Existe uma conexão muito tênue entre Malkuth e Binah. Essa conexão é retratada no Ritual de Iniciação do Neófito. Ao passar pela iniciação de Malkuth, ou seja, quando o Probacionista se une a Noiva em Malkuth, de maneira sutil ele também se une a Mãe em Binah. Sua salvação, se podemos usar esse termo, reside em sua conexão com a Mãe em Binah, quer dizer, o Santo Graal. No entanto, as forças de Malkuth prendem o Neófito a sua esfera, da mesma maneira que a gravidade nos puxa para baixo.
Nos termos práticos é assim: o Neófito deveria ser instruído a sempre manter o foco na Obra, quer dizer, ele sempre deve buscar o Graal, não apenas a vulva. Aí reside o perigo, quando ele se esquece do Graal e se apaixona pela vulva apenas. Nesse processo, ao se apaixonar/identificar apenas com a vulva (a mulher profana), esquecendo-se da Obra (o Graal em Binah), vem a falhar de forma miserável em sua busca.
O Neófito deve ter isso em mente e não se deixar seduzir pela Kundry, que apenas emula Babalon, mas não é. Ao Neófito deve ser ensinado que primeiro ele deve se dirigir a Netzach a fim de iniciar as Bodas com Babalon, no entanto, ele deve vencer o sofrimento de Malkuth e os perigos de Yesod. Estes, quase sempre, se apresentam como uma vampira, pois o sexo é a maneira mais fácil de se perder.
Ao se identificar com Kundry que emula o papel de Babalon, Parzival perde a perspectiva do Castelo do Graal em Binah chafurdado no Castelo da Perdição em Malkuth, o que o leva a experiência do sofrimento, da tristeza e do desespero. Na medida em que Parzival tenta se redimir, ou seja, quando o Neófito inicia sua jornada em direção as esferas superiores, um Elemental pode tentá-lo a queda, arrebatando-o novamente ao sofrimento inerente a iniciação dos Quatro Elementos. Por Elemental, aqui, vamos entender uma entidade composta pelos Quatro Elementos, uma mulher que o seduzirá, atuando como Kundry ao invés de Babalon. A história da Tradição de Thelema está repleta de passagens que ilustram isso, como por exemplo, o caso de Jack Parsons.
Trata-se de um livro esplendido e bem documentado, a propósito. Tudo nele está estritamente correto e de acordo.
Vamos nos lembrar que Kingsor é um Cavaleiro que foi expulso da Ordem do Santo Graal, tendo se voltado contra a Ordem enquanto permanece oculto no Castelo da Perdição no sopé da Montanha Sagrada. Ele castrou a si mesmo, quer dizer, perdeu a Lança Sagrada e no presente ele busca tirá-la de qualquer Cavaleiro incauto que visite seus domínios. Para isso ele decora seu Castelo com Lindas Flores, donzelas que atraem e engabelam Cavaleiros como Parzival através de um fugaz e prazeroso encontro sexual. Elas aparecem vestidas em véus delicados, envolvendo-se apressadamente sobre ele, assim que cai no sono Essas Lindas Flores somente aparecem na versão de Wagner de Parzival. Não sabemos a quantidade de donzelas vampiras habitam o Castelo da Perdição de Klingsor, no entanto, o papel delas é claramente transmitido pelas três esposas – referidas como as três irmãs – do Conde Drácula na novela de Bram Stoker, Drácula, de 1897.
O simbolismo das três mulheres tem aparecido consistentemente através da história em inúmeros mitos, contos e novelas e elas têm se mostrado enfaticamente problemáticas. Em Macbeth de Shakespare temos as três bruxas e no mito grego de Perseu temos as três irmãs cinzentas. Ainda na mitologia grega encontramos três belas sereias: Peisinoe, Aglaope e Thelxiepeia, representando as três fatalidades – nascimento, vida e morte – nos Mistérios da O.T.O. Mesmo nos referindo a uma mulher, nós dizemos que ela tem três faces ou personalidades. A primeira é loira, de tipo solar, a máscara que ela mostra ao mundo. As outras duas são morenas, de tipo lunar, que ela oculta: uma de si mesma e a outra do mundo.
