Elfo é uma criatura mística da mitologia nórdica e céltica, que aparece com frequência na literatura medieval europeia.
Nesta mitologia os elfos chamam-se Alfs ou Alfr, também chamados de "elfos da luz" - Ljosalfr. São descritos como seres belos e luminosos, ou ainda seres semi-divos, mágicos, semelhantes à imagem literária das fadas ou das ninfas. De fato, a palavra "Sol" na língua nórdica era Alfrothul, ou seja: "o Raio Élfico"; dizia-se que por isso seus raios seriam fatais a elfos escuros e anões.
Se dizia na Alta Idade Média que eles eram responsáveis por adoecer as pessoas, uma dor repentina já se dizia que a culpa eram deles.
Eram divindades menores da natureza e da fertilidade. Os elfos são geralmente mostrados como jovens de grande beleza vivendo entre as florestas, sob a terra, em fontes e outros lugares naturais. Foram retratados como seres sensíveis, de longa vida ou imortalidade, com poderes mágicos e grande ligação com a natureza.
As mais antigas descrições de elfos vêem da mitologia nórdica. Eram chamados álfar, de singular álfr. Outros seres com nome etimologicamente relacionados a álfar sugerem que a crença em elfos não se restringe aos escandinavos, abrangendo todas as tribos germânicas. Essas criaturas aparecem em muitos lugares.
Shakespeare as imaginava como seres pequeninos, porém a mitologia original os descrevem como sábios, poucos centimetros menores do que a média humana (entre 1,70m a 1,73m contra 1,80m a 1,83m dos humanos), eram belos e supostamente imortais.
Os elfos na mitologia Escandinava
Na mitologia escandinava moderna, praticamente só existem elfas, que vivem em colinas e montes de pedras. As älvor (sing. älva) suecas são moças belíssimas que vivem na floresta com um elfo-rei. Têm vida longa e são de natureza jovial. São representadas como louras, vestidas de branco e, como a maioria das entidades no folclore escandinavo podem ser terríveis quando ofendidas. Nos contos, freqüentemente causam doenças. As mais comuns e menos perigosas são sarnas ou brotoejas chamadas älvablåst “golpe élfico”. Pode-se apaziguar as elfas com uma oferenda (de preferência, manteiga) posta em um “moinho élfico” – um costume talvez derivado do álfablót dos antigos nórdicos.As elfas podem ser vistas dançando nos prados, principalmente à noite ou em manhãs brumosas. Se um humano observar a dança das elfas por umas poucas horas, pode descobrir que se passaram muitos anos no mundo real. Elas deixam um círculo onde estiveram dançando, que é chamado älvdanser “danças élficas” ou älvringar “anéis élficos”, e acredita-se que urinar neles causa doenças venéreas. Pisá-los ou destruí-los também é perigoso. Geralmente, os anéis élficos são formados por pequenos cogumelos, ou são áreas circulares onde a grama foi achatada.
Os elfos na mitologia Alemã:
No épico medieval alemão Nibelungenlied “A Canção dos Nibelungos”, um anão chamado Alberich tem um papel importante. Alberich significa literalmente “rei-elfo”, o que contribui para a confusão de anões com elfos já observada nos Edda. Através do francês Alberon, o mesmo nome originou o inglês Oberon – rei dos elfos e das fadas (fairies) em Sonho de uma Noite de Verão de Shakespeare.
No folclore alemão posterior à cristianização, os elfos passaram a ser descritos como entidades travessas que causam doenças ao gado e a pessoas e trazem maus sonhos. A palavra alemã para “pesadelo”, Albtraum, significa “sonho élfico”. A forma arcaica Albdruck significa “peso (ou pressão) do elfo”; acreditava-se que os pesadelos eram o resultado de um elfo sentando-se sobre o tórax do sonhador. Esse aspecto da crença alemã nos elfos corresponde em boa parte à crença escandinava nos mara e às lendas cristãs sobre íncubos e súcubos.
Os elfos na mitologia Inglesa:
A palavra elf do inglês moderno vem do inglês antigo ælf (pl. ælfe, com variantes como ylfe e ælfen). Originalmente, referia-se aos elfos da mitologia nórdica, mas também as ninfas dos mitos gregos e romanos foram traduzidas pelos monges anglo-saxões como ælf e suas variantes.
Elf-shot (ou elf-bolt ou elf-arrow, “flecha élfica”) é uma palavra encontrada na Escócia e Norte da Inglaterra desde o século XVI, inicialmente com o sentido de “dor aguda causada por elfos”, mas que depois passou a denotar pontas de flecha de pedra lascada, do neolítico, que no século XVII eram atribuídas pelos escoceses aos elfos e usadas em rituais de cura. Supostamente eram também usadas por bruxas (e, talvez, elfos) para causar mal a pessoas e gado. Tufos de cabelo embaraçado eram chamados elf-lock “madeixa élfica” e supostamente causados por travessuras dos elfos. Paralisias repentinas eram às vezes atribuídas a golpes élficos.
