Em 2009, um artigo no Los Angeles Times referiu-se á Área 51 como "a instituição militar mais famosa do mundo e que oficialmente não existe". Desde a fundação das instalações nos anos 50 do século XX - num armazém de artilharia da Segunda Guerra Mundial a cerca de 130 quilómetros de las Vegas - a presença da Área 51 foi possivelmente o segredo mais mal guardado da história do secretismo. O local não consta dos mapas geológicos dos Estados Unidos da América, e as imagens da área foram apagadas das imagens de satélite governamentais mais recentes. A Força Aérea respondia às questões de civis sobre a Área 51 negando a existência de instalações com esse nome, apesar de, numa carta de 1998, os serviços terem admitido a existência de umas "instalações operacionais perto do Lago Groom Dry" que levava a cabo atividades confidenciais.
Não obstante, artigos de jornais, como o publicado no United Press em 1995 que dava conta da queda de um avião secreto na Área 51, há muito que davam conta da existência desta base secreta. E ao longo dos anos, alguns descuidos deixaram oficiais em posições bastante complicadas, tendo mesmo que anular confirmações da existência da Área 51. Um artigo da Space Review conta que em 1974, por exemplo, os astronautas que estavam na estação orbital, apontaram as suas câmaras de forma inocente para o estado do Nevada e captaram imagens da base (um memorando da CIA para o então diretor da agência, William Colby, descreve os esforços para encobrir o sucedido).
Os esforços para manter o secretismo da base tiveram um sucesso limitado. Um despacho da Agência Noticiosa Cox no ano de 1980, aparentemente baseado numa fuga de informação por parte de fontes da indústria aeroespacial, descrevia os testes de bombardeamentos de teste com B2 no local. Outras manobras foram registadas por observadores de aeronaves amadores que se concentram há vários anos no perímetro da Área 51, passando o céu a pente fino com binóculos e juntando várias peças que, gradualmente, se vão parecendo com um puzzle. Um artigo de 2005, publicado no Las Vegas Sun, traçou o perfil de Glenn Campbell, o líder de um grupo de observadores chamados Interceptors, que contavam com a presença de um construtor de modelos de aeronaves secretas à escala e um antigo engenheiro que se dedicava à investigação na área da gravidade (uma atividade que se atribuía há muito àquela zona).
Fotografias tiradas por um satélite russo e publicadas na Internet no ano de 2000 confirmaram o que observadores de aeronaves amadores, teorias da conspiração e perito em OVNIs há muito asseguravam - que o local era composto por um complexo de edifícios, um hangar gigante e uma pista onde eram realizados testes a protótipos de aeronaves da próxima geração. Essas fotografias podem ser vistas na Federação de Cientistas Americanos, algumas delas melhoradas em computador, bem como uma análise detalhada. A federação conseguiu mesmo acompanhar alguns melhoramentos feitos na Área 51, incluindo uma nova pista com 3,6 quilómetros de comprimento e mais de 40 metros de largura, aparentemente construída nos anos 90 do século XX para substituir a antiga.
Para além de testes a aeronaves experimentais dos Estados Unidos, a Força Aérea, aparentemente, também testava aviões inimigos capturados na Área 51. Um artigo da Associated Press de 1984, faz referência a um MiG-21 capturado da União Soviética que se tinha despenhado nos arredores nesse mesmo ano, tirando a vida ao general da Força Aérea que o pilotava.
Mas, independentemente daquilo que se passe dentro da Área 51, as verdadeiras atividades são com certeza muito pouco interessantes comparadas com os rumores que correm. Como um artigo do New York Times de 1996 dava conta, alguns especialistas em OVNIs sugeriam que o governo poderia estar a testar naves espaciais extraterrestres naquela zona restrita. Os rumores que corriam na Internet também asseguravam que os destroços da nave e os corpos de seres extraterrestres recolhidos na alegada queda de um OVNI em Roswell, Novo México, no ano de 1947 tinham sido levado para a Área 51 para análise. No final dos anos 80 do século XX, um homem que garantia ser um antigo funcionário da Área 51 veio a público dizer que o exército estava a desenvolver uma aeronave movida a antimatéria. O homem chegou mesmo a dar uma entrevista para um noticiário.
O estado do Nevada chegou mesmo a batizar a estrada número 375 como autoestrada extraterrestre, um chamariz para os turistas interessados neste tipo de fenómenos e que injetam muito dinheiro na economia local. A página "oficial" da Área 51, mantida pelo gabinete de turismo de Las Vegas, diz que há rumores que a Área 51 está a ser usada para a "criação de armas de energia exótica, experiências de controlo meteorológico e, ainda mais interessante, para o desenvolvimento de viagens no tempo e tecnologia de teletransporte".
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