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Demonologia é o estudo sistemático dos demônios. Quando envolve os estudo de textos bíblicos, é considerada um ramo da Teologia. Por geralmente se referir aos demônios descritos no Cristianismo, pode ser considerada um estudo de parte da hierarquia bíblica. Também não está diretamente relacionada ao culto aos demônios.


quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Igreja Católica volta a organizar curso de exorcismo em Roma

Os palestrantes foram encorajados pelo próprio Papa Francisco "a manifestar o amor e a acolhida na Igreja dos que sofrem devido à obra do maligno"
O programa da décima edição deste curso com o título de "Exorcismos e oração de libertação" prevê oferecer os instrumentos de formação para aprender a tramitar os casos de possessão demoníaca e diferenciá-los de possíveis problemas psiquiátricos.

O curso, organizado pelo Instituto Sacerdos em colaboração com o Grupo de Investigação e Informação Sociorreligiosa (Gris) e patrocinado pela Congregação Vaticana para o Clero, nesta ocasião não só se centrará no tema dos exorcismos, mas se adentrará nos perigos das seitas, da magia negra e do ocultismo.
Palestrantes foram encorajados pelo Papa Francisco "a manifestar, neste especial Ministério do Exorcismo, exercitado em comunhão com os próprios bispos, o amor e a acolhida na Igreja dos que sofrem devido à obra do maligno"
O diretor do Instituto Sacerdos, o espanhol Pedro Barrajón, explicou na nota de apresentação do curso que "nesta sociedade tão secularizada existe uma tendência a abrir a porta ao ocultismo e ao esoterismo e a ação diabólica se vê favorecida pelas práticas mágicas, o que pode ter uma influência real e chegar inclusive à possessão".

Os organizadores detalham que o curso se aprofundará sobre "a base teológica sobre a ação de anjos e demônios" e também abordará "o rito e a parte litúrgica das práticas exorcistas" e "a parte bíblica em relação com a ação exorcista de Jesus Cristo".

O curso vem aprovado por uma vasta equipe contra o demônio formada não só de exorcistas, mas também por analistas, psicólogos, médicos e juristas, que compartilharão suas lições durante esses seis dias. Entre os palestrantes está o procurador substituto de Roma, Michele Nardi, que introduzirá os aspectos e problemas legais vinculados às práticas do exorcismo.

Também participarão o teólogo Helmut Moll, o responsável do serviço anti-seitas da Comunidade Papa João XXIII, Aldo Buonaiuto, e a professora de Psicologia Geral da Universidade La Sapienza de Roma.
Segundo os organizadores, embora estejam abertos também aos laicos, os cursos nascem com a intenção de oferecer "ajuda aos bispos na preparação dos sacerdotes alocados ao Ministério do Exorcismo". Por essa razão, será possível assistir a algumas aulas nas quais se falará de questões mais praticas, como a do teólogo e exorcista Giuseppe Mihelcic, sobre "aspectos mágicos e adivinhatórios e alguns tratamentos alternativos". Assim como a de Helmut Moll, que explicará os "sinais estabelecidos no ritual romano para reconhecer a obsessão diabólica" e distingui-la de eventuais problemas psicológicos.

Por sua vez, o padre Cessar Truqui adentrará no ritual da "oração de libertação", e Don Paolo Morocutti explicará "a realização do exorcismo com sua práxis litúrgica e a 'regula fidei' ('regra da fé')". O curso se encerrará com uma mesa-redonda onde participarão os exorcistas Francesco Bamonte, François Dermine, Cessar Truqui e Benigno Palilla.

O grande ausente deste ano será o decano dos exorcistas, o padre Gabriele Amorth, de 89 anos, e que em outras ocasiões havia falado de sua experiência de cerca de uma centena de exorcismos.

A atenção do Vaticano à "luta contra o demônio" está se intensificando nestes últimos anos e é por isso que em 2014 obteve seu reconhecimento jurídico por parte da Congregação para o Clero e da Associação Internacional de Exorcistas, presidida por um dos participantes destes cursos, o padre Francesco Bamonte.

Os palestrantes foram encorajados pelo próprio Papa Francisco "a manifestar, neste especial Ministério do Exorcismo, exercitado em comunhão com os próprios bispos, o amor e a acolhida na Igreja dos que sofrem devido à obra do maligno".


Gostaria de saber se, na sua perspectiva, existem traços típicos que caracterizam as pessoas que, mais tarde, apresentam sintomas de possessão; ou seja, se, entre as pessoas por si diagnosticadas como endemoninhadas, existiam anteriormente comportamentos que as tornavam mais vulneráreis? Ou se a possessão atinge as pessoas ao acaso. Pergunto-lhe ainda se estes fenômenos de possessão também se verificam em ateus ou declaradamente ateus. Uma última curiosidade: já li qualquer coisa a respeito de perturbações especificas ligadas a estes fenômenos, como, por exemplo, a glossolalia (capacidade de falar em línguas desconhecidas) ou a levitação. Já observou casos destes?

 Resposta – São várias perguntas interessantes. Começo pela última curiosidade. Sim, já encontrei fenômenos de pessoas que durante os exorcismos falavam outras línguas ou línguas estranhas; também presenciei fenômenos de levitação e de força gigantesca. Mas estes fenômenos sozinhos não são suficientes para poder se afirmar se o caso é de possessão diabólica; são necessárias condições especiais e a integração com outros elementos de avaliação.

Um exorcista está habituado a ver fenômenos estranhos em grande quantidade e de tal maneira que se não os tivesse visto não acreditaria neles. Como, por exemplo, pessoas que durante os exorcismos cospem pregos, vidros, madeixas de cabelos, as mais variadas coisas.

Ou, então, a presença, em travesseiros ou colchões, de ferros retorcidos, de cordas com nós, de trançados muito apertados em forma de terço, de animais ‘pré-históricos’ feitos de material semelhante ao plástico… O caso mais grave que estou acompanhando é o de uma pessoa de quem o demônio disse que fará vomitar um aparelho de rádio; já vomitou quase dois quilos de material.

Destaco que os objetos vomitados se materializam no instante em que saem da boca. Observei isso claramente num jovem que cuspiu pregos na mão; até o último instante tive sempre a impressão de que cuspia saliva. Assim se explica por que razão a pessoa nunca tem danos físicos, mesmo quando cospe pedaços de vidro grosso e cortante. São fenômenos paranormais. É importante levar em conta a modalidade; certos objetos que encontramos nos travesseiros são sinais evidentes de feitiços, ou seja, são resultados de malefícios.

         Respondo agora à primeira pergunta: todas as pessoas podem ser atingidas pela possessão diabólica de manifestação, principalmente os descrentes, os ateus, os não praticantes, porque se encontram mais indefesos.

E o exorcista pode exorcizar quem quer que seja: aos meus serviços, por exemplo, já recorreram muçulmanos, budistas, pessoas sem qualquer tipo de credo religioso. 

         Não existem predisposições dependentes, por exemplo, a fragilidade do sistema nervoso ou a hereditariedade. Pelo contrário, existe o perigo de que uma pessoa se exponha à possessão diabólica, por exemplo, freqüentando sessões de invocação dos mortos ou seitas satânicas. É importante saber que a possessão diabólica não é um mal contagioso: não existe perigo algum, nem para os familiares, nem para os lugares que freqüentam. Pode se casar, ter filhos, sem nenhum perigo de contágio. Podemos dizer, de um modo geral, que o demônio não pode nos fazer nada sem o nosso consentimento. 

Por exemplo, veio me procurar uma moça que, por pura curiosidade, tinha assistido a uma missa negra. Não conseguia estudar, se concentrar e tinha crises repentinas de violência, como nunca havia acontecido antes. Neste caso, a causa era evidente e era uma causa culpável.

A respeito da culpabilidade, excetua-se o campo dos malefícios, em que agora não me aprofundarei por ser um campo bastante vasto e que foge do nosso tema principal. Diga-me se respondi suficientemente a todas as suas questões.

domingo, 18 de outubro de 2015

Arca da Aliança

A Arca da Aliança (no hebraico: ארון הברית aróhn hab·beríth; grego: ki·bo·tós tes di·a·thé·kes") é descrita na Bíblia como o objeto em que as tábuas dos Dez mandamentos e outros objetos sagrados teriam sido guardadas, como também veículo de comunicação entre Deus e seu povo escolhido. Foi utilizada pelos hebreus até seu desaparecimento, que segundo especulações, ocorreu na conquista de Jerusalém por Nabucodonosor. Segundo o livro de II Macabeus, o profeta Jeremias foi o responsável por escondê-la no Monte Nebo.
Baixo-relevo em ouro do transporte da Arca da Aliança na Catedral de Santa Maria de Auch,
Segundo o livro do Êxodo, a montagem da Arca da Aliança foi orientada por Moisés, que por instruções divinas indicou seu tamanho e forma. Nela foram guardadas as duas tábuas da lei; a vara de Aarão; e um vaso do maná. Estas três coisas representavam a aliança de Deus com o povo de Israel. Para judeus e prosélitos a Arca não era só uma representação, mas a própria presença de Deus.
No livro de Êxodo (Êx 25,10-22) a Bíblia descreve a Arca da Aliança da seguinte forma: caixa e tampa de madeira de acácia, com 2 côvados e meio de comprimento (um metro e onze centímetros ou 111 cm), e um côvado e meio de largura e altura (66,6 cm). Cobriu-se de ouro puro por dentro e por fora, com uma bordadura de ouro ao redor. - (Êxodo 25,10-16)
 

Para seu transporte, necessário para um povo ainda nômade (nómada), foram colocadas quatro argolas de ouro nas laterais, onde foram transpassados varas de acácia recobertas de ouro. Assim, o objeto podia ser carregado pelo meio do povo.

