Roma um curso sobre Exorcismo. Longe de ser uma prática do passado, o ministério do Exorcismo desperta cada vez mais interesse na vida da Igreja. Uma mostra disso é a exitosa convocatória a um curso teórico e prático sobre Exorcismo e oração de libertação, que ocorrerá no Ateneo Pontifício Regina Apostolorum de Roma. Em sua nona edição, o ciclo formativo terá a participação de 170 pessoas entre sacerdotes, diáconos, religiosos e leigos provenientes de mais de 33 países. O programa conta com o patrocínio da Congregação para o Clero e o apoio da Associação Internacional de Exorcistas e a Fundação Dignitatis Humanae.
“O interesse é grande e crescente. De fato, o curso tem tido um êxito além das expectativas”, descreveu o Secretário do Grupo de Investigação e Informação Socio-Religiosa, organização que junto ao Instituto Sacerdotes da Regina Apostolorum organiza o curso, a agência Zenit, para os experts, na crescente secularização da cultura e diante da sedução do oculto, existem pessoas que “lançam a religião fora da porta e deixam entrar pela janela a superstição e a irracionalidade”. Nesta exploração, a pessoa “não toma as medidas necessárias e razoáveis para evitar ser vencido” e fica em situações nas quais desconhece como responder adequadamente.
Segundo Ferrari, o objetivo do curso é oferecer elementos de diversas disciplinas para se ter uma visão de conjunto sobre o tema, que abarca as dimensões espiritual, psicológica, antropológica, legal, entre outras. Alguns aspectos analisados incluem o esoterismo, a magia, o ocultismo, o espiritismo e o satanismo. Estes elementos fazem parte de “um ‘mundo paralelo’ que, aos poucos, não são levados à sério e que na realidade existe e involucra muito mais pessoas do que imaginamos”, explicou o expert.
O curso, inicialmente aberto a sacerdotes, diáconos e religiosos, começou a ser ministrado também para os leigos. “Entre os leigos que se inscrevem encontramos principalmente médicos, enfermeiros, psicólogos, advogados, professores e membros das forças de segurança”, relatou Ferrari. Esta formação significará uma contribuição em outros aspectos, como o do respeito à liberdade religiosa (em um tema no qual se destaca uma descrença generalizada) ou a prevenção das atividades de grupos satânicos.
Apesar de ser um curso dedicado ao tema do Exorcismo e a libertação, o especialista explicou que o programa não pretende oferecer um título de “exorcista”. “Para exercer o ministério do exorcismo não há nenhuma obrigação de ter realizado o curso, mas ter recebido o cargo pelo próprio Bispo”, esclareceu. A ideia é, na realidade treinar as pessoas que estão em contato com tantas outras para que aprendam “a escutar e entender os seus problemas e sofrimentos, que não são apenas físicos, mas morais e muitas vezes espirituais e existenciais”.
ROMA - Alarmada por notícias de práticas satânicas entre jovens, uma universidade ligada ao Vaticano iniciou ontem em Roma o primeiro curso de satanismo e exorcismo do mundo. As aulas na Pontifícia Universidade Regina Apostulorum, dirigida pela congregação ultraconservadora Legionários de Cristo, serão dadas por exorcistas e psiquiatras.
Durante sete conferências, os estudantes devem aprender a diferenciar "um verdadeiro caso de possessão diabólica de um caso de alguém com problemas psicológicos", explicou o professor Paolo Scafaroni, reitor da universidade. A moda dos símbolos satânicos entre os jovens e a paixão pelo ocultismo, pela magia e por experiências místicas causam grande preocupação entre os católicos, afirmou o professor.
As aulas, que vão até 14 de abril e custam 180, são reservadas a sacerdotes e seminaristas. A maioria deseja tornar-se exorcistas, unindo-se a um grupo seleto destes religiosos. Existem cerca de 400 deles na Itália, segundo especialistas.
"O satanismo é um fenômeno que está crescendo, mais não sabemos quantificar", afirmou Marco Strano, da polícia italiana, especialista em seitas satânicas que falará no curso sobre os aspectos jurídicos. "Os ritos ocorrem em residências privadas."
