido condenado pelo povo judeu passou a ser construída muito depois de sua morte, com a elaboração dos evangelhos. Diante de um mundo dominado pelos romanos, o cristianismo evitou complicações políticas e se distanciou de sua origem: uma seita judaica formada por homens contrários à dominação estrangeira. Liderada por Tiago, irmão de Jesus, a seita praticamente desapareceu no massacre de Jerusalém pelos romanos na revolta que terminou no ano 70. Para seus integrantes, Jesus era o Messias, descendente do rei Davi que nascera para libertar o povo judeu da opressão e fora morto sob acusação de rebelião. Fora da Palestina o trabalho iniciado pelo apóstolo Paulo prosseguiu, com a mensagem de um Cristo divino e descomprometido com a política.
Por muito tempo, a versão aceita pela tradição cristã fez do ato de terror do Império Romano um crime dos judeus
"Vendo Pilatos que nada conseguia, mas, ao contrário, a desordem aumentava, pegou água e, lavando as mãos, na presença da multidão, disse: "Estou inocente desse sangue. A responsabilidade é vossa". (Mateus, 27, 24-25)

O julgamento
Cristo perante Pilatos, quadro de 1566-1567 de Tintoretto
Até cerca de 50 anos atrás, nas missas católicas da Sexta-Feira Santa, os padres diziam aos fiéis para orar pelos "pérfidos judeus", para que Deus tivesse piedade deles. Essa expressão discriminatória, que foi retirada da liturgia católica durante o papado de João 23 (1958-1963), se originou da versão sobre a Paixão de Cristo consagrada pelos evangelhos. Estudos críticos da Bíblia, mais freqüentes nas últimas décadas – por parte de estudiosos ateus, judeus e até cristãos – rejeitam a versão que mostra Pôncio Pilatos comovido com Jesus e inconformado com a suposta multidão que teria pedido sua morte.
Baseados em diversos relatos, como os de Flávio Josefo (35-100 d.C.), autor de A Guerra Judaica, e nos princípios do Direito Romano, esses historiadores estão convencidos de que a condenação de Jesus foi apenas mais uma entre as milhares realizadas pelos romanos na Palestina. "Foi basicamente um ato oficial de terrorismo. Roma não tolerava rebeliões em seus domínios", afirma o teólogo Fernando Altemeyer Júnior, professor da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo. A morte na cruz era a pena imposta pelos romanos para os delitos contra o império.


A cidade da execução
Jerusalém, onde hoje vivem israelenses e palestinos, teve seu antigo Templo destruído e, no Gólgota (local do suposto sepultamento de Jesus), está hoje a Igreja do Santo Sepulcro


Ameaça ao grupo
A acusação contra Jesus por parte dos judeus se restringiu aos saduceus, a facção que apoiava a dominação romana e controlava a nomeação dos sumos sacerdotes. Jesus teria sido uma ameaça para eles, segundo o teólogo Hermínio Andrés Torices, professor da PUC de Campinas e do Instituto Teológico de São Paulo. "Tudo indica que houve um complô desse grupo restrito, mas não uma vontade coletiva dos judeus de Jerusalém", diz Torices. O judaísmo na época de Jesus era muito diversificado, mas apesar das muitas facções, o sentimento contra a dominação estrangeira era geral e muito forte na população local.

"Os evangelhos falam pouco sobre os atos dos romanos na Palestina. Seria o mesmo que contar a história da França de 1940 a 1945 sem falar nos alemães."

Hyam Maccoby, da Universidade de Leeds, na Inglaterra, em entrevista ao documentário O Verdadeiro Jesus Cristo, produzido pelo Channel 4
Um outro tema tratado nos evangelhos, a libertação de Barrabás, serviu para temperar essa suposta vontade coletiva dos judeus de condenar Jesus à morte. O privilégio de os judeus poderem pedir durante a Páscoa a libertação de um condenado não passa de uma lenda, segundo diversos estudiosos, como Paul Winter (1904-1969), em seu livro póstumo Sobre O Processo de Jesus, de 1974.
Acredita-se que, escritos a partir da grande revolta dos judeus contra Roma (66-70 d.C.), os evangelhos evitaram acusar o Império pela morte de Cristo. "Há uma nítida tendência para amenizar as tensões entre romanos e cristãos, até mesmo nos séculos seguintes", afirma Torices. Essa tendência só termina no ano 313, quando o imperador Constantino decreta o Edito de Milão, estabelecendo uma política de liberdade religiosa. Por pouco, segundo Winter, Pilatos não foi canonizado, assim como aconteceu com sua mulher pela Igreja Grega por ter sido advertida em um sonho que Jesus era inocente (Mateus, 27,19).
Após se converter, Paulo prega fora da Palestina para os não-judeus; começam as brigas com Tiago, irmão de Jesus
As pesquisas das últimas décadas mostram como a pequena seita judaica criada por Jesus conseguiu sobreviver de maneira surpreendente à guerra de 66-70 d.C., em que os romanos praticamente massacraram os judeus. Isso ocorreu por obra de um homem que havia sido um implacável perseguidor desse povo convertido: o apóstolo Paulo, nascido em uma família israelita de Tarso, na atual Turquia, com o nome de Saulo. Segundo os Atos dos Apóstolos, após presenciar de forma cúmplice o apedrejamento de Estevão em Jerusalém, Saulo "devastou a Igreja: entrando pelas casas arrancava homens e mulheres e metia-os na prisão".
Isso ocorreu até que, em uma viagem a Damasco, Jesus teria aparecido após uma luz intensa vinda do céu tê-lo cegado, fazendo-o cair no chão. Depois da visão, ele deixa de lado o nome judaico e passa a se chamar Paulo, da língua do Império Romano, o latim. E começa sua missão com os gentios (não-judeus) em viagens a Chipre, à Ásia Menor e à Grécia.