A história por trás de Drácula de Bram Stoker é Redenção. Ela começa com um homem chamado Jonathan Harker, um procurador inglês noivo de uma mulher chamada Mina. Ele viaja até o Castelo Sombrio do Conde Drácula na Transilvânia em nome de seu patrão, na intensão de dar suporte legal a viagem do Conde Drácula para Inglaterra. Na ocasião, Drácula lhe hospeda muito bem, mostrando-se um ótimo anfitrião, mas lhe avisa para não sair do castelo a noite. Jonathan não leva o aviso a sério e ao passear pelo castelo, entra em um quarto e ali cai adormecido na cama. No entanto, sem que ele saiba, o quarto já estava ocupado. Ao acordar assustado, ele vê três belas mulheres discutindo qual delas iria ataca-lo primeiro. Elas apareceram de lugar algum e representam máscaras esquecidas ou ocultas de fantasias proibidas que dominam a condição humana e têm um poder bestial catastrófico. Qualquer homem teme por sua segurança diante dessas mulheres!
Seja como for, tanto o Conde Drácula quanto Jonathan Harker sentiam-se completamente atraídos ao mesmo tempo que repelindo estas três mulheres. Essa dualidade é demonstrada por Kundry nos Mitos do Graal. Durante o dia ela é representada por uma mulher decrépita que serve o Rei Amfortas e a honra do Santo Graal, mas a noite, enquanto dorme, seu corpo astral serve a Klingsor e o impulso da Lança sagrada (Falo), na condição no qual se transforma em uma mulher terrivelmente sedutora na espreita para seduzir qualquer Cavaleiro incauto vagando pelo castelo. Lucy é bem parecida a Kundry na medida em que sonambula se encontra com o Conde Drácula a noite que rapidamente se alimenta dela, transformando-a em uma vampira. É possível comparar Drácula a Klingsor. A diferença é que as mulheres do Conde Drácula procuram por sangue e as mulheres de Klingsor procuram por sêmen. Em ambos os casos elas buscam a essência da vida. Ambos residem na esfera de Chokmah, atribuída a Urano. Em seu Liber 536: Um Tratado sobre Astrologia, Aleister Crowley diz:
Urano em nós é a Lança Sagrada. Nas mãos do Rei Sagrado ela constrói o Templo do Graal, mas nas mãos de Klingsor ela constrói o Jardim dos Encantamentos Malignos. O Gênio pode ser fértil ou estéril, radiante ou autoconsumido. Um é Magia Branca o outro Magia Negra.
Na história, a vampira loira era a primeira e preferida esposa do Conde Drácula e sob sua liderança estavam as outras duas esposas vampiras. Ela é a primeira a atacar Jonathan, prostrado na cama. No momento em que ela ia se alimentar de Jonathan, Drácula entra no quarto e diz: Para trás, te aviso: esse homem me pertence! Mas as três vampiras não se assustaram com a intrépida investida de Drácula; elas estavam certas de que era seu direito se alimentarem de Jonathan. Estranhamente, apesar de Drácula se enraivecer pelo comportamento predatório de suas esposas em não esperar para se alimentarem de Jonathan no momento adequado, ele ainda demonstrou cuidado para com elas, lhes entregando uma bolsa contendo uma criança para se alimentarem no jantar.
Embora elas fossem suas esposas, não havia entre eles nenhum tipo de amor, embora não fosse sempre assim. Quando Drácula vai para Inglaterra, elas permanecem no castelo, na companhia de Jonathan. Em outras palavras, Drácula havia terminado com ele. Elas estavam livres para fazer o que quisessem com Jonathan. No entanto, ele consegue escapar da tragédia, mas com a mente muito perturbada pela experiência. É interessante notar que em nenhum momento da história essas vampiras se alimentaram de outra mulher ou Drácula se alimentou de um homem. Ele buscava apenas o sangue da mulher.