Já nos contos populares do início da Idade Moderna, os elfos são descritos como entidades pequenas, esquivas e travessas, que aborrecem os humanos ou interferem em seus assuntos. Às vezes, são consideradas invisíveis. Nessa tradição, os elfos se tornaram sinônimos das “fadas” originadas da antiga mitologia céltica, como os Ellyll (plural Ellyllon) galeses.
Os elfos na mitologia Tolkieniana:
Agora é que as coisas ficam interessantes. Elfos era um termo genérico usado por Tolkien, o nome original desta raça era quendi, que significa “oradores” pois eles foram as primeiras criaturas do mundo com o dom da fala. Mas o nome pelo qual foram conhecidos para sempre foi Eldar, que significa “povo das estrelas” pois haviam nascido quando não existia ainda o sol e apenas as estrelas iluminavam o mundo. Tolkien não foi um irresponsável quando criou o povo élfico. Existe uma metafísica profunda de causa e efeito em suas caracteristicas. Não foi o caso de simplesmente dizer “elfos são imortais” e acabou a discussão, mas sim de esclarecer o “porque” de serem imortais e como isso afeta seu comportamento. Os elfos de Tolkien eram fisicamente iguais aos homens. Não eram baixinhos nem gigantes, e embora tivessem uma altura média de dois metros, isso não era nenhum absurdo. A diferença física mais marcante em relação aos homens era sua perfeição, pois não tinham defeitos físicos, nenhum! Eram todos belos como modelos de capa de revista, sem exceções.
Mas isso todo mundo sabe só de ler os livros, então vamos partir para uma bateria de “perguntas mais freqüentes” sobre os elfos, ou pelo menos das perguntas que eu mais respondo:
Os elfos são imortais e nunca morrem?
São imortais, e também não são. Os elfos nunca ficam doentes. Podem passar mais tempo sem comida ou bebida e se curam de ferimentos da noite para o dia. Se forem dormir com um braço quebrado e cheios de machucados, acordam no outro dia novos em folha. Mas eles podem morrer sim, seus corpos podem ser destruídos, e quando um elfo morre seu espírito vai para uma espécie de limbo chamado “Mansões de Mandos” onde espera que possa ser reencarnado em um novo corpo igual ao anterior. No Senhor dos Anéis aparecem elfos extremamente velhos. Elrond por exemplo, tem mais de 6 mil anos; Galadriel é ainda mais velha, com mais de 20 mil anos. Então na prática não é possível para um elfo morrer, já que seu espírito continua no mundo e seus corpos são refeitos. Mas aí entra a grande sacada de Tolkien, ele escreveu que “os elfos serão imortais enquanto o mundo durar”. Isso significa que quando o mundo acabar, ou quando literalmente a Terra for destruída, os elfos irão morrer junto com ela. Em nenhum lugar Tolkien nos dá uma data para esse cataclismo acontecer, mas existe uma lenda élfica que descreve o fim do mundo chamada A Segunda Profecia de Mandos que vale a pena ser lida.
Os elfos não precisam dormir?
Pois é verdade, elfos não precisam dormir. Ao invés de dormir os elfos entram numa espécie de transe ou auto-hipnose, não existe um termo certo para definir essa condição. Eles podem caminhar nesse estado, falar, e nem precisam estar de olhos fechados. Além disso, o tempo que um homem dorme (digamos umas 8 horas) é muito maior que o tempo usado por um elfo para descansar, que dificilmente dura mais de umas poucas horas. Elfos se recuperam de um dia inteiro viajando correndo como loucos e acordam prontos para outra.
Os elfos podiam enxergar o quanto longe?
A visão dos elfos era uma coisa inacreditável, nem com um telescópio os homens podiam competir com os olhos de um elfo. Um livro interessantíssimo, que recomendo, é The Science of Middle-earth de Henry Gee (Cold Spring Press, 2004). No capítulo “The Eyes of Legolas Greenleaf”, por exemplo, o autor deduz que a acuidade visual de Legolas (que consegue distinguir os 105 rohirrim, a cor dos seus cabelos e as pontas de suas lanças a cinco léguas de distância) é de cerca de 8 segundos de arco. Como o limite da acuidade humana é cerca de 12 minutos de arco, os elfos enxergam 90 vezes melhor que os humanos.
Elfos crescem devagar?
Essa também é verdade, crianças élficas crescem mais devagar que as crianças dos homens, porém com mais rapidez em mente. Eles aprendiam a falar antes de completarem um ano de idade; e ao mesmo tempo aprendiam a andar. Ao final do terceiro ano, as crianças mortais começavam a superar os elfos rapidamente em estatura máxima, enquanto os elfos cresciam lentamente na primeira parte da infância. Os filhos dos homens podiam alcançar sua altura máxima enquanto os elfos da mesma idade ainda eram fisicamente como mortais de não mais que sete anos de idade. Os elfos não atingiam sua altura máxima antes de, no mínimo, cinqüenta anos, e algumas centenas de anos passavam antes que se tornassem adultos.
Se você perguntar a um islandês se os elfos existem, ele provavelmente lhe dirá que é bem possível. Muitas pesquisas ao longo dos anos têm demonstrado que a maioria dos islandeses acreditam em elfos. No ano passado, um juiz suspendeu a construção de uma estrada na Islândia, pois poderia perturbar os elfos que vivem na área.