Ruptura entre facções
No ano 48 d.C. , realiza-se o Concílio de Jerusalém. Nessa reunião, Paulo conseguiu convencer Tiago, irmão de Jesus e líder da seita que continuou na Palestina após a crucificação, a permitir que pagãos convertidos fossem dispensados de seguir a Lei judaica, que estabelecia, entre outras obrigações, a circuncisão e os princípios de seleção e preparação de alimentos. Paulo prossegue com sua missão, mas a doutrina pregada por ele já não era a mesma da Igreja de Jerusalém.
Para Tiago e seus seguidores, Jesus era o Messias, que teria vindo ao mundo para livrar o povo judeu da opressão. Era o escolhido para implantar o Reino de Deus, isto é, governar Israel conforme a Lei. Paulo, porém, apresentava Jesus sob o nome grego Cristo, cujo significado era o mesmo de Messias em hebraico: "Ungido". O Cristo anunciado por ele era o Filho de Deus. Tiago e os outros apóstolos o tinham conhecido em vida, mas Paulo alegava ter visto o Cristo celestial. Em sua Primeira Epístola aos Coríntios (15,8), ele se declara como o último dos que viram o Filho de Deus ressuscitado. Paulo ensina que o cristão é livre do pecado pelo seu amor a Cristo e que a Lei era obsoleta. "Vamos pecar porque não estamos mais debaixo da Lei mas sob a graça? De modo algum!" (Romanos, 6,15).

"Este (Paulo) é o primeiro cristão, o inventor do cristianismo. Até então havia apenas alguns sectários judeus."

Friedrich Nietzsche (1844-1900), filósofo alemão, em Aurora
As desconfianças se agravam. Paulo faz uma violenta acusação na Epístola aos Gálatas (2,4) aos "falsos irmãos que se infiltraram para espiar a liberdade que temos em Cristo Jesus, a fim de nos reduzir à escravidão". Ele segue para um encontro com Tiago em Jerusalém, possivelmente no ano 58. Reconhecido no Templo como aquele que pregava o abandono da Lei, é ameaçado de morte, apela para sua cidadania romana e escapa do linchamento ao ser preso pelos soldados. Tiago é morto por apedrejamento quatro anos depois. Paulo é decapitado em Roma depois por ordem de Nero. Mas o mundo conhecerá somente o Cristo de Paulo.
O Cristo celestial de Paulo obscurece o Jesus histórico, cresce com o Império Romano e se expande para o mundo
Segundo o que se conhece sobre aqueles tempos turbulentos, a Igreja cristã de Jerusalém praticamente morreu com o massacre comandado por Tito no ano 70. Tiago e seus seguidores teriam sido judeus de origem humilde, talvez com modesta formação intelectual, afirma Robert Eisenman, diretor do Instituto de Estudos das Origens Judaico-Cristãs, da Universidade do Sul da Califórnia, em Long Beach, nos EUA. O sofisticado Paulo, ao contrário, tivera sólida formação na cultura greco-romana e preparou o caminho para que a expansão cristã pudesse prosseguir após sua morte. "Além de fazer uma peregrinação missionária original, criando vínculos em cidades importantes, ele soube escolher pessoas para multiplicar seu trabalho", afirma o teólogo Fernando Altemeyer Júnior. "Se fosse nos dias de hoje, ele usaria a internet." Paulo permaneceu 18 meses em Corinto, na Grécia, pregando aos trabalhadores do porto e marinheiros, que passaram a difundir sua mensagem. "Paulo enxergava a direção que tomava o mundo e agiu para fazer o cristianismo crescer no futuro", diz o teólogo Hermínio Andrés Torices.
A intuição do apóstolo faz com que ele apresente a fé cristã com uma dramatização comovente e arrebatadora para os homens de um mundo sob domínio político opressivo. Paulo, que conhecera os filósofos estóicos, como o romano Sêneca (4 a.C.- 65 d.C.), cria uma doutrina semelhante em alguns aspectos ao pensamento deles. O estoicismo, que esvaziava da filosofia o conteúdo político em favor da moral e da realização subjetiva, surgira a partir da perda da liberdade política das cidades-estado gregas para os conquistadores macedônios no século 4 a.C. A liberdade do cristão, diz Paulo, é a salvação obtida somente por meio da fé e do amor em Cristo.
Traição aos judeus


O apóstolo Paulo, em um mosaico no Arcebispado de Ravena, Itália
Para os judeus seguidores de Jesus, no entanto, política e religião eram uma coisa só. Diante da ameaça de serem massacrados pelos romanos, eles consideravam o cristianismo de Paulo como uma traição. Entre os círculos judaicos mais radicais a Roma, ele chegou a ser apontado em sua época como um herodiano, segundo Robert Eisenman em seu artigo "Paul as a Herodian", publicado em 1996 no Journal of Higher Critical Studies. Eram assim chamados, em alusão a Herodes e sua família, todos aqueles considerados cúmplices da dominação romana e de seus governantes fantoches por usufruírem benefícios ou simplesmente por não adotarem uma atitude contrária, de acordo com Eisenman.
Além de não se opor aos dominadores, o cristianismo teria desvirtuado a imagem de facções judaicas, como o farisaísmo, que apregoava a rigorosa observação da Lei, e criticava tanto os saduceus, cúmplices dos romanos, como os zelotas, que pegavam em armas contra eles. "Na tradição cristã, a palavra ‘fariseu’ tornou-se sinônimo de ‘hipócrita’, ou se aplica àqueles que se atêm a minúcias sem atender ao que importa", diz Winter.

"Eu vos faço saber, irmãos, que o evangelho por mim anunciado não é segundo o homem, pois eu não o recebi nem aprendi de algum homem, mas por revelação de Jesus Cristo."

Paulo, Epístola aos Gálatas, 1, 11
Outros pesquisadores, como Geza Vermes, da Universidade de Oxford, na Inglaterra, vão mais além na crítica às origens cristãs. "No relato de João da vida de Jesus, eles (os judeus) são um bando sedento de sangue que desde o início procurou matá-lo e não desistiu até ter sucesso em seus planos nefandos", diz Vermes no livro A Religião de Jesus, o Judeu. "Eis a origem da tendência cristã de demonizar os judeus, a origem do antijudaísmo religioso, tanto moderno quanto medieval, que direta ou indiretamente conduz ao Holocausto."
Exageros nas críticas


A cristianização de Jesus
O Jesus humano e judeu (acima, em A Crucificação Amarela, de Chagal) sai de cena para dar espaço ao Cristo celestial (à dir., em Ressurreição, de Grunewald)

Embora não discordem dessas afirmações, muitos estudiosos esclarecem que é preciso cautela para evitar uma injusta redução da obra de Paulo. Alguns historiadores, como da Universidade de Leeds, na Inglaterra, afirmam em várias obras que ele fez um trabalho sistemático de construir uma religião conveniente para o momento, e o responsabiliza pelos evangelhos oficiais. "Isso é um exagero. Paulo é quem mais fala da cruz romana como uma garantia histórica do personagem que foi o filho de José", diz Altemeyer. "Em cada uma de suas cartas ele tratou de assuntos específicos, sendo sempre muito enfático com o tema central", afirma Ana Flora Anderson, professora da Escola Dominicana de Teologia, em São Paulo. "Por isso, não é justo fazer conclusões gerais e sintéticas da obra paulina."