No ano passado, o tema despertou grande interesse depois que oito jovens de um grupo chamado Bestas de Satanás foram levados à Justiça acusados do assassinato, em rituais, de três integrantes.
Um diácono norte-americano cético, à beira da falência vocacional, é surpreendido ao ser designado para uma escola de exorcismo em Roma, local onde encontrará um sacerdote veterano na prática de expulsar demônios. Esse é basicamente o roteiro do filme O Ritual, longa baseado na história real do sacerdote católico Gary Thomas, exorcista por ofício.
Assim como Thomas existem centenas de padres com esta função na Igreja Católica. A orientação dada pelo papa João Paulo II,que em seu pontificado realizou três exorcismos, prescrevia a cada Diocese ter um sacerdote exorcista. Em Fortaleza não se tem um, instituído pelo arcebispo, entretanto, três sacerdotes são autorizados a rezar pedindo a libertação do mal.
A Igreja em seu ensinamento diferencia exorcismo de libertação. O primeiro consiste na expulsão do demônio de um possesso feito estritamente com a autorização do bispo local e obedecendo ao ritual chamado de rubrica oficial de exorcismo; o segundo é forma oficiosa e menos burocrática de se realizar o mesmo ato.
O padre Lauro Freire Alves Filho, 40, filósofo e teólogo, membro do Instituto Nova Jerusalém, localizado no bairro Cristo Redentor é um dos padres com o ofício de rezar pela libertação da influência maligna na arquidiocese de Fortaleza.
O reverendo é discípulo de Pe. Caetano de Tilesse, falecido há três anos, conhecido no bairro por seu trabalho de promoção da dignidade humana e pelo carisma da oração de libertação. Pe. Lauro foi um dos escolhidos pelo sacerdote de origem Belga para acompanhar as sessões de atendimento aos possíveis alienados e possessos.
Padre Lauro atende no paróquia do Cristo Redentor. Padre Lauro atende no paróquia do Cristo Redentor.
“No início eu tinha uns ‘lapsos’ de medo que logo deram lugar à certeza no poder soberano de Deus sobre o mal”,conta o sacerdote que também é especialista em bíblia. E continua, “Além dos atendimentos, Pe. Caetano promovia formação sobre o assunto o que em muito ajudou no meu ministério”, disse.
Diferente do religioso do filme, Pe. Lauro não precisou passar pela provação da falta de fé para, posteriormente, crer na existência do mal. “É preciso de firmeza na fé para exercer o ofício. E isto é cultivado pela vida sacramental e de oração”, revela. E mais, “sem estes ingredientes o sacerdote fica impossibilitado de discernir sob qual influência está a pessoa que busca a ajuda, se do espírito maligno ou de doenças psíquicas”.
Em o Ritual, a cena do sacerdote experiente atendendo ao telefone celular durante uma sessão de exorcismo chama a atenção do jovem. A resposta do padre interpretada pelo Anthony Hopinks é cômica e apresenta o exorcismo em outra perspectiva: “O que foi? Pensou que todo exorcismo precisa ter cabeças girando e vômitos de sopa de ervilha?”, indaga o personagem.
O entrevistado confirmou que efeitos extraordinários nem sempre acompanham as libertações. Contudo, recorda de casos em que pessoas durante as sessões de oração expeliram objetos como pregos e cacos de vidro sem se ferirem. Perguntado sobre o que faziam com estes objetos deu uma resposta bem humorada. “Algumas queimamos, outras aproveitamos. Os pregos, por exemplo, estão em nossas portas (risos)”, disse.
“O caso mais extraordinário aconteceu quando viajei a uma cidade do interior, ainda com o Pe. Caetano. Ao começar a ministrar uma oração de louvor no grupo de oração, duas mulheres começaram a se debater e a deslizar pelo salão como serpentes”, recorda o sacerdote. Depois de esvaziar o ambiente e fazer a libertação percebeu que uma pessoa para deslizar daquele modo no chão deveria está ao menos meio centímetro suspensa.