O melhor sangue é da lua, mensalmente: em seguida o sangue fresco de uma criança, ou destilando da hoste do céu: em seguida de inimigos; em seguida do sacerdote ou dos adoradores: finalmente de alguma besta, não importa qual.
Toda a história do Conde Drácula pode ser analisada sob os Arcanos e Mistérios da O.T.O. A mordida dos dentes do vampiro na carne de uma mulher é equivalente a penetração do pênis na vagina durante a menstruação (IX° O.T.O.). Quando a vampira suga o sangue do homem é equivalente ao sexo oral (VIII° O.T.O.) quando a sacerdotisa suga a essência da vida. Em dado momento da história, Drácula corta seu peito e oferece a Mina a oportunidade de beber seu sangue e com a sua mão direita ele segurou-a pela nuca e forçou seu rosto sobre seu peito. Seu vestido branco ficou todo banhado em sangue. Alguns pesquisadores modernos têm insistido que o corte no peito de Drácula é a emulação de uma fissura vaginal masculina. Nós encontramos um paralelo na celebração da Missa da Fênix na qual o magista corta seu peito e diz: Vê este meu peito que sangra Talhado com o sinal sacramental! Ele então coloca o Bolo Santo (Hóstia) no sangue da ferida e o consome. O sangue é a vida e o que ele oferece é o renascimento. Croley chamou a Missa da Fênix de O Ritual da Lei.
Na história do Conde Drácula são citadas apenas cinco mulheres. Três delas eram vampiras e as outras duas iriam se tornar. O enredo da história, portanto, se passa em torno do salvamento de Mina antes que ela pudesse ser transformada em vampira. Quando ela ficou sabendo que sua amiga, Lucy, havia se transformado em uma vampira, era tarde demais. Lucy gradativamente aumentou seu apetite por sangue e sexo ao ponto de se tornar insaciável. Seus cabelos loiros tornaram-se negros e seus lábios brilhantemente vermelhos. Ela se tornou voluptuosamente sedutora. Quando Van Helsing chega ao castelo com outros três homens para caçá-la, ela estava se alimentando de um bebe.
Lucy, uma donzela uma vez tão amada, agora tão odiada; uma donzela uma vez tão pura, agora tão imunda. Os quatro homens lhe perseguiram até sua tumba e como arma tinham a Fé em Deus que representa o Círculo na graduação do Neófito da A∴A∴: 1°=10⌷. O número quatro é o Quadrado no qual o Neófito deve controlar cada aspecto de Malkuth. Dessa maneira, os quatro homens devem controlar Lucy enquanto um deles enfia uma estaca em seu coração (Malkuth). A vampira havia sido derrotada.
Diferente de Lucy que era uma mulher sedutoramente despudorada e deslumbrantemente sensual que se transformou em uma prostituta sugadora de sangue, Mina não era sedutora, deslumbrante ou voluptuosa. Sua virtude é como a da decrépita Kundy, a Alta Sacerdotisa do santo Graal, a imagem perfeita de uma mulher, não porque ela necessariamente parece assexuada, mas porque ela utiliza as habilidades de sua Nova Mulher para servir aos homens ou a humanidade em geral. É possível ver a dicotomia dualista da Kundry em toda mulher, que pode ser tanto a santa quanto a pecadora. E o que podemos tirar disso é que esses são os dois únicos caminhos a serem tomados pela mulher. Ela pode ser casta e virginal ou uma rameira promiscua.
Ao longo de toda carnificina, Mina precisa ser salva antes de se transformar em vampira pelas presas do Conde Drácula. Ele, no entanto, precisa morrer para isso!