Apesar de todas essas críticas, o Novo Testamento continua sendo a fonte mais rica e mais detalhada das origens cristãs. Mas, felizmente, o cristianismo passou nos últimos 50 anos, a partir de João 23, a rever seus procedimentos no dia-a-dia. "As barreiras de desconfiança mútua se dissolveram. Nunca houve tantos encontros oficiais de católicos com a comunidade judaica visando caminhar para uma verdadeira fraternidade", diz o rabino Henry Sobel, presidente do Rabinato da Congregação Israelita Paulista, em São Paulo. "Esse é um caminho para valer, sem volta."

Momento de Reflexão

Observe a imagem abaixo com atenção, e pense em tudo o que Ele fez por nós! Pelo menos por 1 minuto pense em tudo que Ele passou para nos salvar dos NOSSOS pecados.
Pensou?! E você, faria algo assim para salvar alguém? Se por acaso você fizesse isso, você gostaria se esta pessoa não quisesse ser salva? O que você sentiria? Você teria sofrido tanto em vão?
Será que Jesus está feliz com você e com as suas atitudes?

Culpa do Mundo

1 Pilatos mandou então flagelar Jesus. 2 Os soldados teceram uma coroa de espinhos, que puseram em sua cabeça, e cobriram-no com um manto de púrpura. 3 Aproximavam-se dele e diziam: "Salve, rei dos judeus", e lhe davam bofetadas. 4 Pilatos saiu mais uma vez e lhes disse: "Vede! Eu o estou trazendo para fora, diante de vós, para que saibais que não encontro nele nenhum crime". 5 Apareceu então Jesus trazendo a coroa de espinhos e o manto de púrpura. Pilatos disse: "Eis o homem"! 6 Quando o viram, os sumos sacerdotes e os guardas gritaram: "Crucifica-o, crucifica-o"! Pilatos lhes disse: "Tomai-o vós e crucificai-o, pois não encontro nele crime algum". 7 Os judeus responderam: "Nós temos uma Lei e, segundo a Lei, ele deve morrer porque se fez Filho de Deus".
8 Ao ouvir essas palavras Pilatos ficou com mais medo ainda. 9 Entrou novamente no palácio e perguntou a Jesus: "Donde és tu?"Jesus não lhe deu resposta. 10 Disse-lhe então Pilatos: "Tu não me respondes? Não sabes que tenho poder para te soltar e poder para te crucificar?"11 Jesus lhe respondeu: "Não terias nenhum poder sobre mim se não te fosse dado do alto. Por isso, quem me entregou a ti tem pecado maior". 12 Desde então Pilatos procurava soltá-lo. Mas os judeus gritavam: "Se o soltas, não és amigo de César, porque quem se faz rei se declara contra César".
13 Quando Pilatos ouviu essas palavras, trouxe Jesus para fora e sentou-se no tribunal, no lugar chamado Pavimento de pedra, em hebraico Gábata. 14 Era véspera da Páscoa, por volta do meio-dia. Pilatos disse aos judeus: "Aqui está o vosso rei"! 15 Mas eles gritaram: "Fora com ele! Crucifica-o!"Pilatos perguntou: "Vou crucificar o vosso rei?"Os sumos sacerdotes responderam: "Nós não temos outro rei senão César". 16 Então Pilatos o entregou a eles para que fosse crucificado.
A crucifixão de Jesus. Levaram então Jesus consigo. 17 Jesus saiu carregando a cruz para o lugar chamado Caveira, em hebraico Gólgota . 18 Ali o crucificaram, juntamente com outros dois, um de cada lado e Jesus no meio. 19 Pilatos mandou escrever um letreiro e colocá-lo no alto da cruz. Estava escrito: Jesus Nazareno, o rei dos judeus. 20 Muitos judeus leram o letreiro, porque ficava perto da cidade o lugar onde Jesus foi crucificado, e o letreiro estava escrito em hebraico, grego e latim.
21 Os sumos sacerdotes dos judeus disseram a Pilatos: "Não deves escrever: ‘o rei dos judeus’, mas que ele disse: ‘eu sou o rei dos judeus’". 22 Pilatos respondeu: "O que escrevi, está escrito". 23 Depois de crucificar Jesus, os soldados tomaram as vestes dele e dividiram-nas em quatro partes, uma para cada um. Tomaram também a túnica; era uma túnica sem costura, tecida toda de alto a baixo. 24 Os soldados disseram uns aos outros: "Não vamos rasgá-la, mas vamos lançar a sorte para ver de quem será", para que se cumprisse a Escritura:
Repartiram entre si minhas vestes
e sobre a túnica lançaram a sorte.
Foi o que os soldados fizeram.
25 Junto à cruz de Jesus estavam de pé sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria de Cléofas e Maria Madalena. 26 Vendo a mãe e, perto dela o discípulo a quem amava, Jesus disse para a mãe: "Mulher, aí está o teu filho". 27 Depois disse para o discípulo: "Aí está a tua mãe". E desde aquela hora o discípulo tomou-a sob seus cuidados.
A morte de Jesus. 28 Em seguida, sabendo que tudo estava consumado e para se cumprir plenamente a Escritura, Jesus disse: "Tenho sede". 29 Havia ali um vaso cheio de vinagre. Os soldados fixaram uma esponja embebida em vinagre numa vara de hissopo e lhe aproximaram da boca. 30 Depois de provar o vinagre, Jesus disse: "Tudo está consumado". E, inclinando a cabeça, entregou o espírito.
O sangue e a água. 31 Os judeus pediram a Pilatos que quebrassem as pernas dos crucificados e fossem retirados. Assim o fizeram porque já era a tarde de sexta-feira e não queriam que os corpos ficassem na cruz durante o sábado, por ser aquele sábado particularmente solene. 32 Os soldados vieram e quebraram as pernas do primeiro e do outro que tinham sido crucificados com ele. 33 Quando chegaram, porém, a Jesus e viram que estava morto, não lhe quebraram as pernas, 34 mas um dos soldados traspassou-lhe o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água. 35 Quem o viu deu testemunho, e o seu testemunho é digno de fé. Sabe que diz a verdade, para que também vós creiais. 36 Assim aconteceu para que se cumprisse a Escritura: Não lhe quebrareis osso algum. 37 E outra Escritura diz também: Olharão para aquele a quem traspassaram.
O sepultamento. 38 Depois disso, José de Arimatéia, que era discípulo de Jesus, embora em segredo porque tinha medo dos judeus , pediu a Pilatos que lhe permitisse retirar o corpo de Jesus. Pilatos lhe permitiu. Então ele veio e retirou o corpo. 39 Chegou também Nicodemos, o mesmo que antes tinha ido encontrar-se com Jesus de noite , e trouxe uns trinta quilos de uma mistura de mirra e aloés. 40 Eles tiraram o corpo de Jesus e o envolveram em faixas de linho com aromas, conforme é o costume de sepultar entre os judeus. 41 No local onde Jesus tinha sido crucificado havia um jardim, e no jardim um sepulcro novo onde ninguém ainda tinha sido depositado. 42 Como o sepulcro estivesse próximo e ia começar o sábado dos judeus, foi ali que puseram Jesus.