Padre Rufus Pereira. Padre Rufus Pereira.
As cenas de manifestações da presença demoníaca, assim no cinema como na vida real são assustadoras. Como as acontecidas durante a conferência ministrada em Fortaleza, nos dias 2 e 3 abril (2011), pelo Pe. Rufus Pereira,sacerdote exorcista da diocese do Bombaim, na Índia.
Em um dos casos, gritos romperam no ginásio coberto. De imediato auxiliares do sacerdote transportaram a mulher nos braços para um local isolado e discreto. Seu semblante mudou por completo. Dentes cerrados, pernas enrijecidas e uma força descomunal para um corpo franzino dava trabalho aos três homens que a seguravam enquanto uma senhora rezava para acalmá-la, até que ela fosse encaminhada ao sacerdote.
Horas mais tarde, R.N,42, dona de casa e residente em Viçosa do Ceará conta aliviada que não lembrava do que acontecia durante as “manifestações”, apenas identificava quando estavam se aproximando. “Eu sentia uma angústia muito grande quando se começava a rezar, um medo e de repente não lembrava mais de nada.Já participei muito da macumba, recebia os caboclos e acredito que isso tenha colaborado para as entradas dos ‘capetas’”, relata. Nem o padre, nem a dona de casa e menos ainda os assistentes contam como se deu o exorcismo, mas Nilza está confiante. “Eu agora estou bem e não vou mais dar brecha ao mal”, completa.
Pe. Rufus é exorcista autorizado pelo Vaticano há trinta anos e foi um dos fundadores da Associação internacional de exorcistas em 1992, com sede em Roma, na Itália. A associação assemelha-se à apresentada no “Longa” na qual o jovem sacerdote aprende a dar os primeiros passos como exorcista.
“O mal pode se instalar em qualquer pessoa ou setor da sociedade”, explica. “Na política tivemos, no passado, os casos de (Adolf) Hitler e (Josef) Stalin. Eram pessoas normais, mas foram feridas em sua infância. Se eu estivesse lá teria rezado pela cura interior deles e não teria acontecido a guerra”. O exemplo do padre revela a ousadia que deseja aos demais sacerdotes e pessoas religiosas, de não se omitirem diante dos ataques do mal, em qualquer esfera da sociedade.
Já Pe. Lauro não pode proferir a rubrica oficial de exorcismo da igreja, mas afirma que os efeitos da oração de libertação são correspondentes. “É um tipo de exorcismo informal, diríamos”, justifica. Em obediência ao arcebispo e seus direcionamentos o sacerdote reúne-se anualmente e partilha sobre as atividades daquele período. “É um ofício que está os dispor do bispo ao qual nos submetemos em obediência”, explica.
"algumas pessoas chegam até nós por indicação de psiquiatras". “algumas pessoas chegam até nós por indicação de psiquiatras”.
Nem todo caso é de possessão. Para ajudar no discernimento dos casos, Pe. Lauro fez um curso de capacitação de atenção psicossocial. “É interessante observar que algumas pessoas chegam até nós por indicação de psiquiatras. Por não terem uma resposta científica, os profissionais encaminham o paciente aos cuidados de algum sacerdote”, destaca.
Pe. Rufus, por sua vez, também é prudente e só atende os casos mediante um histórico escrito do paciente. Através da Associação Internacional de Exorcistas ministra cursos para psiquiatras, psicólogos e demais profissionais interessados no assunto.
Também ocorre o contrário, o “de pessoas que vêem o demônio em tudo”. Uma regra primária de discernimento é observar se a pessoa que recebe oração manifesta reações de violência e desconforto às preces e objetos sacros como crucifixo, água e sal bento. “Esse tipo de transe acende um sinal de alerta, pois, não é um transe induzido e pode indicar a presença do mal naquele indivíduo”, salienta Lauro.