Sobre a tampa, chamada Propiciatório "o Kapporeth", foi esculpida uma peça em ouro, formada por dois querubins ajoelhados de frente um para o outro, cujas asas esticadas para frente tocavam-se na extremidade, formando um arco, de modo defensor e protetor. Eles se curvavam em direção à tampa em atitude de adoração (Êxodo 25,10-21; 37,7-9). Segundo relato do verso 22, Deus se fazia presente no propiciatório no meio dos dois Querubins de ouro em uma presença misteriosa que os Judeus chamavam Shekinah ou presença de Deus.

A Arca fazia parte do conjunto do Tabernáculo, com outras tantas especificações. Ela ficaria repousada sobre um altar, também de madeira, coberto de ouro, com uma coroa de ouro ao lado.

Somente os sacerdotes levitas poderiam transportar a tocar na arca, e apenas o sumo-sacerdote, uma vez por ano, no dia da expiação, quando a Luz de Shekiná se manifestava, entrava no santíssimo do templo. Estando ele em pecado, morreria instantaneamente.

Outros relatos bíblicos se referem ao roubo da arca por outros povos inimigos de Israel (filisteus), que sofreram chagas e doenças enquanto tinham a arca em seu poder. Homens que a tocavam que não fossem levitas ou sacerdotes completamente puros morriam fulminados instantaneamente. Diante dessas terríveis doenças causadas pela presença da ""Arca"" do Senhor Deus de Israel, os filisteus se viram numa necessidade de se livrarem do objeto sagrado; então, a mandaram para a cidade de Gate, e logo após para Ecron, sendo sempre rejeitada, o que acarretou na sua devolução ao povo de Israel.
A partir do momento em que as tábuas dos Dez Mandamentos, a Vara de Arão que floresceu (que não só floresceu mas que também brotou améndoas) e o pote de maná escondido foram repousadas no seu interior, a Arca é tratada como o objeto mais sagrado, como a própria representação de Deus na Terra. A Bíblia relata complexos rituais para se estar em sua presença dentro do Tabernáculo.

Segundo a Bíblia, Deus revelava-se como uma fumaça que se manifestava com sua shekiná (presença). Tocá-la era um ato tolo, pois quem a tocasse seria morto, razão pela qual existiam varas para seu transporte.
A Arca representava o próprio Deus entre os homens. A crença de Sua presença ativa fez com que os hebreus, por várias vezes, carregassem o objeto à frente de seus exércitos nas batalhas realizadas durante a conquista de Canaã. Segundo a Bíblia, a presença da Arca era suficiente para que pequenos contingentes hebreus aniquilassem exércitos cananeus inteiros Mas quando dispensavam-na, sofriam derrotas desastrosas.

Ainda restava o assentamento das sete Tribos de Israel na Terra de Canaã para que a conquista estivesse completa, quando Josué determinou a construção de um Tabernáculo permanente na cidade de Siló, onde a Arca ficaria protegida.
Nos últimos anos do período dos Juízes de Israel, a Arca da Aliança era guardada pelo sacerdote Eli, e seus filhos Hofni e Fineias. O profeta Samuel, ainda jovem, recebeu uma revelação divina condenando os mesmos ao julgamento, devido a crimes cometidos.

Neste tempo, segundo o relato bíblico, os filisteus invadiram a Palestina, vencendo o exército israelita próximo à localidade de Ebenézer. Estes, vendo-se em situação adversa, apelaram para a ""Arca"", e a trouxeram de Siló. A maldição sobre Eli teria tido lugar, pois a Arca não surtiu efeito na batalha: os israelitas foram derrotados, e o objeto capturado. Os filhos de Eli foram mortos, e este, ao saber da notícia, caiu de sua cadeira e morreu com o pescoço quebrado.

Os filisteus teriam tomado a Arca como despojo de guerra, e a levaram ao templo de Dagom, em Asdode. O relato bíblico conta que a simples presença do santuário naquele local foi o suficiente para que coisas estranhas ocorressem: por duas vezes, a cabeça da estátua de Dagom apareceu cortada. Em seguida, moléstias (hemorroidas, especificamente, além de um surto de ratos) teriam assolado a população de [[Asdode][, inclusive príncipes e sacerdotes filisteus, o que fez com que a arca fosse transportada para Ecrom, outra cidade filisteia. Porém, a população local reagiu negativamente à sua presença, e a enviou de volta ao território de Israel numa carroça. O tempo de permanência da Arca na Filístia teria sido de sete meses.

A carroça, puxada por vacas, parou em Bete-Semes, onde foi recebida por um certo Josué (personagem diferente do Josué, comandante da Conquista de Canaã). Os bete-semitas, movidos pela curiosidade, olharam para o interior da Arca, e morreram instantaneamente fulminados. Em seguida, foi transportada para Quireate-Jearim, onde ficou aos cuidados de Eleazar por 20 anos.
No início de seu reinado, Davi ordenou que a Arca fosse trazida para Jerusalém, onde ficaria guardada em uma tenda permanente no distrito chamado Cidade de Davi. Com o passar do tempo, Davi tomou consciência de que a Arca, símbolo da presença de Deus na Terra, habitava numa tenda, enquanto ele mesmo vivia em um palácio. Então começou a planejar e esquematizar a construção de um grande Templo. Entretanto, esta obra passou às mãos de seu filho Salomão.

No Templo, foi construído um recinto (chamado na Bíblia de "oráculo") de cedro, coberto de ouro e entalhes, dois enormes querubins de maneira à semelhança dos que havia na Arca, com um altar no centro onde ela repousaria. O ambiente passou a ser vedado aos cidadãos comuns, e somente os levitas e o próprio rei poderiam se colocar em presença do objeto sagrado.
A Arca permaneceu como um dos elementos centrais do culto a Deus praticado pelos israelitas durante todo o período monárquico, embora poucas referências sejam feitas a ela entre os livros de Reis e Crônicas.

Em 586 a.C (Segunda invasão a Judá) (ou 609 a.C [Primeira invasão a Judá], segundo alguns estudiosos), Nabucodonosor, rei da Babilônia, invadiu o reino de Judá e tomou a cidade de Jerusalém. O relato bíblico menciona um grande incêndio que teria destruído todo o templo. A Arca desaparece completamente da narrativa a partir desse ponto, e o próprio relato é vago quanto ao seu destino.

Para os católicos e judeus da diáspora, que se utilizam da Septuaginta, Escrituras Sagradas na versão grega dos LXX, o desaparecimento da Arca é narrado no livro de II Macabeus, não aceito pelos protestantes e por grande parte dos judeus que só aceitavam as escrituras em hebraico. Nessa situação o profeta Jeremias haveria mandado que levassem a Arca até o Monte Nebo para ali a esconder em uma caverna:

"Nos documentos referentes ao profeta Jeremias lê-se que ele ordenou aos que eram levados para o cativeiro da Babilônia que tomasse o fogo, como já foi referido, e que lhes faz recomendações, ao dar-lhes um exemplar da lei, para que se não esquecessem dos preceitos do Senhor, nem extraviassem, ao ver os ídolos de ouro e prata e os seus adornos. Dando-lhes outros avisos semelhantes, exortava-os a que não apartassem do seu coração a lei de Deus. Lia-se também nos mesmos escritos que este profeta, por uma ordem particular recebida de Deus, mandou que se levassem com ele o tabernáculo e a Arca, quando escalou o monte a que Moisés tinha subido para ver a herança de Deus. Tendo ali chegado, Jeremias achou uma caverna, pôs nela o tabernáculo, a Arca e o altar dos perfumes, e tapou a entrada. Alguns dos que o seguiam voltaram de novo para marcar o caminho com sinais, mas não puderam encontrá-lo. Quando Jeremias soube disto, repreendeu-os: Sabei, disse-lhes, que este lugar ficará incógnito, até que Deus reúna seu povo disperso e use com ele de misericórdia. Então descobrirá o Senhor estas coisas, aparecerá a majestade do Senhor e ver-se-á uma nuvem, como apareceu no tempo de Moisés e como quando Salomão pediu que o templo fosse gloriosamente santificado" II Macabeus 2, 1-8 (Tradução da Vulgata pelo Pe. Matos Soares).

Em uma das visões de João Evangelista, ele relata ter visto a Arca no templo de Deus no céu, depois da visão dos 24 anciões prostrados adorando a Deus e pedindo o extermínio dos ímpios e o juízo final, e antes da visão da mulher grávida vestida de sol com a coroa de doze estrelas. O relato de João está em Apocalipse 11:19: "Então, abriu no céu o templo de Deus, apareceu a arca do seu testamento, no seu templo, sobrevieram relâmpagos, vozes, um terremoto e uma grande chuva de pedra".
Não há certezas acerca de sua existência ou destruição. É possível que, antes de atear fogo ao Templo, os soldados de Nabucodonosor tenham tomado todos os objetos de valor (incluindo a arca coberta de ouro) e a levado como premio pela conquista.

Uma vez em posse dos babilônicos, ela pode ter sido destruída para se obter o ouro, ou conservada como troféu. Babilônia também foi conquistada posteriormente por persas, macedónios, partos e outros tantos povos, e seus tesouros (incluindo possivelmente a Arca) podem ter tido incontáveis destinos.

De qualquer modo, ela tem sido um dos tesouros arqueológicos mais cobiçados pela humanidade, e inúmeras expedições à Mesopotâmia e à Palestina foram realizadas, sem sucesso. Existem hoje em vários museus réplicas da Arca baseadas nas descrições bíblicas, mas a verdadeira jamais foi encontrada.

O cineasta George Lucas inspirou-se na busca pela Arca para o roteiro de seu filme Raiders of the Lost Ark (intitulado Indiana Jones e Os Caçadores da Arca Perdida, no Brasil; Indiana Jones e os Salteadores da Arca Perdida, em Portugal).