A crucificação de Jesus de Nazaré

O método da crucificação adquiriu grande importância para o Cristianismo, já que de acordo com os cristãos Jesus de Nazaré havia sido entregue pelos judeus aos romanos para crucificação.
No caso de Jesus parece ter sido esse castigo feito de modo severo, antes da sentença final, considerando os castigos impetrados pelo sinédrio e posteriormente pela corte romana local na pessoa de Pôncio Pilatos. Segundo a bíblia, nesse ato foi colocado um pedaço de madeira sobre a cabeça do réu (Mt 27.37; Mc 15.26; Lc 23.38; Jo 19.19), com uma inscrição de poucas palavras que exprimiam o crime: INRI, ou Iesus Nazarenus Rex Ioderum, ou Jesus de Nazaré, Rei dos Judeus. Jesus carregou a cruz até o lugar da execução e este trajeto público e penoso é chamado de Via Crucis.
Jesus Cristo foi pregado na cruz, mas por vezes o condenado era apenas atado a esse instrumento de suplício, visto que o tempo de agonia do criminoso era extraordinariamente prolongado. Entre os judeus, algumas vezes o corpo de criminosos era pendurado numa árvore; mas não podia ficar ali durante a noite porque era "maldito de Deus" e contaminaria a terra.
Diversos outros cristãos também foram crucificados, entre eles Pedro, que segundo registros históricos, teria sido crucificado de cabeça para baixo.
De acordo com a tradição judaica, Jesus de Nazaré não teria sido crucificado pelos romanos, mas sim teria sido um religioso anterior chamado Jesus Ben Pantera declarado herege pelo Sinédrio, apedrejado e pendurado em uma árvore na véspera da Pessach de 88 a.C. de cuja história teria originado posteriormente o Cristianismo. Já de acordo com o Islão, a crucificação de Jesus teria sido aparente, já que Deus não permitiria um sofrimento demasiado para um justo.A maior crucificação de que se tem notícia ocorreu em 71 a.C., ao tempo de Pompeu, em Roma. Dominada a revolta de 200.000 escravos sob o comando de Espártaco (a Terceira Guerra Servil), as legiões romanas, furiosas, num só dia, crucificaram perto de 6.000 dos revoltosos vencidos O que aconteceu aos dois ladrões que foram crucificados juntos com Jesus Cristo?
Jesus morreu antes dos outros dois crucificados. Morreu antes devido aos espancamentos (flagelação) terríveis, da desidratação, do stress e do jejum a que foi submetido. O dia da sua morte era um dia muito importante para a religião judaica: “era dia de preparativos para a Páscoa.”
O costume dos romanos era deixar os corpos na cruz após estarem mortos para que fossem vistos e servissem de exemplo. Neste caso, porém, a crucificação se deu numa época muito especial para os Judeus, que pediram que tirassem os corpos de lá, evitando assim que fossem retirados no sábado mais sagrado do ano ou que ainda estivessem lá no domingo de Páscoa. (Quem conhece a cultura Judaica sabe o quanto o sábado é considerado sagrado, a ponto de quase nada ser permitido fazer).
Os romanos, com receio de uma possível rebelião popular, permitiram que os corpos fossem retirados antes que começasse o sábado judaico. ( O sábado para os Judeus começa sempre ao anoitecer da nossa sexta-feira).*
Os dois bandidos ainda estavam vivos. Para acelerar suas mortes foi decidido aplicar o crurifragium, ou seja, quebrar as pernas dos crucificados a fim de que estes ficassem sustentados apenas pelos braços e assim morressem rapidamente asfixiados (por falta de ar). Desta forma todos morreram antes do início do sábado.
As pernas de Jesus não foram quebradas, pois Ele já estava morto. Um dos legionários romanos, para evitar dúvidas, enfiou sua lança no corpo morto do Mestre.
 