O Diácono de O Ritual observou que uma pessoa após o exorcismo precisa continuar uma vida de oração. “Esta é uma premissa fundamental”, destaca Pe. Lauro, pois, “a pessoa que passa pela libertação e dar brecha ao mal, este pode voltar setes vezes pior como diz o ensinamento bíblico”, alerta.
O sacerdote atende todas as quartas- feiras no Centro Pastoral da Capela Nossa Senhora Aparecida na Av. Leste-Oeste, sem número.
“O interesse é grande e crescente. De fato, o curso tem tido um êxito além das expectativas”, descreveu o Secretário do Grupo de Investigação e Informação Socio-Religiosa, organização que junto ao Instituto Sacerdotes da Regina Apostolorum organiza o curso, a agência Zenit, para os experts, na crescente secularização da cultura e diante da sedução do oculto, existem pessoas que “lançam a religião fora da porta e deixam entrar pela janela a superstição e a irracionalidade”. Nesta exploração, a pessoa “não toma as medidas necessárias e razoáveis para evitar ser vencido” e fica em situações nas quais desconhece como responder adequadamente.
Segundo Ferrari, o objetivo do curso é oferecer elementos de diversas disciplinas para se ter uma visão de conjunto sobre o tema, que abarca as dimensões espiritual, psicológica, antropológica, legal, entre outras. Alguns aspectos analisados incluem o esoterismo, a magia, o ocultismo, o espiritismo e o satanismo. Estes elementos fazem parte de “um ‘mundo paralelo’ que, aos poucos, não são levados à sério e que na realidade existe e involucra muito mais pessoas do que imaginamos”, explicou o expert.
O curso, inicialmente aberto a sacerdotes, diáconos e religiosos, começou a ser ministrado também para os leigos. “Entre os leigos que se inscrevem encontramos principalmente médicos, enfermeiros, psicólogos, advogados, professores e membros das forças de segurança”, relatou Ferrari. Esta formação significará uma contribuição em outros aspectos, como o do respeito à liberdade religiosa (em um tema no qual se destaca uma descrença generalizada) ou a prevenção das atividades de grupos satânicos.
Apesar de ser um curso dedicado ao tema do Exorcismo e a libertação, o especialista explicou que o programa não pretende oferecer um título de “exorcista”. “Para exercer o ministério do exorcismo não há nenhuma obrigação de ter realizado o curso, mas ter recebido o cargo pelo próprio Bispo”, esclareceu. A ideia é, na realidade treinar as pessoas que estão em contato com tantas outras para que aprendam “a escutar e entender os seus problemas e sofrimentos, que não são apenas físicos, mas morais e muitas vezes espirituais e existenciais”.
ROMA - Alarmada por notícias de práticas satânicas entre jovens, uma universidade ligada ao Vaticano iniciou ontem em Roma o primeiro curso de satanismo e exorcismo do mundo. As aulas na Pontifícia Universidade Regina Apostulorum, dirigida pela congregação ultraconservadora Legionários de Cristo, serão dadas por exorcistas e psiquiatras.
Durante sete conferências, os estudantes devem aprender a diferenciar "um verdadeiro caso de possessão diabólica de um caso de alguém com problemas psicológicos", explicou o professor Paolo Scafaroni, reitor da universidade. A moda dos símbolos satânicos entre os jovens e a paixão pelo ocultismo, pela magia e por experiências místicas causam grande preocupação entre os católicos, afirmou o professor.
As aulas, que vão até 14 de abril e custam 180, são reservadas a sacerdotes e seminaristas. A maioria deseja tornar-se exorcistas, unindo-se a um grupo seleto destes religiosos. Existem cerca de 400 deles na Itália, segundo especialistas.
"O satanismo é um fenômeno que está crescendo, mais não sabemos quantificar", afirmou Marco Strano, da polícia italiana, especialista em seitas satânicas que falará no curso sobre os aspectos jurídicos. "Os ritos ocorrem em residências privadas."
No ano passado, o tema despertou grande interesse depois que oito jovens de um grupo chamado Bestas de Satanás foram levados à Justiça acusados do assassinato, em rituais, de três integrantes.