Para a Igreja Ortodoxa Etíope, a Arca foi levada à Etiópia por Menelik I, filho do Rei Salomão e Makeda, a Rainha de Sabá. A Arca estaria guardada numa capela da Igreja de Santa Maria de Sião da cidade de Aksum, no norte da Etiópia, onde um único sacerdote pode vê-la. A narrativa dessa tradição etíope encontra-se no Kebra Negast, o Livro da Glória dos Reis da Etiópia.
O rabino Chaim Richman é um dos mais influentes hoje em dia por causa de seu projeto de reconstrução do Terceiro Templo, que deverá ser erguido no seu local original.
Em uma longa reportagem feita pelo jornal inglês The Telegraph, ele revelou alguns de seus segredos. Em uma das salas onde estão guardadas as peças principais do novo Templo, repousa a Arca da Aliança.
“Esta não é a verdadeira arca perdida”, diz ele ao repórter. “Ela está escondida a cerca de um quilômetro daqui, em câmaras subterrâneas cavadas ainda nos dias de Salomão”.
Ele vai mais além “É verdade. Os judeus têm uma cadeia ininterrupta de informações gravadas e transmitidas de geração em geração, indicando a sua localização exata. Há um grande fascínio com a descoberta da arca perdida, mas ninguém pergunta aos judeus. Nós sabemos onde ela está há milhares de anos. Poderíamos escavá-la no alto do Monte do Templo [Moriá], mas essa área ainda é controlada pelos muçulmanos”.
Richman, 54, é o responsável pelo Instituto do Templo, organização que já fez todos os preparativos para sua reconstrução, incluindo as peças que seguem as orientações da Bíblia e o treinamento dos sacerdotes que servirão ali dia e noite.  Para muitos ele seria hoje o candidato mais forte a sumo-sacerdote, retomando a tradição que iniciou com Arão, o irmão de Moisés.
Contudo, o novo templo terá algumas diferenças do original. Não no projeto arquitetônico, mas na utilização de tecnologia de ponta. O rabino, por exemplo, usa em seu smartphone um aplicativo especialmente projetado para acender as luzes e abrir as cortinas.  Ele também já tem pronto o projeto de um monotrilho, para transportar os visitantes até a porta. Uma caixa d’agua totalmente informatizada para controlar o uso de um bem tão precioso em Israel.  Richman explica que basta um toque e a torneira vai liberar a quantidade exata de água estipulada pela lei judaica para as lavagens rituais.
“Não há razão alguma para não usarmos a tecnologia, que é um milagre moderno, juntamente com os milagres celestiais. É parte da nossa visão [do templo] levando em conta a realidade de nosso tempo. Tenho certeza de termos elevadores de última geração e um moderno sistema de controle do estacionamento”, comemora.
Outro motivo de orgulho para o Instituto do Templo são todos os utensílios sagrados já prontos. As vestes do sumo-sacerdote, feitas estritamente segundo a tradição dos levitas, estão prontas. Incluindo as peças de ouro e o peitoral com 12 pedras preciosas. Seu custo foi estimado em quase 450 mil reais. [€ 160.000]. Há também trombetas de prata e harpas de madeira, bandejas para coletar o sangue dos sacrifícios, um incensário e a mesa onde fica o pão ritual. Lá fora,  repousa um candelabro cuidadosamente esculpido, com 90 kg de ouro e pesando 1,5 tonelada. Seu custo aproximado foi 3 milhões de reais [€ 1,4 mi].
Os 20 estudiosos do Talmude, que trabalham para o Instituto em tempo integral, elaboraram em detalhes todos os procedimentos seguindo as leis elaboradas cerca de 3.000 anos atrás. O Instituto liderado por Richman afirma que gastou mais de 30 milhões de dólares até o momento. Já se passaram 22 anos desde sua fundação. Aberto ao público, eles calculam que mais de um milhão de pessoas visitaram o local na última década.
Há uma expectativa crescente em Israel pela reedificação do Templo, garante ele. Mas ao mesmo tempo um temor quanto aos extremistas israelenses. Em 1984, um plano do grupo Jewish Underground para explodir o Domo da Rocha foi descoberto pela polícia. Outros palestinos acreditam que a ameaça vem do próprio governo israelense. Já no ano 2000, quando então líder da oposição, Ariel Sharon, visitou o local para enfatizar o controle de Israel sobre a área, iniciou-se a segunda intifada, na qual morreram 1.000 israelenses e 3.000 palestinos.
Nos últimos dois anos, uma série de líderes  políticos e religiosos vem lutando para reconquistar o direito dos judeus orarem livremente no Monte do Templo. As tentativas têm gerado conflitos entre árabes e judeus, quase sempre com a intervenção da polícia.
Os líderes palestinos tem acompanhado de perto a situação. “[O desejo judeu é] totalmente inaceitável, e poderia transformar a região em um barril de pólvora”, disse em maio o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas.  O Sheikh Mohamad Hussein, o Grande Mufti de Jerusalém foi mais enfático: “Os muçulmanos na Palestina e em outros lugares do mundo nunca aceitarão essa provocação e vamos impedir isso… Esta é a linha vermelha final para nós. Os israelenses e o mundo devem escutar atentamente o que estou dizendo”.
No entanto, mesmo entre a comunidade religiosa judaica, há quem se oponha.  Michael Melchior, um rabino ortodoxo e ex-membro do Parlamento, considera Richman e sua organização “irresponsáveis”. “No momento em que você anuncia que deseja construir um templo, perturba o equilíbrio delicado que nós criamos aqui”.
Porém, muitos questionam as afirmações do Instituto do Templo, e receiam que uma guerra contra os muçulmanos que juram defender até a morte o Domo da Rocha e a mesquita de Al Aqsa, atualmente no local do Templo.  Sobre a localização da Arca da Aliança, Shimon Gibson, um arqueólogo renomado do Instituto Albright, em Israel, defende que a Arca foi destruída em 587 a.C. quando os babilônios saquearam Jerusalém e tiraram todo o ouro que estava no templo, derretendo todos os utensílios. Outros estudiosos acreditam que ela foi levada para a África. Uma antiga reivindicação dos cristãos ortodoxos da Etiópia defende que eles são os guardiões da Arca há séculos. Até hoje ela estaria na cidade de Aksum, na conhecida “Capela das Tábuas da Lei” .
As muitas tradições religiosas sobre o local prevalecem entre os judeus mais ortodoxos, e também a confiança nas profecias bíblicas que o Templo voltará ser erguido.  Desde a destruição do Segundo Templo, no ano 70, o acesso dos judeus foi severamente restringido ou mesmo proibido por governantes cristãos e islâmicos que governaram Israel.
Em Muitas pesquisa ao longo do tempo, leva nos a intender que realmente a arca da aliança nunca saiu, de onde ela esta ou melhor de jerusalém.
A Arca da Aliança talvez seja o mais famoso item entre os artefatos do Tabernáculo, do Templo de Salomão e do Templo de Herodes.

O grande baú de madeira revestido de ouro foi feito segundo as instruções de Deus, que encarregou Moisés de fabricá-lo pelas mãos de Bezalel, o artífice-mor dos hebreus na época.

Em seu interior, eram guardados objetos sagrados para os hebreus: a vara de amendoeira de Arão que floresceu e frutificou (Números 17.8), um pote de maná e as tábuas dos Dez Mandamentos. Mas a Arca não era meramente um baú, como veremos. Representava o próprio Deus entre os homens.

Feita em madeira de acácia, era coberta de ouro por dentro e por fora. Sobre sua tampa, chamada Propiciatório, foi feita em ouro uma peça contendo dois querubins frente a frente, que se curvavam para o meio da tampa em adoração, apontando suas asas para o local. Era entre esses dois anjos que Deus se manifestava para os sacerdotes que oravam de frente para o baú, posto em um altar também de madeira e ouro, dentro do Santo dos Santos do Tabernáculo ou do Templo.

Nas suas laterais, havia quatro argolas de ouro, nas quais se enfiavam duas varas também de acácia e ouro, para o transporte. Somente os sacerdotes levitas podiam tocar e transportar a peça.

Segundo o texto bíblico, se a Arca fosse tocada por levitas e sacerdotes não puros, esses morriam fulminados. Os filisteus a roubaram uma vez, como saque de guerra, e a puseram no templo dedicado ao falso deus Dagom. Não só o ídolo da entidade pagã foi achado caído e quebrado, como constrangedoras doenças afligiram aquele povo, fazendo com que a devolvessem a Israel.

A Arca da Aliança entre Deus e o povo de Israel funcionava também como um estandarte de guerra, que ia à frente dos guerreiros, mostrando que o Senhor estava no comando. Confiando nisso, os combatentes hebreus dobravam em força e entusiasmo.

O objeto recebeu outros nomes na Bíblia: Arca do Senhor (Josué 4.11), Arca de Deus (1 Samuel 3.3), Arca do Testemunho (Êxodo 25.22), Arca da Tua Força (Salmo 132.8) e Arca Santa (2 Coríntios 35.3).

Paradeiro misterioso

Quando o Templo de Jerusalém foi finalmente destruído pelos romanos, seus objetos foram saqueados e levados para Roma. Entretanto, não há registros de que tenham levado a Arca da Aliança com eles.

Não se sabe ao certo seu paradeiro. Uns dizem que os israelitas a tiraram quando perceberam a iminente destruição e a esconderam nos túneis sob a cidade, depois levando-a para outro local. Fontes não bíblicas também dizem que foi colocada numa caverna do Monte Nebo, depois lacrada, sem que tenha sido marcado o local. Outra versão diz que está guardada em uma igreja na Etiópia, para onde foi levada por aquele que seria não só o imperador local como o filho de Salomão e da Rainha de Sabá, Menelik I.