“Era dia de preparativos para a Páscoa. Os judeus queriam evitar que os corpos ficassem na cruz durante o sábado, porque esse sábado era muito solene para eles. Então pediram que Pilatos mandasse quebrar as pernas dos crucificados e os tirassem da cruz. Os soldados foram e quebraram as pernas de um e depois do outro, que estavam crucificados com Jesus. E se aproximaram de Jesus. Vendo que já estava morto, não Lhe quebraram as pernas, mas um soldado Lhe atravessou o lado com uma lança e imediatamente saiu sangue e água.” (João 19:31,34)  

"Os judeus tinham ido pedir a Pilatos que se praticasse o "crurifragium", pois era "a vigília de sábado" ... e também o dia de descanso da parasceve. Pela lei judaica os crucificados não podiam passar a noite na cruz (Deut. 21-23). E pelas seis horas começava o sábado da semana da Páscoa, durante a qual estava interdita qualquer execução. A proximidade da grande festa explica a maneira como foram precipitados os acontecimentos do dia - a prisão noturna, o julgamento, a execução e o sepultamento de Jesus, tudo no espaço de poucas horas".

quarta-feira, 8 de junho de 2011

A lenda de São Cipriano

A lenda de São Cipriano – O Feiticeiro – confunde-se com um outro célebre Cipriano imortalizado na Igreja Católica, conhecido como Papa Africano. Apesar do abismo histórico que os afasta, as lendas combinam-se e os Ciprianos, muitas vezes, tornam-se um só na cultura popular. É comum encontrarmos fatos e características pessoais atribuídas equivocadamente. Além dos mesmos nomes, os mártires coexistiram, mas em regiões distintas.
Cipriano – O Feiticeiro – é celebrado no dia 2 de Outubro. Foi um homem que dedicou boa parte de sua vida ao estudo das ciências ocultas. Após deparar-se com a jovem (Santa) Justina, converteu-se ao catolicismo. Martirizado e canonizado, sua popularidade excedeu a fé cristã devido ao famoso Livro de São Cipriano, um compilado de rituais de magia.
A fantástica trajetória do Feiticeiro e Santo da Antioquia, representa o elo entre Deus e o Diabo, entre o puro e o pecaminoso, entre a soberba e a humildade. São Cipriano é mais que um personagem da Igreja Católica ou um livro de magia; é um símbolo da dualidade da fé humana.
O Feiticeiro
Filho de pais pagãos e muito ricos, nasceu em 250 d.C. na Antioquia, região situada entre a Síria e a Arábia, pertencente ao governo da Fenícia. Desde a infância, Cipriano foi induzido aos estudos da feitiçaria e das ciências ocultas como a alquimia, astrologia, adivinhação e as diversas modalidades de magia.
Após muito tempo viajando pelo Egito, Grécia e outros países aperfeiçoando seus conhecimentos, aos trinta anos de idade Cipriano chega à Babilônia a fim de conhecer a cultura ocultista dos Caldeus. Foi nesta época que encontrou a bruxa Évora, onde teve a oportunidade de intensificar seus estudos e aprimorar a técnica da premonição. Évora morreu em avançada idade, mas deixou seus manuscritos para Cipriano, dos quais foram de grande proveito. Assim, o feiticeiro dedicou-se arduamente, e logo se tornou conhecido, respeitado e temido por onde passava.
A Conversão Cristã
cipriano01Vivia em Antioquia a bela e rica donzela Justina. Seu pai Edeso e sua mãe Cledonia, a educaram nas tradições pagãs. Porém, ouvindo as pregações do diácono Prailo, Justina converteu-se ao cristianismo, dedicando sua vida as orações, consagrando e preservando sua virgindade.
Um jovem rico chamado Aglaide apaixonou-se por Justina. Os pais da donzela (também convertidos à fé Cristã) concederam-na por esposa. Porém, Justina não aceitou casar-se. Aglaide recorreu a Cipriano para que o feiticeiro aplicasse seu poder, de modo que a donzela abandonasse a fé e se entregasse ao matrimônio.
Cipriano investiu a tentação demoníaca sobre Justina. Fez uso de um pó que despertaria a luxúria, ofereceu sacrifícios e empregou diversas obras malignas. Mas não obteve resultado, pois Justina defendia-se com orações e o Sinal da Cruz.
A ineficácia dos feitiços fez com que Cipriano se desiludisse profundamente perante sua fé e se voltasse contra o demônio. Influenciado por um amigo cristão de nome Eusébio, o bruxo converteu-se ao cristianismo, chegando a queimar seus manuscritos de feitiçaria e distribuir seus bens entre os pobres.