Um diácono norte-americano cético, à beira da falência vocacional, é surpreendido ao ser designado para uma escola de exorcismo em Roma, local onde encontrará um sacerdote veterano na prática de expulsar demônios. Esse é basicamente o roteiro do filme O Ritual, longa baseado na história real do sacerdote católico Gary Thomas, exorcista por ofício.
Assim como Thomas existem centenas de padres com esta função na Igreja Católica. A orientação dada pelo papa João Paulo II,que em seu pontificado realizou três exorcismos, prescrevia a cada Diocese ter um sacerdote exorcista. Em Fortaleza não se tem um, instituído pelo arcebispo, entretanto, três sacerdotes são autorizados a rezar pedindo a libertação do mal.
A Igreja em seu ensinamento diferencia exorcismo de libertação. O primeiro consiste na expulsão do demônio de um possesso feito estritamente com a autorização do bispo local e obedecendo ao ritual chamado de rubrica oficial de exorcismo; o segundo é forma oficiosa e menos burocrática de se realizar o mesmo ato.
O padre Lauro Freire Alves Filho, 40, filósofo e teólogo, membro do Instituto Nova Jerusalém, localizado no bairro Cristo Redentor é um dos padres com o ofício de rezar pela libertação da influência maligna na arquidiocese de Fortaleza.
O reverendo é discípulo de Pe. Caetano de Tilesse, falecido há três anos, conhecido no bairro por seu trabalho de promoção da dignidade humana e pelo carisma da oração de libertação. Pe. Lauro foi um dos escolhidos pelo sacerdote de origem Belga para acompanhar as sessões de atendimento aos possíveis alienados e possessos.
Padre Lauro atende no paróquia do Cristo Redentor. Padre Lauro atende no paróquia do Cristo Redentor.
“No início eu tinha uns ‘lapsos’ de medo que logo deram lugar à certeza no poder soberano de Deus sobre o mal”,conta o sacerdote que também é especialista em bíblia. E continua, “Além dos atendimentos, Pe. Caetano promovia formação sobre o assunto o que em muito ajudou no meu ministério”, disse.
Diferente do religioso do filme, Pe. Lauro não precisou passar pela provação da falta de fé para, posteriormente, crer na existência do mal. “É preciso de firmeza na fé para exercer o ofício. E isto é cultivado pela vida sacramental e de oração”, revela. E mais, “sem estes ingredientes o sacerdote fica impossibilitado de discernir sob qual influência está a pessoa que busca a ajuda, se do espírito maligno ou de doenças psíquicas”.
Em o Ritual, a cena do sacerdote experiente atendendo ao telefone celular durante uma sessão de exorcismo chama a atenção do jovem. A resposta do padre interpretada pelo Anthony Hopinks é cômica e apresenta o exorcismo em outra perspectiva: “O que foi? Pensou que todo exorcismo precisa ter cabeças girando e vômitos de sopa de ervilha?”, indaga o personagem.
O entrevistado confirmou que efeitos extraordinários nem sempre acompanham as libertações. Contudo, recorda de casos em que pessoas durante as sessões de oração expeliram objetos como pregos e cacos de vidro sem se ferirem. Perguntado sobre o que faziam com estes objetos deu uma resposta bem humorada. “Algumas queimamos, outras aproveitamos. Os pregos, por exemplo, estão em nossas portas (risos)”, disse.
“O caso mais extraordinário aconteceu quando viajei a uma cidade do interior, ainda com o Pe. Caetano. Ao começar a ministrar uma oração de louvor no grupo de oração, duas mulheres começaram a se debater e a deslizar pelo salão como serpentes”, recorda o sacerdote. Depois de esvaziar o ambiente e fazer a libertação percebeu que uma pessoa para deslizar daquele modo no chão deveria está ao menos meio centímetro suspensa.
Padre Rufus Pereira. Padre Rufus Pereira.
As cenas de manifestações da presença demoníaca, assim no cinema como na vida real são assustadoras. Como as acontecidas durante a conferência ministrada em Fortaleza, nos dias 2 e 3 abril (2011), pelo Pe. Rufus Pereira,sacerdote exorcista da diocese do Bombaim, na Índia.