Mesmo que a Arca da Aliança tenha sua grande importância histórica e simbólica, hoje sabemos que a Aliança entre Deus e o ser humano não se baseia em locais ou objetos. Como templos do Espírito Santo que somos (1 Coríntios 6.19), é em nós que Ele habita, desde que O aceitemos como nosso Senhor por intermédio de Seu Filho, Jesus Cristo. 
A Tradição Egípcia sempre fazia uma alusão velada a esta Arca, conforme se pode constatar na imagem do deus Ba-Neb-Tettu, cujo simbolismo é por demais expressivo para aqueles que o entendem: este deus egípcio esotericamente representava a "alma viva de RA", ou o DISCO - de onde provêm as radiações do Espírito Divino. A deusa MAAT que representava a verdade, talvez uma versão dos "Querubins" que conforme a versão bíblica guarneciam a Arca Sagrada. Nessa imagem, podemos ver ainda, no fecho da arca, o sinal cujo significado é "Mistério Velado". Porém, o mais expressivo de todos é o símbolismo da serpente alada, a guardiã do conjunto, que em síntese significa SABEDORIA e proteção EXTRATERRESTRE!!!! Na própria tumba de Tutankamon, faraó da XVIII Dinastia, os arqueólogos encontraram uma outra representação dessa Arca, sobre a qual repousa a estátua do deus-chacal Anúbis - o que significava uma clara advertência aos profanadores! Os faráos das antigas Dinastias eram todos eles altos iniciados e por isso mesmo guardiães da Sagrada Herança e da Antiga Tradição. Era, pois, comum nas suas tumbas a colocação de certos utensílios que os arqueólogos tradicionais interpretavam como "adornos", mas que na verdade continham um profundo simbolismo velado, somente alcançado e entendido por aqueles que também sejam iniciados! A Arca é um desses símbolos, assim como o Tabérnaculo que por sua vez representava o Templo Sagrado que a abrigava. Há muitas controvérsias, mas ao que tudo indica teria sido Ramsés II, soberano da XIX Dinastia (1290 - 1224 A.C.

sábado, 10 de outubro de 2015

Bíblia Satânica

A Bíblia Satânica (The Satanic Bible) é um livro escrito pelo satanista Anton LaVey em 1969. Contêm uma coleção de ensaios, observações e rituais mágicos que formam a base do Satanismo de LaVey que enfatiza Satã como uma força da Natureza.

Na introdução do livro, LaVey opina contra algumas práticas ocultistas:

Este livro foi escrito porque, com muitas poucas exceções... Escritor após escritor, no esforço de apresentar os princípios da “magia branca e negra”, tiveram sucesso em obscurecer o conjunto em questão tão prejudicialmente que o estudante de magia dá asas a estupidez, empurrando uma prancheta sobre uma tábua de Ouija, ficando em pé dentro de um pentagrama esperando um demônio se apresentar a ele, facilmente lançando I-Ching de modo pomposo como muitos antigos pretensiosos... em geral fazendo papel de tolo para si aos olhos daqueles que realmente conhecem. (Prefácio do livro A Bíblia Satânica)
A Bíblia Satânica revela o verdadeiro (Segundo LaVey) satanismo e despreza técnicas ocultistas onde o satanista se protege contra a entidade que irá invocar. Os denuncia como pretensos satanistas, mas não conhecem realmente. Afirma que um satanista verdadeiro não se esconde por detrás de um pentagrama e revela o que um satanista de fato não faz preces de invocação e não invoca uma entidade como se faz nos terreiros e ainda o denomina seu "Santo". Esclarece que os tais são satanistas, mas sob uma capa de "magia branca" que os torna meros repetidores de dogmas do cristianismo, sem o serem. A esses, o verdadeiro satanista escarnece, pois o a Bíblia Satânica afirma dos tais que eles temem invocar entidades infernais, apenas invocando espíritos que podem ser aprisionados, quando o verdadeiro satanista não aprisiona ou se protege da entidade que invoca, ele vive em comunhão com a mesma.

A Bíblia Satânica relata que “Lúcifer ascendeu”, mais uma vez para proclamar que: "esta é a época de Satã!” e que “mostrará que a salvação do homem depende da sua própria contradição”. Afirmando que essa é uma revelação do que denomina a “Palavra da Matéria” e elucida que a vida é uma “preparação para todo e qualquer deleite eterno”.

Denúncia infernal No Livro, Satã faz a "Denúncia Infernal", onde afirma que “O demônio tem sido atacado pelos homens de Deus” e que “nunca há uma oportunidade... para o Príncipe das Trevas responder do mesmo modo”, além de denunciar que, sem seu “satânico inimigo”, as várias religiões que professam Deus “entrariam em colapso”.

Continua a denúncia afirmando:

“Nestes séculos todos de maledicência que o Demônio tem recebido, ele nunca revidou seus infamadores... mas agora ele sente que é hora de replicar”.
Conclama à leitura e aprendizado da sua “Lei”.

Livro de Satã Entre os livros da sua "Lei", apresenta o livro de Satã, onde na Parte I discorre onze itens que estabelece dogmas como: “Morte ao fraco, saúde ao forte!”, e proclama a força de Satã: “escute-me que confundirei multidões extasiadas!”; e estabelece como enfrentará o combate contra Deus, afirmando que irá “questionar as leis do homem e de Deus!"

"Eu exigirei as razões da sua regra de ouro e perguntarei a origem e a finalidade dos seus dez mandamentos”.
LaVey revela que o satanismo puro vai além de rituais com pentagramas e se contrapõe a toda forma de adoração. Estabelece o Livro de Satã:

“Aquele que disser que você precisa se curvar a mim é o meu inimigo mortal!”

Satã insulta aos cristãos e o seu Cristo:

“Eu mergulhei o meu dedo indicador no sangue úmido do seu impotente e louco redentor, e escrevi na borda da sua coroa de espinhos: O verdadeiro príncipe do mal - o rei dos escravos!”
O livro de Satã estabelece que “todas as convenções” que bloqueiam o sucesso de Satã foram “bloqueadas”. E declara que já foi vitorioso contra Jesus, a quem chama Jeová, declarando:

“Eu olhei abismado o olho vítreo do seu apavorante Jeová, e arranquei-o pela barba; eu elevei o machado das cinzas e abri um caminho na sua caveira comida de vermes!”
Na parte dois afirma que o crucifixo simboliza incompetência, e “questiona os dogmas morais”. Ensina como o satanista deve proceder:

“Nenhum credo deve ser aceito sob a autoridade de uma "divina" natureza. Religiões devem ser colocadas em debate. Nenhum dogma moral pode ser tomado como absoluto.”
A dica para o satanista é que os dogmas foram criado pelo homem e “aquilo que o homem pode criar, o homem pode destruir!”

Estabelece uma obrigação ao satanista: “Ascender o novo homem... para levá-lo ao sucesso material”.

Afirmando ser seu oponente os dogmas do cristianismo e os dogmas morais, o que classifica como “mentira”. Esclarece qual o combate mais difícil de vencer:

“A mentira que tem sido inculcada na criança desde pequena no joelho da mãe - é mais perigosa de combater do que contra a sorrateira pestilência!"
Na Parte III do livro de Satã, estabelece questionamentos:

"Por que eu não deveria odiar os meus inimigos  ... Não somos todos nós animais predatórios por instinto? Se os homens pararem de depredar os outros, eles poderão continuar a existir?... não é a desprezível filosofia da pessoa servil que vira as costas quando chutado? E conclui com princípios: “Odeie seus inimigos... atinja-o dilacerando e desmembrando-o, pois autopreservação é a lei suprema! Quem mostra a outra face é um cão covarde!”
Na Parte IV do livro de Satã, proclama contra existência de um “céu de glória radiante” e contra a existência de um “inferno onde os pecadores queimam”, e adverte: "Aqui e agora é nosso dia de júbilo!" Reafirmando que não há um redentor vivo, pois segundo Satã, o homem deve dizer: "Eu sou o meu próprio redentor".

Na Parte V faz um arrazoado sobre bênçãos e maldições. Onde abençoa os “fortes”, e amaldiçoa os “submissos na honradez... que serão pisados sobre a representação de Satã!”; abençoa os “vitoriosos”, e amaldiçoa os “pobres de espírito”; abençoados os “destruidores da falsa esperança” afirmando que “eles são os verdadeiros Messias”, e amaldiçoa os “adoradores de Deus”; abençoa os “valentes” e amaldiçoa os que acreditam existir o “bem e o mal”; abençoa os que “pensam no que é melhor para si” e amaldiçoa as "ovelhas de Deus". Segundo o livro os amaldiçoados ficam na posição “daqueles que ensinam mentiras por verdades e verdades por mentiras”, e os abençoados são os que tem uma “mente poderosa”.
'Os rituais batata é um livro escrito por Anton Szandor LaVey publicou em 1972, foi lançado logo após a Bíblia Satânica. É uma coleção de nove rituais com um ensaio introdutório de cada um.

Satanismo

O satanismo é composto por muitas crenças ideológicas e filosóficas e fenômenos sociais. As características comuns entre elas incluem associação símbólica com, admiração pelo personagem de e até veneração de Satanás ou de outras figuras rebeldes similares, como Prometeu, e figuras libertadoras.

Existem diferentes correntes de satanismo, com diferentes crenças e práticas. Existem satanistas teístas e ateístas. Enquanto os teístas acreditam na existência de uma entidade chamada Satanás, os ateístas não acreditam em divindades como Deus e o Diabo, e vêem Satanás como um símbolo do orgulho, independência e ambição pessoal. 

Algumas das origens do satanismo podem ter começado com rituais de adoração e em honra ao titã Prometeu, ao deus egípcio Seth, ao deus Sumério Enki ou ao deus Moloque, adorado pelos amonitas. 

No cristianismo, Satanás, também chamado de Lúcifer por muitos cristãos, aparece pela primeira vez no livro Crônicas, instigando Davi a fazer um censo de Israel.

O cristianismo e o Islam tipicamente consideram Satanás como o adversário ou inimigo, mas muitas revisões e recomposições populares de contos bíblicos inseriram sua presença e influência em quase todos os aspectos de posição adversa, até à narração da Criação, em Gênesis e Queda do Homem. Especialmente por cristãos e muçulmanos, a figura de Satanás foi tratada variavelmente, como competidor rebelde ou invejoso dos seres humanos, de Jesus, e caracterizado como anjo caído ou demônio governador do submundo penitencial, acorrentado num poço fundo, vagando pelo planeta em busca de almas ou provendo ímpeto para farsas mundanas.