Nos termos práticos é assim: o Neófito deveria ser instruído a sempre manter o foco na Obra, quer dizer, ele sempre deve buscar o Graal, não apenas a vulva. Aí reside o perigo, quando ele se esquece do Graal e se apaixona pela vulva apenas. Nesse processo, ao se apaixonar/identificar apenas com a vulva (a mulher profana), esquecendo-se da Obra (o Graal em Binah), vem a falhar de forma miserável em sua busca.
O Neófito deve ter isso em mente e não se deixar seduzir pela Kundry, que apenas emula Babalon, mas não é. Ao Neófito deve ser ensinado que primeiro ele deve se dirigir a Netzach a fim de iniciar as Bodas com Babalon, no entanto, ele deve vencer o sofrimento de Malkuth e os perigos de Yesod. Estes, quase sempre, se apresentam como uma vampira, pois o sexo é a maneira mais fácil de se perder.
Ao se identificar com Kundry que emula o papel de Babalon, Parzival perde a perspectiva do Castelo do Graal em Binah chafurdado no Castelo da Perdição em Malkuth, o que o leva a experiência do sofrimento, da tristeza e do desespero. Na medida em que Parzival tenta se redimir, ou seja, quando o Neófito inicia sua jornada em direção as esferas superiores, um Elemental pode tentá-lo a queda, arrebatando-o novamente ao sofrimento inerente a iniciação dos Quatro Elementos. Por Elemental, aqui, vamos entender uma entidade composta pelos Quatro Elementos, uma mulher que o seduzirá, atuando como Kundry ao invés de Babalon. A história da Tradição de Thelema está repleta de passagens que ilustram isso, como por exemplo, o caso de Jack Parsons.
Trata-se de um livro esplendido e bem documentado, a propósito. Tudo nele está estritamente correto e de acordo.
Vamos nos lembrar que Kingsor é um Cavaleiro que foi expulso da Ordem do Santo Graal, tendo se voltado contra a Ordem enquanto permanece oculto no Castelo da Perdição no sopé da Montanha Sagrada. Ele castrou a si mesmo, quer dizer, perdeu a Lança Sagrada e no presente ele busca tirá-la de qualquer Cavaleiro incauto que visite seus domínios. Para isso ele decora seu Castelo com Lindas Flores, donzelas que atraem e engabelam Cavaleiros como Parzival através de um fugaz e prazeroso encontro sexual. Elas aparecem vestidas em véus delicados, envolvendo-se apressadamente sobre ele, assim que cai no sono Essas Lindas Flores somente aparecem na versão de Wagner de Parzival. Não sabemos a quantidade de donzelas vampiras habitam o Castelo da Perdição de Klingsor, no entanto, o papel delas é claramente transmitido pelas três esposas – referidas como as três irmãs – do Conde Drácula na novela de Bram Stoker, Drácula, de 1897.
O simbolismo das três mulheres tem aparecido consistentemente através da história em inúmeros mitos, contos e novelas e elas têm se mostrado enfaticamente problemáticas. Em Macbeth de Shakespare temos as três bruxas e no mito grego de Perseu temos as três irmãs cinzentas. Ainda na mitologia grega encontramos três belas sereias: Peisinoe, Aglaope e Thelxiepeia, representando as três fatalidades – nascimento, vida e morte – nos Mistérios da O.T.O. Mesmo nos referindo a uma mulher, nós dizemos que ela tem três faces ou personalidades. A primeira é loira, de tipo solar, a máscara que ela mostra ao mundo. As outras duas são morenas, de tipo lunar, que ela oculta: uma de si mesma e a outra do mundo.