Em um dos casos, gritos romperam no ginásio coberto. De imediato auxiliares do sacerdote transportaram a mulher nos braços para um local isolado e discreto. Seu semblante mudou por completo. Dentes cerrados, pernas enrijecidas e uma força descomunal para um corpo franzino dava trabalho aos três homens que a seguravam enquanto uma senhora rezava para acalmá-la, até que ela fosse encaminhada ao sacerdote.
Horas mais tarde, R.N,42, dona de casa e residente em Viçosa do Ceará conta aliviada que não lembrava do que acontecia durante as “manifestações”, apenas identificava quando estavam se aproximando. “Eu sentia uma angústia muito grande quando se começava a rezar, um medo e de repente não lembrava mais de nada.Já participei muito da macumba, recebia os caboclos e acredito que isso tenha colaborado para as entradas dos ‘capetas’”, relata. Nem o padre, nem a dona de casa e menos ainda os assistentes contam como se deu o exorcismo, mas Nilza está confiante. “Eu agora estou bem e não vou mais dar brecha ao mal”, completa.
Pe. Rufus é exorcista autorizado pelo Vaticano há trinta anos e foi um dos fundadores da Associação internacional de exorcistas em 1992, com sede em Roma, na Itália. A associação assemelha-se à apresentada no “Longa” na qual o jovem sacerdote aprende a dar os primeiros passos como exorcista.
“O mal pode se instalar em qualquer pessoa ou setor da sociedade”, explica. “Na política tivemos, no passado, os casos de (Adolf) Hitler e (Josef) Stalin. Eram pessoas normais, mas foram feridas em sua infância. Se eu estivesse lá teria rezado pela cura interior deles e não teria acontecido a guerra”. O exemplo do padre revela a ousadia que deseja aos demais sacerdotes e pessoas religiosas, de não se omitirem diante dos ataques do mal, em qualquer esfera da sociedade.
Já Pe. Lauro não pode proferir a rubrica oficial de exorcismo da igreja, mas afirma que os efeitos da oração de libertação são correspondentes. “É um tipo de exorcismo informal, diríamos”, justifica. Em obediência ao arcebispo e seus direcionamentos o sacerdote reúne-se anualmente e partilha sobre as atividades daquele período. “É um ofício que está os dispor do bispo ao qual nos submetemos em obediência”, explica.
"algumas pessoas chegam até nós por indicação de psiquiatras". “algumas pessoas chegam até nós por indicação de psiquiatras”.
Nem todo caso é de possessão. Para ajudar no discernimento dos casos, Pe. Lauro fez um curso de capacitação de atenção psicossocial. “É interessante observar que algumas pessoas chegam até nós por indicação de psiquiatras. Por não terem uma resposta científica, os profissionais encaminham o paciente aos cuidados de algum sacerdote”, destaca.
Pe. Rufus, por sua vez, também é prudente e só atende os casos mediante um histórico escrito do paciente. Através da Associação Internacional de Exorcistas ministra cursos para psiquiatras, psicólogos e demais profissionais interessados no assunto.
Também ocorre o contrário, o “de pessoas que vêem o demônio em tudo”. Uma regra primária de discernimento é observar se a pessoa que recebe oração manifesta reações de violência e desconforto às preces e objetos sacros como crucifixo, água e sal bento. “Esse tipo de transe acende um sinal de alerta, pois, não é um transe induzido e pode indicar a presença do mal naquele indivíduo”, salienta Lauro.
O Diácono de O Ritual observou que uma pessoa após o exorcismo precisa continuar uma vida de oração. “Esta é uma premissa fundamental”, destaca Pe. Lauro, pois, “a pessoa que passa pela libertação e dar brecha ao mal, este pode voltar setes vezes pior como diz o ensinamento bíblico”, alerta.
O sacerdote atende todas as quartas- feiras no Centro Pastoral da Capela Nossa Senhora Aparecida na Av. Leste-Oeste, sem número.