Particularmente após o iluminismo, algumas obras, como "Paraíso Perdido", foram tomadas pelos românticos e descritas como ilustradoras do Satanás bíblico como uma alegoria, representando crise de fé, individualismo, livre-arbítrio, sabedoria e iluminação. Essas obras demonstrando Satanás como um personagem heróico são poucas, mas existem; George Bernard Shaw, William Blake e Mark Twain ("Letters from the Earth") incluíram tais caracterizações nos seus trabalhos bem antes de satanistas religiosos começarem a escrever. Foi então que Satanás e o satanismo começaram a ganhar novos significados fora do cristianismo
Em hebraico o termo quer dizer adversário, aquele que olha para o lado escuro da lua crescente do nirvana, opositor, se opondo, aquele que planeja contra outro.


O termo Satan originou-se do judaísmo e se expandiu entre cristãos e seguidores do islamismo, chegando desse modo a disseminar-se entre diferentes culturas. O termo satanismo foi utilizado pelas religiões abraâmicas para designar práticas religiosas que consideravam estar em oposição directa do Deus abraamico (o Deus de Abraão)
Tipos de Satanismo Satanismo de LaVey O satanismo LaVey, popularmente conhecido como Satanismo Moderno, é uma filosofia (não é considerado uma religião por muitos seguidores) fundada em 1966 por Anton Szandor LaVey. Seus ensinamentos são baseados no individualismo, hedonismo e na moralidade "olho por olho". Diferente dos satanistas teístas, satanistas de LaVey consideram Satanás como um símbolo da natureza inerente do homem.  O satanismo de LaVey é um "pequeno grupo religioso que não é relacionado a nenhuma outra fé, e cujos membros sentem-se livres para satisfazer suas vontades responsavelmente, exibir simpatia aos seus amigos e atacar seus inimigos."  Suas crenças foram detalhadas pela primeira vez na Bíblia Satânica e é supervisionado pela Igreja de Satã. A Igreja de Satã defende todos os seus seguidores das falsas acusações de sacrifícios de crianças e similares. O satanismo de LaVey possui práticas e rituais que adotam o uso da magia, que foram melhor descritos na Bíblia Satânica e em Rituais Satânicos. A definição de magia, segundo LaVey, é: "A mudança em situações ou eventos de acordo com a própria vontade, que poderia, usando meios normalmente aceitos, não ocorrerem".
Satanismo Teísta Diferente da crença de LaVey, o satanismo teísta crê em entidades, deuses e demônios como seres ou inteligências à parte do ser humano. Estas deidades são invocadas e respeitadas como auxiliares da evolução do adepto, e não como ídolos para adoração e submissão, como popularmente se retrata
Embora possa parecer um pouco improvável, o satanismo foi muito popular e comum nos séculos XVI e XVII nas cortes européias , mesmo com toda fiscalização da Igreja Católica.

A França, naqueles tempos, tinha um mercado de satanismo lucrativo, existindo como se fosse uma máfia, que tinha integrantes até nas mais altas rodas sociais de Paris. Essa máfia, todavia, foi desarticulada pelas autoridades da cidade, em grande parte graças a Gabriel Nicolas de la Reynie.

La Reynie começou a desconfiar que existia uma rede alternativa de satanismo em Paris após prender Louis de Vanens, um notório satanista. Ele ficou meses atrás de uma pista da existência do tal grupo, mas nunca conseguiu provar nada. Todavia, um dia ele conseguiu prender uma conhecida cartomante, Catherine Deshayes, mais conhecida com La Voisin . Com ela, ele encontrou não apenas artigos que cartomantes normalmente usam, mas também objetos pretensamente usados em rituais de magia negra, como sangue, terra de cemitério, sêmen, entre outras coisas.

Quando foi indagada de suas atividades, La Voisin revelou que, além de poções de amor, ela havia feito diversos abortos para mulheres da mais alta roda parisiense, sendo que foram supostamente encontrados diversos fetos e bebês enterrados em seu quintal. Entre vários de seus cúmplices denuciados, um notório foi Étienne Guibourg  , que segundo ela, era um integrante da Igreja de Satã, a qual praticava todo tipo de magia e atividades relacionadas com satanismo.

Umas da clientes de La voisin e do próprio Guibourg era Francisca Atenas conhecida como Madame de Montespan, uma das favoritas do rei Luis XVI, que supostamente estava desesperada para se tornar esposa deste. Os primeiros rituais para Montespan  , segundo La Voisin, não envolveram sacrificios de crianças, mas sim de pequenos animais, e certos rituais mágicos. Sobre a influência de La Voisin, Montespan fazia poções e as colocava na comida do rei, com testiculos de animais e afins.

Todavia, segundo conta, as intenções de Montespan foram mudando, e os rituais, que eram de amor, foram mudando para ódio , e os rituias foram se tornando cada vez mais macabros, com a intenção de matar o rei, embora não tenha havido sucesso. Logo depois do grupo ser descoberto por La Reine, diversas pessoas foram presas, inclusive Montespan, tendo sido inocentada e passando o resto de sua vida no interior do pais
Devido ao fato de o Satanismo Original ser uma doutrina filosófica que pregava a liberdade individual do ser humano, dentre outras ideias, contrariava fortemente os dogmas e princípios morais da Igreja Católica. Esta, desde então, passou a perseguir os adeptos de tal doutrina e a acusá-los de heresias como adoração ao demônio e prática de orgias sexuais. O argumento utilizado pela Igreja para consolidar o seu posto teve uma eficiência quase completa. Ainda assim, alguns grupos satanistas conseguiram preservar suas práticas.

É importante destacar que existem diversas vertentes do Satanismo. As duas principais são a vertente filosófica, que se limita a cumprir a doutrina de acordo com certos valores puramente filósoficos, e a vertente religiosa, que teve o seu surgimento alguns anos depois que a Igreja acusou os Satanistas Originais de adoração ao diabo, dentre várias outras. Isso fez com que certos grupos posteriores pensassem que tal acusação se tratasse de uma verdade absoluta, e devido a uma certa falta de informação e instrução, tais grupos passaram desde então a pôr em prática os rituais que pensavam constituir as práticas do satanismo. Surge então o Satanismo Moderno, com fundamentos puramente religiosos, dos quais a Igreja os acusava de praticarem, o que não anula a sua condição de vertente e a existência da vertente filosófica.