Os Fantasmas
Em um capítulo de seu livro, Cipriano narra um episódio ocorrido após sua conversão:
“Numa noite de sexta-feira, caminhava por uma rua deserta quando se deparou com quatorze fantasmas. Essas aparições eram bruxas que imploravam ajuda. Cipriano respondeu-lhes que havia se arrependido de sua vida de feiticeiro, e que havia se tornado temente a Jesus Cristo. Logo depois caiu em sono profundo, e sonhou que a oração do Anjo Custódio o livraria daqueles fantasmas. Ao despertar teve uma breve visão do Anjo. Assim, auxiliado pela oração de São Gregório e do Anjo Custódio, esconjurou e livrou a alma atormentada das bruxas.”
A Morte
cipriano02As notícias da conversão e das obras cristãs de Cipriano e Justina, chegaram até o imperador Diocleciano que se encontrava na Nicomédia. Assim, logo foram perseguidos, presos e torturados. Frente ao imperador, viram-se forçados a negar a fé cristã. Justina foi chicoteada, e Cipriano açoitado com pentes de ferro. Não cederam.
Irritado com a resistência, Diocleciano ainda lançou Cipriano e Justina numa caldeira fervente de banha e cera. Os mártires não renunciaram, e tampouco transpareciam sofrimento. O feiticeiro Athanasio (que havia sido discípulo de Cipriano) julgou que as torturas não surtiam efeito devido a algum sortilégio lançado por seu ex-mestre. Na tentativa de desafiar Cipriano e elevar a própria moral, Athanasio invocou os demônios e atirou-se na caldeira. Seu corpo foi dizimado pelo calor em poucos segundos.
Após este fato, o imperador Diocleciano finalmente ordenou a morte de Justina e Cipriano. No dia 26 de Setembro de 304, os mártires e um outro cristão de nome Teotiso, foram decapitados às margens do Rio Galo da Nicomédia. Os corpos ficaram expostos por 6 dias, até que um grupo de cristãos recolheu e os levou para Roma, ficando sob os cuidados de uma senhora chamada Rufina. Já no império de Constantino, os restos mortais foram enviados para a Basílica de São João Latrão.
O Livro
O famoso Livro de São Cipriano foi redigido antes de sua conversão, mas o mistério que envolve a vida do Santo interfere também em seu livro. Uma parte dos manuscritos foi queimada por ele mesmo. A questão é que não se sabe quando, e por quem os registros foram reunidos e traduzidos do hebraico para o latim, e posteriormente levados para diversas partes do mundo.
No decorrer dos anos, o conteúdo sofreu alterações significativas. Houve uma adaptação de acordo com as necessidades e possibilidades contemporâneas; além da adequação necessária na tradução para os vários idiomas. Esses fatores colocam em dúvida a fidelidade das versões recentes, se comparadas às mais antigas.
Atualmente, não é possível falar do Livro, mas sim dos Livros de São Cipriano. As edições capa preta e capa de aço; ou aquelas intituladas como o autêntico, o verdadeiro, ou o único, enfatizam um mesmo acervo mágico central, e ainda exaltam o cristianismo e a vitória do bem sobre o mal. Porém, existem grandes diferenças no conteúdo. Enquanto alguns exemplares apresentam histórias e rituais inofensivos, outros apelam para campos negativistas e destrutivos da magia.
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Num aspecto geral, encontra-se instruções aos religiosos para tratar de uma moléstia, além de cartomancia, esconjurações e exorcismos. A Oração da Cabra Preta, Oração do Anjo Custódio e outras da crença popular também são inclusas (Magnificat, Cruz de São Bento, Oração para Assistir aos Enfermos na Hora da Morte, etc.). Além dos rituais de como obter um pacto com o demônio, como desmanchar um casamento e da caveira iluminada com velas de sebo.
No Brasil, o Livro de São Cipriano é usado largamente nas religiões afro-brasileiras, e se tornou um “almanaque ocultista” de fácil acesso que se dilui na crendice popular. Há ainda os mitos que o cercam: muitos consideram ser pecado possuí-lo ou simplesmente tocá-lo. De qualquer forma, o tema São Cipriano e tudo que o cerca, é um campo de estudo e pesquisa muito interessante para os ocultistas, religiosos e aventureiros.