A história por trás de Drácula de Bram Stoker é Redenção. Ela começa com um homem chamado Jonathan Harker, um procurador inglês noivo de uma mulher chamada Mina. Ele viaja até o Castelo Sombrio do Conde Drácula na Transilvânia em nome de seu patrão, na intensão de dar suporte legal a viagem do Conde Drácula para Inglaterra. Na ocasião, Drácula lhe hospeda muito bem, mostrando-se um ótimo anfitrião, mas lhe avisa para não sair do castelo a noite. Jonathan não leva o aviso a sério e ao passear pelo castelo, entra em um quarto e ali cai adormecido na cama. No entanto, sem que ele saiba, o quarto já estava ocupado. Ao acordar assustado, ele vê três belas mulheres discutindo qual delas iria ataca-lo primeiro. Elas apareceram de lugar algum e representam máscaras esquecidas ou ocultas de fantasias proibidas que dominam a condição humana e têm um poder bestial catastrófico. Qualquer homem teme por sua segurança diante dessas mulheres!
Seja como for, tanto o Conde Drácula quanto Jonathan Harker sentiam-se completamente atraídos ao mesmo tempo que repelindo estas três mulheres. Essa dualidade é demonstrada por Kundry nos Mitos do Graal. Durante o dia ela é representada por uma mulher decrépita que serve o Rei Amfortas e a honra do Santo Graal, mas a noite, enquanto dorme, seu corpo astral serve a Klingsor e o impulso da Lança sagrada (Falo), na condição no qual se transforma em uma mulher terrivelmente sedutora na espreita para seduzir qualquer Cavaleiro incauto vagando pelo castelo. Lucy é bem parecida a Kundry na medida em que sonambula se encontra com o Conde Drácula a noite que rapidamente se alimenta dela, transformando-a em uma vampira. É possível comparar Drácula a Klingsor. A diferença é que as mulheres do Conde Drácula procuram por sangue e as mulheres de Klingsor procuram por sêmen. Em ambos os casos elas buscam a essência da vida. Ambos residem na esfera de Chokmah, atribuída a Urano. Em seu Liber 536: Um Tratado sobre Astrologia, Aleister Crowley diz:
Urano em nós é a Lança Sagrada. Nas mãos do Rei Sagrado ela constrói o Templo do Graal, mas nas mãos de Klingsor ela constrói o Jardim dos Encantamentos Malignos. O Gênio pode ser fértil ou estéril, radiante ou autoconsumido. Um é Magia Branca o outro Magia Negra.
Na história, a vampira loira era a primeira e preferida esposa do Conde Drácula e sob sua liderança estavam as outras duas esposas vampiras. Ela é a primeira a atacar Jonathan, prostrado na cama. No momento em que ela ia se alimentar de Jonathan, Drácula entra no quarto e diz: Para trás, te aviso: esse homem me pertence! Mas as três vampiras não se assustaram com a intrépida investida de Drácula; elas estavam certas de que era seu direito se alimentarem de Jonathan. Estranhamente, apesar de Drácula se enraivecer pelo comportamento predatório de suas esposas em não esperar para se alimentarem de Jonathan no momento adequado, ele ainda demonstrou cuidado para com elas, lhes entregando uma bolsa contendo uma criança para se alimentarem no jantar.
Embora elas fossem suas esposas, não havia entre eles nenhum tipo de amor, embora não fosse sempre assim. Quando Drácula vai para Inglaterra, elas permanecem no castelo, na companhia de Jonathan. Em outras palavras, Drácula havia terminado com ele. Elas estavam livres para fazer o que quisessem com Jonathan. No entanto, ele consegue escapar da tragédia, mas com a mente muito perturbada pela experiência. É interessante notar que em nenhum momento da história essas vampiras se alimentaram de outra mulher ou Drácula se alimentou de um homem. Ele buscava apenas o sangue da mulher.
O melhor sangue é da lua, mensalmente: em seguida o sangue fresco de uma criança, ou destilando da hoste do céu: em seguida de inimigos; em seguida do sacerdote ou dos adoradores: finalmente de alguma besta, não importa qual.