Um dos pensamentos mais errôneos sobre o Satanismo é acreditar no uso de fetos e/ou humanos já formados em rituais macabros, para invocação da vida, ou da morte, ou de quaisquer outras entidades. No século XX vários serial-killers usaram equivocadamente o nome do Satanismo para justificar suas atrocidades, sendo que eles não tinham qualquer ligação com os verdadeiros satanistas, cuja filosofia poderia superficialmente ser traduzida sob a expressão "faz o bem ou não faças nada".
As Nove Declarações Satânicas
1Satã representa indulgência ao invés de abstinência!
Satã representa a existência vital ao invés de sonhos espirituais fantasiosos!
Satã representa sabedoria pura ao invés de auto-ilusão hipócrita!
Satã representa bondade para quem a merece ao invés de amor desperdiçado aos ingratos!
Satã representa vingança ao invés de virar a outra face!
Satã representa responsabilidade para o responsável ao invés de dar atenção a vampiros espirituais!
Satã representa o homem como outro animal, algumas vezes melhor, mas geralmente pior do que aqueles que caminham sobre quatro patas, e que, por causa de seu "desenvolvimento espiritual e intelectual", tornou-se o animal mais maligno de todos!
Satã representa todos os chamados pecados, desde que eles levem à gratificação física, mental ou emocional!
Satã tem sido o melhor amigo que a Igreja já teve, já que é ele que a tem mantido no mercado por todos esses anos
As Onze Regras Satânicas da Terra
1Não dê opiniões ou conselhos a menos que alguém os peça.
Não conte seus problemas aos outros a menos que você esteja certo de que eles estão dispostos a ouvi-los.
Quando no lar de alguém, demonstre respeito, caso contrário não vá lá.
Se um convidado em seu lar lhe irrita, trate-o com crueldade e sem piedade.
Não avance sexualmente a menos que lhe seja dado um sinal positivo.
Não pegue algo que não lhe pertença, a menos que seja um fardo para a outra pessoa ou que ela peça para ser livrada dele.
Esteja ciente do poder da mágica se você a empregou com sucesso para obter seus desejos. Se você negar o poder da mágica após tê-la utilizado, perderá tudo o que obteve.
Não reclame de nenhuma coisa para a qual não precise se sujeitar.
Não faça mal a crianças pequenas.
Não mate animais não-humanos a menos que seja atacado, ou para comer.
Ao andar em território aberto, não perturbe ninguém. Se alguém lhe perturbar, peça para parar. Se ele não parar, destrua-o
Os Nove Pecados Satânicos
1Estupidez — Está no topo da lista dos pecados satânicos, sendo o principal pecado do Satanismo. É uma pena a estupidez não ser dolorosa. Uma coisa é ignorância, mas nossa sociedade incentiva a estupidez. Isso tem a ver com as pessoas indo onde quer que lhes é dito para ir. A mídia promove a estupidez como uma postura cultivada que não só é aceitável, como é louvável. Os satanistas precisam aprender a enxergar através do que lhes é dito e não concordarem em agirem como estúpidos.
Pretensão — Uma postura vazia pode ser muito irritante e não aplica as principais regras da Magia Inferior. Está em pé de igualdade com a estupidez por manter o dinheiro circulando nos dias de hoje. Cada um é levado a se sentir como um fardo pesado, tendo dinheiro ou não.
Solipsismo — Projetar suas reações, respostas e sensibilidades em alguém é provavelmente bem menos responsável que você pode ser muito perigoso para os satanistas. É o erro de esperar que as pessoas lhe deem a mesma consideração, cortesia e respeito que você naturalmente as dá. Elas não darão. Ao invés disso, os satanistas precisam concentrar suas energias para aplicar o ditado "faça com os outros o que eles fazem com você". Dá trabalho para a maioria de nós e requer constante vigilância, mas lhe tira a ilusão confortável de que todos são como você. Como dito, certas utopias seriam ideais em uma nação de filósofos, mas infelizmente (ou talvez felizmente, de um ponto de vista maquiavélico) estamos bem distantes disso.
Auto-ilusão — Consta nas "Nove Declarações Satânicas", mas merece ser repetido aqui. É outro pecado principal. Não podemos nos curvar a quaisquer das vacas sagradas que nos são apresentadas, incluindo os papéis que esperamos desempenhar. A única ocasião onde a auto-ilusão é bem-vinda é por diversão, e com cuidado. Mas neste caso, não é auto-ilusão!
Conformismo de massa — É óbvio do ponto de vista satanista. Não há problema com os desejos de alguém, desde que eles os beneficie. Mas apenas os tolos seguem o bando, deixando uma entidade impessoal lhe dizer o que fazer. A chave é escolher um mestre sabiamente, ao invés de ser escravizado pelos caprichos de muitos.
Falta de perspectiva — Novamente, esta pode trazer grande dor para o satanista. Você jamais deve perder a visão de quem e o que você é, e que ameaça pode ser, por sua própria existência. Estamos fazendo história agora e a todo momento, todos os dias. Sempre tente manter uma ampla visão histórica e social na mente. Esta é uma importante chave tanto para a Magia Inferior quanto para a Magia Superior. Veja os padrões e encaixe as coisas se você quer que as peças fiquem em seus devidos lugares. Não se abale pelas impressões da massa: tenha consciência de que você está trabalhando em um outro nível, além do resto do mundo.
Negligência da ortodoxia do passado — Esteja alertado que esta é uma das chaves para a lavagem cerebral das pessoas de modo a aceitar algo diferente e novo, quando na realidade é algo que já foi aceito mas agora é apresentado numa nova embalagem. Deliramos com a genialidade do suposto criador e esquecemos do original. Isto forma a sociedade alienada.
Orgulho contraprodutivo — Esta segunda palavra é importante. Orgulho é bom até a hora em que você começa a jogar o bebê fora junto com a água da banheira. A regra do Satanismo é: se funciona para você, ótimo. Quando para de funcionar para você, quando você está no canto da parede e a única saída é dizer "sinto muito, cometi um erro, desejo que possamos nos ajustar de algum modo", então o faça.
Falta de estética — Esta é a aplicação física do fator de balanceamento. Estética é importante na Magia Inferior e deve ser cultivada. É óbvio que ninguém pode ganhar dinheiro fora dos padrões clássicos de beleza e forma na maior parte do tempo, sendo assim desencorajados na sociedade consumista; mas uma atenção para a beleza, para o balanceamento, é uma ferramenta satanista essencial e precisa ser aplicada para a maior eficácia mágica. Não é o que é supostamente prazeroso: é o que realmente é. Estética é algo pessoal, reflete a natureza individual, mas existem configurações universalmente agradáveis e harmoniosas que não devem ser negadas.
Magia, tal qual praticada no Satanismo LaVeyano, é definida no Livro de Belial da Bíblia Satânica, como "a mudança de situações ou eventos em acordância com a vontade do indivíduo que, usando métodos aceitos normalmente, seriam imutáveis". Esta definição incorpora dois tipos de mágica largamente distintos: Inferior (manipulativa e situacional) e Superior (ritual e cerimonial). O Satanismo LaVeyano, entretanto, não descreve a magia moralmente, discernindo a variedade "branca" (boa) de "negra" (maligna). Tal neutralidade está relacionada ao ponto de vista filosófico de Anton LaVey, de um universo pessoal e amoral.
A Magia Inferior é um sistema de manipulação que incorpora um ou mais dos três temas psicológicos principais: sexo, sentimento e admiração. O primeiro tema é auto-explicativo — sedução sexual é o principal caminho seguido; o termo "sentimento" refere-se a idéias ou impressões de inocência ou aquelas que inspirem contentamento, compaixão ou que agrade; e "admiração" na maioria das vezes denota ideias de austeridade e respeito ou impressões que provoquem medo ou submissão da outra parte. Os temas podem ser combinados, quando apropriado, para multiplicar o impacto psicológico ao aumentar o número de respostas emocionais simultâneas do recipiente. Para construir suas teorias da Magia Inferior, Anton LaVey parece ter se inspirado, ao menos em parte, de The Command to Look, do fotógrafo William Mortensen, capitalizando suas estratégias, e incentivando o praticante do Satanismo a expandir quaisquer um dos três grandes temas que ele naturalmente exiba.

LaVey posteriormente expandiu seu sistema de manipulação no The Satanic Witch. O livro foi escrito da perspectiva de uma mulher porque LaVey acreditava que as mulheres poderiam aplicar suas teorias mais efetivamente, mas o livro também se aplica a homens. Ele relaciona ideias trabalhadas da observação de proprietários de parques e de manipuladores de rodas da fortuna na manipulação dos consumidores. The Satanic Witch também propõe o LaVey Synthesizer Clock (Relógio Sintetizador de LaVey), uma forma de somatotipia que adiciona um quarto tipo corporal, o "feminino". O sintetizador é usado na identificação da personalidade de modo a saber a melhor maneira de manipular uma pessoa através das características geralmente associadas com seus tipos e a que LaVey se referia como suas personalidades "demoníacas", ou seu oposto no relógio.
A Magia Superior envolve ritual e cerimônia de modo a focar a energia emocional para um propósito específico. O ritual satanista varia enormemente, com o formato básico descrito na Bíblia Satânica. Os satanistas são encorajados a usar quaisquer meios que se encaixem em suas necessidades psicológicas e emocionais para levar o trabalho a um clímax de exaustão completa. Note-se que a Igreja de Satã afirma que o conhecimento da Magia Inferior contribui para o conhecimento da Magia Superior.

O ritual do Satanismo LaVeyano é chamado de "câmara de descompressão intelectual". O planejamento cuidadoso da forma do ritual de acordo com considerações racionais de quais significados e meios serão usados é executada antes do início dos rituais; durante o ritual, o ceticismo e a descrença são voluntariamente suspensos, permitindo aos magos expressar totalmente suas necessidades e frustrações sexuais ou emocionais, focando em nada além de seus sentimentos verdadeiros e profundos. Também é dito que no Satanismo compreende-se que a Magia Superior funciona melhor num grupo pequeno e comprometido, do que num grupo grande e que se distrai facilmente.

A Magia Superior, da mesma forma que a Inferior, emprega um ou mais de um dos grandes temas psicoemotivos: luxúria (sexo), compaixão (sentimento) e destruição (admiração). LaVey disserta sobre os métodos de forma a focar nessas motivações. Rituais de luxúria podem envolver masturbação, tendo o orgasmo como objetivo. Rituais de compaixão são direcionados a evocar piedade ou tristeza, e o choro é fortemente encorajado. Rituais de destruição envolvem a aniquilação simbólica de um inimigo com alguma representação física, que é envolvida e destruída no ritual com algum tipo de esmagamento, despedaçamento ou fogo. A Magia Superior também lembra a inferior pela possibilidade de combinar mais de um dos três grandes temas emocionais, quando apropriado, de forma a maximizar o sucesso do trabalho. Em quaisquer dos casos, a auto-expressão completa e à exaustão é encorajada para o sucesso do ritual satanista.

É dada grande ênfase na evocação e na música. A última parte da Bíblia Satânica é dedicada a invocações e às dezenove Chaves Enoquianas, originalmente escritas por John Dee. A música é encorajada porque é tida como facilitadora da manipulação de emoções, o que contribui para o sucesso dos rituais, fortemente atrelados à expressão emocional.
A "missa negra", uma oposição simbólica à igreja usada no passado, não é mais usada pelos satanistas, conforme Anton LaVey explicou em uma entrevista para a Occult America.  Ele não deu continuidade às dramatizações executadas nas missas negras originais. "Aquilo", ele explicou, "eram psicodramas na época em que as pessoas precisavam deles. Eles expressavam sua oposição, sua rebelião contra a igreja estabelecida. Nossos rituais foram subitamente modificados para expressar as necessidades de nossa era em particular."

Anton LaVey escreveu na Bíblia Satânica, no capítulo do Livro de Lúcifer intitulado "Missa Negra":

Cquote1.svg Geralmente assume-se que a cerimônia ou serviço satanista é sempre chamado de missa negra. Uma missa negra não é uma cerimônia mágica praticada pelos satanistas. O satanista veria uma missa negra como uma espécie de psicodrama. Mais ainda, uma missa negra não necessariamente implica somente em praticantes satanistas. Uma missa negra é essencialmente uma paródia do serviço religioso da Igreja Católica Romana, mas pode vagamente ser vista como uma sátira a qualquer outra cerimônia religiosa. Cquote2.svg
— Anton LaVey
LaVey chegou mesmo a considerar a missa negra uma redundância, e comumente comete-se o erro de se pensar que a Igreja de Satã executa missas negras; entretanto, fazer uso de velas pretas e beijar as nádegas do demônio (ambas práticas mencionadas no capítulo) seriam práticas contraditórias para um satanista. Em 1966, Anton LaVey manteve um círculo de magia em sua casa enquanto se preparava para raspar sua cabeça e anunciar o Anno Satanas. Após isso, os membros proeminentes da Igreja de Satã passaram a realizar missas negras nas noites de sexta-feira na Black House.