10 aparições mais bizarras

Visões de deuses, santos, demônios e alienígenas é algo tão antigo quanto as primeiras civilizações, como a egípcia. Desde aqueles tempos, a teofania, como é chamado o aparecimento ou a revelação de uma divindade, tem sido relatada nas mais diferentes culturas e épocas. Na Ocidente cristão, por exemplo, Jesus Cristo é um dos campeões em aparições nesses quase dois mil anos desde que deixou este mundo. Algumas teofanias tornaram-se até “oficiais”, reconhecidas pelas instâncias sagradas adequadas. Uma das mais famosas desse tipo é a série de aparições da Virgem Maria, a mãe de Jesus, para três crianças na aldeia de Fátima, em Portugal, em 1917.
No entanto, muitas aparições não passam de profanas ilusões de ótica que veem santos em muros, na cobertura ou recheio de doces e até em exames de laboratório. Além disso, nem só divindades têm sido vistas por aí. Demônios, extraterrestres e objetos voadores não identificados também têm aparecido para pessoas de muita fé. Nas próximas páginas, confira quais são as dez aparições mais bizarras que já ocorreram.
Rosto humano em Marte
Em 25 de julho de 1976, a nave Viking 1, enviada pela Nasa para orbitar Marte e localizar regiões para o pouso da Viking 2, fotografou uma parte da superfície norte do planeta. Na foto enviada para a Terra muitos viram a imagem de uma face humana como que saindo das formações geológicas do planeta. Apesar das várias interpretações místicas que foram dadas a ela, a verdade é que boa parte dessa “face humana” foi o resultado dos problemas de transmissão na imagem de Marte até a Terra. As falhas nos bits transmitidos formaram por exemplo um dos “olhos” e uma das “narinas” que apareceram na rocha. Para decepção dos que esperavam por alguma “mensagem” aos terráqueos, a imagem simplesmente retrata o resultado de um processo natural de formação geológica, segundo os cientistas da Nasa.
Em nome de Alá
A teofania não é um fenômeno exclusivamente ocidental e cristão, apesar das aparições mais noticiadas serem a dos ícones do cristianismo. O islamismo também tem seus episódios. Os muçulmanos não veem Alá, e sim o sagrado nome dele escrito em árabe em elementos da natureza. Uma delas aconteceu em 2009, no Irã, quando fiéis encontraram o nome de Alá escrito nos pelos de uma cabra. Outra, quando imagens registradas por infiéis ocidentais, feitas por uma câmera colocada em um dos ônibus espaciais enviados pela Nasa, revelaram o nome de Alá desenhado nas nuvens que cobriam o planeta azul visto do espaço.
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Fogueira papal
Dois anos após a morte de João Paulo 2.º, alguns conterrâneos do papa decidiram homenageá-lo em uma festa no povoado de Beskid Zywiecki, na Polônia, próximo à cidade natal do ex-pontífice. O que eles não esperavam era que ele desse uma passadinha por lá. Pelo menos essa é a impressão que os fiéis ficaram após verem a foto da fogueira feita na celebração. Para muitos a silhueta das chamas mostra o papa com a mão direita levantada, reproduzindo o típico gesto com que ele abençoava os fiéis. O fato da “aparição” ter acontecido exatamente dois anos após o dia e a hora da morte do pontífice aumentou as especulações, entre o rebanho católico, dela ser um sinal enviado por Deus.
Guloseimas santas
A imagem de pessoas santas em rosquinhas, torradas e outros produtos comestíveis é um das mais comuns e profanas aparições dos últimos tempos. Entre as mais famosas estão as imagens da Virgem Maria em uma torrada e da madre Teresa de Calcutá em uma rosquinha de canela. Em 1994, a norte-americana Diana Duyser preparou um sanduíche de queijo quente e após dar a primeira mordida reparou que no pão torrado havia se formado a figura de Nossa Senhora. Ela guardou a torrada que, segundo ela, permaneceu milagrosamente uma década sem qualquer sinal de mofo até leiloá-la no E-bay e arrecadar US$ 28 mil. Antes disso, segundo Duyser declarou à BBC, a torrada mística havia lhe dado sorte suficiente para ganhar US$ 70 mil num cassino.
Tartaruga satânica
Em outubro de 2004, um incêndio numa loja de animais em Frankfort, cidade próxima a Indianapolis (EUA), teve um único sobrevivente: a tartaruga Lucky. Só que o fato pode não ser resultado só de Lucky ser uma sortuda. Segundo seu proprietário, Brian Dora, em declaração para a Associated Press, após o incêndio o casco da tartaruga passou a exibir uma imagem que ele jura ser a da face do tinhoso, com seus chifres e tudo. Para Dora, isso pode significar que o demo estava mandando uma mensagem de que teria passado por ali. Para alívio geral, a tartaruga “demoníaca” não apresentou nenhuma mudança de comportamento e permaneceu saudável. Mas a dúvida ficou: será que ela fez algum pacto com o diabo para escapar da fogueira?
Doce Jesus
Tem muita gente vendo Jesus por aí. Uma dessas experiências aconteceu com um rapaz na Holanda em plena Sexta-Feira da Paixão de 2009, que antecedeu ao domingo de Páscoa. Teria sido nesse dia há quase dois mil anos que Jesus teria sido crucificado, morto e enterrado para ressuscitar no terceiro dia. Ao morder uma barra do chocolate KitKat, esse sortudo holandês reconheceu entre as camadas da guloseima a face de Cristo. Como prova do “milagre” não só mostrou para os colegas como fotografou a guloseima e mandou as imagens para a imprensa.
O Incidente de Varginha
Visões do chupacabra, na América Central, ao ET de Varginha, no Brasil, provam que a aparição de criaturas alienígenas é tão comum nos países latinos como a de seres sagrados. Uma das mais famosas aconteceu em Minas Gerais nos anos 90. O chamado Incidente de Varginha é uma espécie de versão tupiniquim do famoso caso Roswell. Em 20 de janeiro de 1996, três garotas na cidade mineira de Varginha, ao passarem próximas a uma oficina mecânica, teriam avistado uma criatura marrom, viscosa e de olhos vermelhos. Elas saíram correndo na direção oposta. Segundo garantem os ufólogos, uma série de eventos estranhos relacionaram-se a essa aparição do ET de Varginha, tornando-a o contato imediato de terceiro grau mais famoso no Brasil.
Visões de Satã
As aparições de Satanás parecem ser bem desagradáveis. Pelo menos é assim que têm sido retratadas em relatos, livros e filmes. Essa tradição vem desde a Biblia que mostra que suas aparições começam sempre sedutoras e terminam nada bem. Segundo São Paulo, o diabo frequentemente se transformava em um anjo de luz para seduzir as almas. Um dia, o demo teria aparecido para São Martim como um jovem trajado como um rei e com uma coroa na cabeça. Disse que era Cristo, mas São Martim não acreditou e lhe disse que Jesus não retornaria vestido daquele jeito. O tinhoso teria então desaparecido deixando um intolerável odor para trás. Prova irrefutável de que muitas visões vêm acompanhadas de cheiros também.
Aeroporto de OVNIs
Se você quer ter um encontro com extraterrestres, há alguns lugares no mundo em que eles têm mais chance de acontecer. Um deles é a esotérica São Tomé das Letras, palco de aparições de objetos voadores não identificados (OVNIs) segundo garantem várias testemunhas oculares. Outro é a cidade de Gulf Breeze, na Flórida (EUA). Lá em 1987 uma série de aparições de discos voadores teria sido registrada em impressionantes fotos tiradas pelo morador Edward Walters. As imagens geraram vários debates até que um amigo de Walters confessou que elas seriam uma farsa. Apesar disso, caçadores de OVNIs continuam a visitar Gulf Breezes em busca de algum contato imediato.
Surto de aparições em para-brisas
Normalmente as aparições ocorrem para uma pessoa ou para pequenos grupos. Agora imagine um fenômeno em que estranhas imagens começam a se formar nos para-brisas dos carros em várias localidades para milhares de pessoas. Esse fato aconteceu nos arredores de Seattle (EUA), nos anos 50, e foi chamado por cientistas sociais e psicólogos de “epidemia de manchas nos para-brisas”. Em 23 de março de 1954 começaram os primeiros relatos e logo milhares de denúncias em diferentes localidades próximas a Seattle chegaram à polícia. Durante quase um mês, bolhas surgiam e cresciam dentro dos para-brisas formando manchas e criando um dos maiores fenômenos de ilusão em massa já registrados. Os relatos coincidiram com o período de testes da bomba de hidrogênio, o que segundo os estudiosos levou a uma reação de quase histeria da população.