Toda a história do Conde Drácula pode ser analisada sob os Arcanos e Mistérios da O.T.O. A mordida dos dentes do vampiro na carne de uma mulher é equivalente a penetração do pênis na vagina durante a menstruação (IX° O.T.O.). Quando a vampira suga o sangue do homem é equivalente ao sexo oral (VIII° O.T.O.) quando a sacerdotisa suga a essência da vida. Em dado momento da história, Drácula corta seu peito e oferece a Mina a oportunidade de beber seu sangue e com a sua mão direita ele segurou-a pela nuca e forçou seu rosto sobre seu peito. Seu vestido branco ficou todo banhado em sangue. Alguns pesquisadores modernos têm insistido que o corte no peito de Drácula é a emulação de uma fissura vaginal masculina. Nós encontramos um paralelo na celebração da Missa da Fênix na qual o magista corta seu peito e diz: Vê este meu peito que sangra Talhado com o sinal sacramental! Ele então coloca o Bolo Santo (Hóstia) no sangue da ferida e o consome. O sangue é a vida e o que ele oferece é o renascimento. Croley chamou a Missa da Fênix de O Ritual da Lei.
Na história do Conde Drácula são citadas apenas cinco mulheres. Três delas eram vampiras e as outras duas iriam se tornar. O enredo da história, portanto, se passa em torno do salvamento de Mina antes que ela pudesse ser transformada em vampira. Quando ela ficou sabendo que sua amiga, Lucy, havia se transformado em uma vampira, era tarde demais. Lucy gradativamente aumentou seu apetite por sangue e sexo ao ponto de se tornar insaciável. Seus cabelos loiros tornaram-se negros e seus lábios brilhantemente vermelhos. Ela se tornou voluptuosamente sedutora. Quando Van Helsing chega ao castelo com outros três homens para caçá-la, ela estava se alimentando de um bebe.
Lucy, uma donzela uma vez tão amada, agora tão odiada; uma donzela uma vez tão pura, agora tão imunda. Os quatro homens lhe perseguiram até sua tumba e como arma tinham a Fé em Deus que representa o Círculo na graduação do Neófito da A∴A∴: 1°=10⌷. O número quatro é o Quadrado no qual o Neófito deve controlar cada aspecto de Malkuth. Dessa maneira, os quatro homens devem controlar Lucy enquanto um deles enfia uma estaca em seu coração (Malkuth). A vampira havia sido derrotada.
Diferente de Lucy que era uma mulher sedutoramente despudorada e deslumbrantemente sensual que se transformou em uma prostituta sugadora de sangue, Mina não era sedutora, deslumbrante ou voluptuosa. Sua virtude é como a da decrépita Kundy, a Alta Sacerdotisa do santo Graal, a imagem perfeita de uma mulher, não porque ela necessariamente parece assexuada, mas porque ela utiliza as habilidades de sua Nova Mulher para servir aos homens ou a humanidade em geral. É possível ver a dicotomia dualista da Kundry em toda mulher, que pode ser tanto a santa quanto a pecadora. E o que podemos tirar disso é que esses são os dois únicos caminhos a serem tomados pela mulher. Ela pode ser casta e virginal ou uma rameira promiscua.
Ao longo de toda carnificina, Mina precisa ser salva antes de se transformar em vampira pelas presas do Conde Drácula. Ele, no entanto, precisa morrer para isso!
O motivo pelo qual eu escrevo essa breve epístola, é para demonstrar que, seja lá qual o nome que se queira chamar, essa natureza predatória feminina está arquetipicamente fundamentada em nosso inconsciente e vez ou outra ela vem à tona nas mitologias e novelas. Longe de ser apenas um conto de fadas, o Iniciado sabe que existe muito mais além daquilo que um profano possa conceber. Magicamente, quando a mulher se encontra em sua Lua Cheia, ela recebe a Luz do Sol em toda a sua grandeza e brilha como a Taça do Santo Graal. Já em sua Lua Nova, ela rechaça a Luz do Sol como uma vampira. Como um Buraco Negro ela suga tudo a sua volta de forma esmagadora. As histórias de horror estão repletas de mulheres possuídas pelo demônio na Lua Nova e em seus sonhos pútridos visões fantasmagóricas das profundezas de sua sombra emergem como pesadelos.
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