Caminho da Mão Esquerda e Caminho da Mão Direita

Os termos caminho da mão esquerda e caminho da mão direita são uma dicotomia entre duas filosofias opostas encontradas na tradição esotérica ocidental. Abrangem vários grupos envolvidos com o ocultismo e a magia cerimonial. O caminho da mão esquerda é equiparado às maliciosas práticas da magia negra, enquanto o caminho da mão direita refere-se às práticas benéficas da magia branca.  De forma mais popular, enquanto o primeiro é utilizado em práticas como o satanismo, o segundo é usado por bruxos da wicca, por exemplo
Pode-se dizer que o caminho da mão esquerda é fundamentado na lei filosófica "minha vontade seja feita!", afirmando o individualismo particular, em oposição ao que se refere o caminho da mão direita ("vossa vontade seja feita!"). Em essência, as duas formas são práticas que buscam o contato com o oculto deus individual e com a sombra ou o poder do subconsciente de Carl Jung por meio de diversas e variadas técnicas mágicas e ritualísticas, com trabalhos em meio à natureza selvagem e, principalmente, levando em conta a importância e a participação do feminino e masculino.
  

A diferença entre ambas as formas de magia está em que, enquanto uma é utilizada contra um objeto exterior (Mão Esquerda), a outra é usada a favor do grupo (Mão Direita); assim, por exemplo, wiccanos e magos da magia branca podem obter cura, proteção, enquanto os satanistas e os magos da magia negra podem infligir medo e prejuízo em outros (embora alguns estudiosos afirmem que a magia negra projetada para fora do grupo possa trazer benefícios a ele). 

Além disso, os bruxos da Mão Esquerda são interessados em quebrar tabus, utilizando-se frequentemente da magia sexual e adorando imagens satânicas.  Os magos da Mão Direita são, em grande parte, resgatadores do antigo paganismo; conservam antigos conceitos de mente, corpo e espírito legados da filosofia grega; procuram trazer benefícios ao grupo; buscam a iluminação espiritual; e alguns evitam tabus e aderem às convenções sociais (embora não aceitem grande parte da moralidade cristã). 

Alguns magos que partilham dos conceitos do caminho da mão esquerda são adeptos da Dragon Rouge, luciferianos, xamânicos, iogues tântricos ou budistas tibetanos. Alguns adeptos do satanismo tradicional e do nacional-socialismo[carece de fontes] também o praticam. Os principais estudiosos e divulgadores da via esquerda, atualmente, são: o inglês Kenneth Grant, autor de diversas obras de magia; e o famoso, porém discreto, Thomas Karlsson, fundador da ordem sueca Dragon Rouge.

A magia branca, por sua vez, é considerada a alta magia, a magia filosófica, que, antigamente, buscava a pedra filosofal, e que segue atualmente buscando a união com o mistério, com a deidade, que é reservada aos iniciados e que, por isso, precisa de uma dedicação e um estudo aprofundados e apaixonados para ser atingida. As tradições da mão direita são o hermetismo, a teosofia, como também religiões do neopaganismo como o druidismo, wicca, kemetismo, neopaganismo celta, neopaganismo eslávico e o neopaganismo germânico. Embora não seja uma regra, comumente os adeptos da Mão Esquerda são chamados de Bruxos, enquanto os adeptos do Caminho da Mão Direita são os Magos.  Este entendimento contradiz frontalmente, entretanto, o dito bruxo segundo o qual "não existe magia negra nem magia branca; toda magia é cinza".
O Baphomet, do "Dogme et Rituel de la Haute Magie" de Eliphas Levi, 1854, símbolo adotado por alguns sistemas de crença do "Caminho da Mão Esquerda".
Hedonismo (do grego hedonê, "prazer", "vontade"  ) é uma teoria ou doutrina filosófico-moral que afirma ser o prazer o supremo bem da vida humana.  Surgiu na Grécia, e seu mais célebre representante foi Aristipo de Cirene.  O hedonismo filosófico moderno procura fundamentar-se numa concepção mais ampla de prazer entendida como felicidade para o maior número de pessoas.
O hedonismo é muito confundido com o epicurismo, apesar de eles possuírem divergências claras. O epicurismo surge através de Epicuro,  que, levando em conta o hedonismo que o antecede, irá, segundo suas concepções, aperfeiçoá-lo, salientando que o prazer deverá ser regido pela razão, o que resulta em moderação.
Aristipo de Cirene (ca. 435-335 a.C.),  contemporâneo de Sócrates, é considerado o fundador do hedonismo filosófico. Ele distinguia dois estados da alma humana: o prazer (movimento suave do amor) e a dor (movimento áspero do amor). Segundo ele, o prazer, independentemente da sua origem, tem sempre a mesma qualidade e o único caminho para a felicidade é a busca do prazer e a diminuição da dor. Ele afirma inclusive que o prazer corpóreo é o próprio sentido da vida. Outros defensores do hedonismo clássico foram Teodoro de Cirene e Hegesias de Cirene.

É importante notar que o hedonismo cirenaico diferencia-se do hedonismo epicurista, sobretudo no que diz respeito à avaliação moral do prazer. Enquanto a escola cirenaica preceitua que o prazer é sempre um bem em si e que será melhor quanto mais tempo durar e quanto mais intenso for, a filosofia epicurista determina que o prazer, para ser um bem, precisa de moderação (em grego, phronēsis).
Julien Offray de La Mettrie, iluminista francês, atualizou o hedonismo e seu discípulo, Donatien Alphonse François de Sade, radicalizou-o, transformando-o em amoralismo, transformando o ideal de "serenidade" em "frieza" diante de outras pessoas.

Posteriormente, as teses hedonistas foram retomadas pelos autores utilitaristas Jeremy Bentham e Henry Sidgwick. Este último autor distingue entre hedonismo psicológico e hedonismo ético: hedonismo psicológico é a pressuposição antropológica de que o ser humano sempre procura aumentar o seu prazer e diminuir seu sofrimento e que, assim, a busca do prazer é a única força motivadora da ação humana; já hedonismo ético é uma teoria normativa que afirma que os homens devem ver o prazer (os bens materiais) como o mais importante em suas vidas.

Aqui, diferenciam-se o egoísmo hedonista, no qual o indivíduo busca somente o seu próprio bem, e o hedonismo universalista ou utilitarismo, que busca o bem de todos (the greatest happiness to the greatest number is the foundation of morals and legislation, "a maior felicidade para o maior número de pessoas é a base da moral e das leis"). É a ideia de que é possível a realização do máximo de utilidade com o mínimo de restrições pessoais, numa perspectiva que reduz o direito a uma simples moral do útil coletivo. Libertando-se deste critério quantitativo da aritmética dos prazeres, Stuart Mill assume o critério da qualidade e formula a lei do interesse pessoal ou princípio hedonístico: cada indivíduo procura o bem e a riqueza e evita o mal e a miséria. Desta forma, a moral do interesse individual de Bentham aproxima-se de uma moral altruísta ou social.

Atualmente, as teses hedonistas são defendidas por filósofos como o francês Michel Onfray.

Baphomet

Baphomet, Bafomete ou ainda Bafomé ( /ˈbæfɵmɛt/; do latim medieval Baphometh, baffometi, ocitano Bafomé) é um termo originalmente usado para descrever uma divindade supostamente adorada pelos Templários e, posteriormente, incorporado a tradições místicas ocultas desiguais. Ele apareceu a "Maomé",  mas depois apareceu como um termo para um ídolo pagão em transcrições do julgamento da inquisição dos Cavaleiros Templários no início do século XIV.  O nome apareceu pela primeira vez na consciência popular inglesa, no século XIX, com debates e especulações sobre as razões da supressão dos Templários.


Pentagrama invertido, representa a cabeça de Baphomet

Muito embora várias tenham sido as suas supostas representações, a única possível imagem de Baphomet encontrada em um santuário templário consta de uma cabeça humana com três ou quatro faces, cada uma representando uma face de Deus ou de Hermes, como está no Convento de Cristo de Tomar. Na bruxaria, representa o deus Pã e, no Satanismo, representa Satã. Sua origem, porém, é pagã, sendo posteriormente adotado pelo Satanismo.
História do Baphomet A história em torno do Baphomet foi intimamente relacionada com a da Ordem dos Templários, pelo Rei [[Filipe IV de França] e com apoio do Papa Clemente V, ambos com o intuito de desmoralizar a Ordem, pois o primeiro era seu grande devedor e o segundo queria revogar o tratado que isentava os Cavaleiros Templários de pagar taxas à Igreja Católica.



A Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão, também conhecida como Ordem do Templo, foi fundada no ano de 1118. O objetivo dos cavaleiros templários era supostamente proteger os peregrinos em seu caminho para a Terra Santa. Eles receberam como área para sua sede o território que corresponde ao Templo de Salomão, em Jerusalém, e daí a origem do nome da Ordem.

Segundo a história, os Cavaleiros tornaram-se poderosos e ricos, mais que os soberanos da época. Segundo a lenda, eles teriam encontrado no território que receberam documentos e tesouros que os tornaram poderosos. Segundo alguns, eles ficaram com a tutela do Santo Graal dentre outros tesouros da tradição cristã.

Em 13 de outubro de 1307, sob as ordens de Felipe, o Belo e com a conivência do Papa Clemente V, os cavaleiros foram presos, torturados e condenados à fogueira, acusados de diversas heresias.

O rei francês, nessa altura, acusava os templários de adorarem o diabo na figura que na realidade se chamava Baphomet. O Baphomet tornou-se o bode expiatório da condenação da Ordem pela Igreja Católica e da morte de templários na fogueira que se seguiu a isto.

Etimologia Não existe consenso quanto à etimologia da palavra "Baphomet". Segundo o arqueólogo austríaco Joseph von Hammer-Purgstall, um não simpatizante do ideal templário e que em 1816 escrevera um tratado intitulado Mysterium Baphometis Revelatum, sobre os alegados mistérios dos Cavaleiros e do Baphomet, a expressão proviria da união de dois vocábulos gregos, "Baphe" e "Metis", significando "Batismo de Sabedoria". A partir desta conjectura, Von Hammer especula a respeito da possibilidade da existência de rituais de iniciação, onde haveria a admissão aos mistérios e aos segredos cultuados pela Ordem do Templo. 