6 maldições famosas

Ninguém sabe ao certo se há alguma verdade nessas maldições, mas se você quiser pegar o carro de James Dean para dar uma voltinha ou desenterrar uma múmia antiga, não conte com a nossa ajuda. Você estará por sua própria conta e risco.
1. James Dean e o Pequeno Bastardo
James Dean e seu amaldiçoado Little Bastard
Em 30 de setembro de 1955, James Dean foi morto quando o Porsche 550 Spyder prata que ele chamava de Little Bastard (Pequeno Bastardo) foi atingido por um veículo que vinha na direção contrária. Um ano depois da batida de Dean, o carro se envolveu em mais dois acidentes fatais e feriu outras seis pessoas. Depois do acidente, o que sobrou do carro foi comprado pelo projetista de hot rod George Barris, o “Rei dos Customizáveis”. (Barris, que desenhou o Batmóvel, foi quem personalizou o Little Bastard para James Dean.)
Enquanto estava sendo arrumado, o Pequeno Bastardo caiu sobre as pernas de um dos mecânicos e esmagou-as. Depois disso, Barris decidiu se livrar do carro maléfico: vendeu o motor e a transmissão do carro a dois médicos que participavam de corridas, e dois pneus para outra pessoa. Durante uma corrida, o carro que recebeu o motor saiu da pista e bateu numa árvore, matando o piloto. O carro que recebeu a transmissão travou e capotou várias vezes, deixando o outro médico-piloto gravemente ferido. A outra pessoa que comprou os pneus do Little Bastard foi parar no hospital, depois que os pneus explodiram simultaneamente, provocando um grave acidente.
Barris então decidiu emprestar o que restou do carro para a California Highway Patrol, que faria uma exposição sobre a importância da segurança no trânsito. Na véspera do evento, um incêndio atingiu o galpão de exposição e todos os carros foram destruídos, exceto – é claro – o Pequeno Bastardo, que sobreviveu sem nenhum arranhão além dos que já tinha. Quando o carro foi colocado em exibição em Sacramento, caiu do display e quebrou o quadril de um adolescente que estava lá. O carro foi colocado dentro de um caminhão para ser levado de volta a Salinas, na Califórnia. O motorista perdeu o controle do caminhão no caminho, foi jogado para fora da cabine e esmagado pelo carro quando este caiu da carroceria.
Em 1960, depois de ser exibido em Miami, os restos do carro maldito desapareceram a caminho de Los Angeles. O Little Bastard nunca mais foi visto depois disso.
2. A maldição da tumba de Tutancâmon
Todos os integrantes da equipe que descobriu a tumba de Tutancâmon morreram de forma trágica
Em 1922, o explorador inglês Howard Carter, liderando uma expedição financiada por George Herbert, quinto conde de Carnarvon, descobriu a tumba antiga do rei egípcio e suas riquezas dentro. Depois de abrir a tumba, contudo, estranhos e desagradáveis eventos aconteceram nas vidas dos envolvidos na expedição.
A história de Lord Carnarvon é a mais bizarra. O aventureiro aparentemente morreu de pneumonia e envenenamento do sangue seguindo complicações de uma picada de mosquito. Testemunhas dizem que no exato momento em que Carnarvon morreu no Cairo, todas as luzes da cidade se apagaram misteriosamente. Alguns apontam para a inscrição da tumba, “A morte vem em asas para aqueles que entram na tumba de um faraó”, como prova de que o rei Tut colocou uma maldição em qualquer pessoa que perturbasse seu local de descanso final.
Tutancâmon, o faraó mais jovem do Egito antigo, morreu aos 19 anos. Mas há uma maldição que parece atingir gênios musicais de 27 anos. Leia na próxima página.
3. Clube dos 27
O guitarrista Robert Johnson inaugurou o Clube
Se você for uma estrela de rock e tiver cerca de 27 anos, talvez seja bom tirar um ano de folga para evitar entrar para “O Clube”. Robert Johnson, músico que Eric Clapton chamava de “o mais importante blueseiro que já existiu”, tocava guitarra tão bem que há quem diga que ele deve ter feito um pacto com o Diabo. Por isso, quando ele morreu aos 27, seus colegas disseram que deve ter sido a hora de pagar a dívida.
Desde Johnson, vários gênios musicais morreram na tenra idade dos 27. Brian Jones, membro fundador dos Rolling Stones, em 1969. No ano seguinte, foram levados Jimi Hendrix e Janis Joplin. Em 1971, foi a vez de Jim Morrison. Kurt Cobain se juntou ao Clube em 1994. Todos com 27 anos. Coincidência? Ou esses gênios musicais também estavam pagando seus débitos?
4. Maldição de Billy Goat

Em 1945, William “Billy Goat” Sianis levou sua cabra de estimação, Murphy, ao Estádio Wrigley para ver o quarto jogo da World Series 1945 entre o Chicago Cubs e o Detroit Tigers. Sianis e sua cabra foram expulsos do jogo, e Sianis jogou uma maldição no time naquele dia. Desde então, o Cubs tem tido uma má sorte lendária.
Ao longo dos anos, os fãs do Cubs experimentaram a agonia em repetidos colapsos de final de temporada quando a vitória parecia iminente. Em 1969, 1984, 1989 e 2003, o Cubs estava dolorosamente perto de avançar no World Series, mas não pôde segurar a liderança. Mesmo aqueles que não se consideram fãs do Cubs culpam a maldição pelas estranhas e quase cômicas perdas ano após ano. O Cubs não ganha um World Series desde 1908 – nenhum outro time na história do jogo passou tanto tempo sem um campeonato.
5. Rasputin e os Romanov
Rasputin sofreu várias tentativas de assassinato antes de morrer
Rasputin, autoproclamado mágico e líder cult, cavou seu caminho para o palácio dos Romanovs, a família dominante na Rússia, perto da virada do último século. Só que Rasputin ficou famoso demais, o sucesso subiu-lhe à cabeça e ele começou a dar uma de bonzão. Alguns dos Romanovs supostamente decidiram livrar-se dele. Mas Rasputin era excepcionalmente resistente.
Consta que ele tomou veneno, caiu da escada e levou repetidos tiros antes de finalmente morrer. Diz-se que, em seu leito de morte, Rasputin murmurou uma maldição, assegurando que os monarcas da Rússia iriam estar todos mortos no curso de um ano. Isso de fato acontece, já que a família Romanov foi brutalmente assassinada em uma execução em massa menos de um ano depois da morte de Rasputin.
6. A maldição da família Kennedy
JFK foi vítima de uma maldição?
Tá, talvez se esta família tivesse ficado longe da política e dos aviões, seu destino teria sido diferente. De qualquer forma, o número de tragédias na família Kennedy levou alguns a acreditar que deve haver uma maldição em todo o rebanho. Você decide:
* Joseph Jr. e Kathleen, irmãos de JFK, morreram em acidentes de avião em 1944 e 1948, respectivamente.
* Rosemary, outra irmã de JFK, ficou internada em um manicômio durante anos.
* O próprio John F. Kennedy, 35º presidente dos EUA, foi assassinado em 1963, aos 46 anos.
* Robert Kennedy, irmão mais novo de JFK, também foi assassinado cinco anos depois.
* O senador Ted Kennedy, irmão caçula de JFK, sobreviveu a um acidente de avião em 1964. Em 1969, o carro que ele dirigia caiu de uma ponte, causando a morte de sua companheira, Mary Jo Kopechne. Suas pretensões presidenciais foram praticamente enterradas com a mulher.
* Em 1984, David, filho de Robert Kennedy, morreu de overdose de drogas. Outro filho, Michael, morreu em um acidente de ski em 1997.
* Dois anos depois, em 1999, John John (filho de JFK e Jacqueline Kennedy), sua mulher e sua cunhada morreram quando o pequeno avião que ele pilotava caiu no Oceano Atlântico.

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