A origem da palavra Baphomet ficou perdida, e muitas especulações podem ser feitas, desde uma composição do nome de três deuses: Baph, que seria ligado ao deus Baal; Pho, que derivaria do deus Moloch; e Met, advindo de um deus dos egípcios, Set. Outra teoria nos leva a uma corruptela de Muhammad (Maomé - o nome do profeta do Islã), até Baph+Metis do grego "Batismo de Sabedoria".

A palavra "Baphomet" em hebraico é como segue: Beth-Pe-Vav-Mem-Taf. Aplicando-se a cifra Atbash (método de codificação usado pelos Cabalistas judeus), obtém-se Shin-Vav-Pe-Yod-Aleph, que soletra-se Sophia, palavra grega para "sabedoria".

Todavia ainda existem fontes que afirmam uma outra origem do termo. Segundo alguns, o nome veio da expressão grega Baph-Metra( mãe-Metra ou Meter-submersa; Baph-em sangue. Ou seja, a Mãe de sangue, ou a Mãe sinistra). Grande parte dos historiadores que afirmam essa versão se baseiam no fato que o culto à cabeça está relacionada com conjurações de entidades femininas.

Teorizou-se simbolicamente que o Baphomet é fálico, já que em uma de suas míticas representações há a presença literal do falo devidamente inserido em um vaso (símbolo claro da vulva).

Há também quem tenha inclusive afirmado que a figura do Baphomet estava relacionada com as virgens que apresentavam anomalias em seus bustos. E que as virgens de 3 mamilos e as virgens de apenas 1 seio eram tatuadas com a cabeça do Baphomet para que nenhum homem pudesse tocá-las. Diziam que as mulheres com tais anomalias genéticas eram amaldiçoadas.

Baphomet Por Eliphas Levi Eliphas Levi lista as mais frequentes representações do Baphomet: Na classificação e explicação das gravuras de seu livro Dogma e Ritual da Alta Magia, Eliphas Levi classifica a imagem de Baphomet como a figura panteística e mágica do absoluto.

O facho representa a inteligência equilibrante do ternário.
A cabeça de bode, reunindo caracteres de cão, touro e burro, representa a responsabilidade apenas da matéria e a expiação corporal dos pecados.
As mãos humanas mostram a santidade do trabalho e fazem o sinal da iniciação esotérica a indicar o antigo aforismo de Hermes Trismegisto (em uma posição muito semelhante a representações de Shiva na Índia): "o que está em cima é igual ao que está embaixo". O sinal com as mãos também vem a recomendar aos iniciados nas artes ocultas os mistérios.
Pode também ser interpretado em seu aspecto metafísico, onde pode representar o espírito divino que "ligou o Céu e a Terra", tema recorrente na literatura esotérica.

Os crescentes lunares presentes na figura indicam as relações entre o bem e o mal, da misericórdia e da justiça.
Possuindo seios, o bode representa o papel de trazer à Humanidade os sinais da maternidade e do trabalho, os quais são signos redentores.
O pênis é metaforicamente representado por um Caduceu. No budismo tantrico este é o símbolo de ascensão da energia da deusa Kundalini. Em forma de serpente ela está enrolada e oculta na base da coluna de todo ser humano. Ao atingir a plenitude desta força, o ser alcança o êxtase da iluminação (o nirvana). Este tipo de simbologia aparece com freqüência na alquimia (o coito do rei e da rainha), com a qual o ocultismo tem relação.
Na frente e embaixo do facho encontra-se o signo do microcosmo a representar simbolicamente a inteligência humana.
Colocado abaixo do facho o símbolo faz da chama dele uma imagem da revelação divina.   Baphomet deve estar assentado ou em um cubo e tendo como estrado uma bola apenas ou uma bola e um escabelo triangular.
A figura pode ser colorida no ventre (verde), no semicírculo (azul) e nas penas (diversas cores).
Baphomet Na Mídia

Na "Marvel Comics": É um dos demônios do inferno.
Em "Ragnarok Online": É um monstro tanto no jogo quanto no anime.
Em "My Little Pony: Friendship Is Magic": É um dos vilões que retorna.
Em "Lunia": É um chefe de fase mas especificamente da floresta sombria.
Em "Makai Ouji: Devils and Realist" : É um mordomo que serve Dantalion

Leviatã (monstro)

O Leviatã é uma criatura mitológica, geralmente de grandes proporções, bastante comum no imaginário dos navegantes europeus da Idade Média. Há referências, contudo, ao longo de toda a história, sendo um caso recente o do Monstro de Lago Ness.

No Antigo Testamento, a imagem do 'Leviatã é retratada pela primeira vez no Livro de Jó, capítulo 41. Sua descrição na referida passagem é breve. Foi considerado pela Igreja Católica durante a Idade Média, como o demônio representante do quinto pecado, a Inveja, também sendo tratado com um dos sete príncipes infernais. Uma nota explicativa revela uma primeira definição: "monstro que se representa sob a forma de crocodilo, segundo a mitologia fenícia" (Velho Testamento, 1957: 614). Não se deve perder de vista que nas diversas descrições no Antigo Testamento ele é caracterizado sob diferentes formas, uma vez que funde-se com outros animais. Formas como a de dragão marinho, serpente e polvo (semelhante ao Kraken) também são bastante comuns.
Antigo Testamento O Livro de Jó, capítulos Jó 40 e 41, aponta a imagem mais impressionante do Leviatã, descrevendo-o como o maior (ou o mais poderoso) dos monstros aquáticos  . No diálogo entre Deus e Jó, o primeiro procede a uma série de indagações que revelam as características do monstro, tais como "ninguém é bastante ousado para provocá-lo; quem o resistiria face a face? Quem pôde afrontá-lo e sair com vida debaixo de toda a extensão do céu? ....Quem lhe abriu os dois batentes da goela, em que seus dentes fazem reinar o terror?...... Quando se levanta, tremem as ondas do mar, as vagas do mar se afastam. Se uma espada o toca, ela não resiste, nem a lança, nem a azagaia, nem o dardo. O ferro para ele é palha, o bronze pau podre" (Bíblia Sagrada, 1957: 656). Ao lado do Leviatã, no capítulo 40 do livro de Jó, aparece o Behemoth   (Jó 40:15-16, "Contempla agora o Beemote, que eu fiz contigo, que come erva como o boi. Eis que a sua força está nos seus lombos e o seu poder, nos músculos do seu ventre." Biblia JFA Revista e corrigida) Levanta sua cauda como (um ramo) de cedro, os nervos de suas coxas são entrelaçados; seus ossos são tubos de bronze, sua estrutura é feita de barras de ferro" (Bíblia Sagrada, 1957: 654). Existe uma lenda judaica que fala que Deus enviara Behemoth para matar Leviatã. Eles terão uma grande batalha, onde os dois morreriam, mas Behemoth sairia vitorioso por cumprir sua missão.

A Destruição de Leviatã(1865)
A origem histórico-mitológica de tais animais descritos na Bíblia é uma questão um tanto obscura. Ambos animais têm sido associados a algumas sagas, o leviatã talvez esteja associado ao "Tiamat", uma divindade da saga da Babilônia. O que interessa, no entanto, é não se ater às diferentes opiniões a respeito desses animais que aparecem na Bíblia Hebraica, uma vez que os historiadores e teólogos da Bíblia não os relacionam ao mito político ao qual Hobbes se refere (Schmitt, 1938: 6).

Não obstante diferentes interpretações, o Leviatã aparece na Bíblia sob a forma do maior dos animais aquáticos, como um crocodilo ou então na forma de um enorme peixe, uma baleia. O behemoth, como animal terrestre representado sob a forma de um hipopótamo.

Na União do céu e do inferno, William Blake escreveu:

"Debaixo de nós nada mais se via senão uma tempestade negra, até que, olhando para oriente, entre as nuvens e as vagas, divisamos uma cascata de sangue misturado com fogo, e próximo de nós emergiu e afundou-se de novo o vulto escamoso de uma serpente volumosa. Por fim, a três graus de distância, na direcção do oriente, apareceu sobre as ondas uma crista incendiada: lentamente elevou-se como um recife de ouro, até avistarmos dois globos de fogo carmesim, dos quais o mar se escapa em nuvens de fumo. Vimos então que se tratava da cabeça do Leviatã a sua fronte, tal como a do tigre, era sulcada por listras de verde e púrpura. Em breve vimos a boca e as guelras pendendo sobre a espuma enfurecida, tingindo o negro abismo com raios de sangue, avançando para nós com toda a fúria de uma existência espiritual."

Conforme Jó 41:18-21, muitos também acreditam que o Leviatã pode ter sido um dragão:

  Cada um dos seus espirros faz resplandecer a luz, e os seus olhos são como as pálpebras da alva.   Da sua boca saem tochas; faíscas de fogo saltam dela.   Das suas narinas procede fumaça, como de uma panela fervente, ou de uma grande caldeira.   O seu hálito faz incender os carvões; e da sua boca sai fogo escarlate.

A descrição no Livro Bíblico de Jó é hiperbólica. Sendo este livro narrado de forma poética deve-se ponderar a interpretação literal dos termos.

Leviatã na cultura popular Leviatã também diz respeito a obra do cientista político e jusnaturalista Thomas Hobbes (Malmesbury, 5 de abril de 1588 — Hardwick Hall, 4 de dezembro de 1679). Em sua obra, Hobbes afirmava que a "guerra de todos contra todos" (Bellum omnium contra omnes) que caracteriza o então "estado de natureza" só poderia ser superada por um governo central e autoritário. O governo central seria uma espécie de monstro - o Leviatã - que concentraria todo o poder em torno de si, e ordenando todas as decisões da sociedade.

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