Em 2004, os fósseis de pequenos seres humanoides foram encontrados na remota Ilha de Flores, na Indonésia. O ser, chamado Homo floresiensis, mais conhecido como o “hobbit”, tinha cerca de três metros de altura. A revista Nature explicou que os ossos de vários indivíduos foram descobertos, mostrando que era uma sociedade de pessoas deste tamanho, e não uma anomalia.
Então, seriam os elfos altos, ágeis e fortes, como o Legolas de “O Senhor dos Anéis”, ou mais como ajudantes do Papai Noel que se parecem com crianças pequenas? Aqui estão alguns contos sobre encontros com elfos.
Lendas de “pessoas pequenas”, múmia encontrada
Os nativos americanos Cherokee falavam de Yunwi-Tsunsdi, que significa literalmente “pessoas pequenas”. Os Yunwi-Tsunsdi eram descritos como gentis e prestativos, e quase alcançavam a altura do joelho de um homem. Os nativos do Havaí falavam do Menehune, uma raça abundante de pequenas pessoas que construíram cidades, pescavam e eram agricultores. Os indígenas Shoshone de Wyoming também falavam de pessoas pequenas, Nin’am-bea, a quem eles temiam ofender. Nin’am-bea eram conhecidos por atirar nas pessoas com flechas se fossem ofendidos.
Em 1932, uma múmia foi encontrada nas montanhas de Pedro, perto de onde os Shoshone viviam. Ela foi examinada pelo departamento de antropologia da Universidade de Harvard no Museu Americano de História Natural. Ela foi originalmente identificada como pertencente a um homem de 65 anos de idade, embora ela medisse apenas 30 cm de altura.
A múmia foi perdida depois que um de seus proprietários morreu. O dr. George Gill da Universidade de Kansas examinou fotografias de raios-X décadas mais tarde, ele disse que a múmia era provavelmente uma criança com um defeito de nascença que fez com que tivesse um crânio do tamanho de um adulto, mas deixou espaço para outras explicações.
Outras pessoas na região das montanhas de Pedro vêm contando histórias sobre encontros de múmias minúsculas semelhantes, conforme documentado em livros de folclore local.
Cemitério de pessoas pequenas em Ohio
O American Journal of Science publicou um relato em 1837 de uma estranha descoberta em Coshocton, Ohio: “A partir de alguns restos de madeira ainda aparente na terra ao redor dos ossos, os corpos parecem todos terem sido depositados em caixões. O que é ainda mais curioso, é que os corpos enterrados aqui não tinham geralmente mais do que de 91 a 1,37 cm de comprimento. Eles são muito numerosos, e devem ter sido inquilinos de uma cidade considerável ou poderiam ter sido não tão numerosos. Um grande número de sepulturas foram abertas, acredita-se que são todos da raça pigmeu. Cemitérios semelhantes foram encontrados no Tennessee, e perto de St. Louis, no Missouri.”
Operação falha inexplicavelmente
Em 1996, uma tentativa de destruir uma colina em Kopavogur, Islândia, falhou inexplicavelmente. Acreditava-se que a colina, que era para ser liberada para a construção de um cemitério, era ocupada por elfos. Durante a operação, duas escavadeiras inexplicavelmente não funcionaram. Câmeras de televisão apresentaram problemas, incapazes de focarem-se na colina.
Profissionais que se comunicavam com elfos foram chamados e, aparentemente, foram capazes de chegar a um acordo com os elfos. Os elfos decidiram deixar o local, segundo os comunicadores, e as máquinas começaram a funcionar novamente. O evento foi noticiado pelo New York Times.
Hildur Hakonardottir disse ao New York Times em 2005: “Minha filha uma vez me perguntou ‘como você sabe que elfos existem?’. Eu disse a ela que você apenas sabe. É apenas um sentimento”.
Outra islandesa, Vigdís Kristín Steinthórsdóttir, expressa uma ideia similar em 2011. Acredita-se que uma operação de mineração perto de sua casa foi sabotada por elfos.
“Eu tinha ido na montanha antes com outras pessoas que sentiram que seres naturais não estavam contentes com os distúrbios no chão e não tinham sido convidados se retirar. Sentimos que eles estavam tristes com isso. Eles queriam que pedíssemos desculpas a eles”, disse ela ao IcelandReview.
Stephen Wagner tem investigado assuntos paranormais por 30 anos e já escreveu livros sobre o assunto, incluindo “Tocado por um milagre: histórias reais de pessoas comuns e experiências extraordinárias” Em um artigo na About.com, ele conta a história de vários encontros com elfos, inclusive o de Paul na África do Sul.
Em 1986, Paul estava caminhando perto da Reserva Natural de Pântanos com um grupo de amigos. Por volta das 18 h, se depararam com um espaço aberto de formação rochosa. Paul disse a Wagner: “Nós olhamos ao redor e testemunhamos as pessoas pequenas sentadas nas formações rochosas iluminadas e outros que estavam interagindo uns com os outros.”
A experiência durou cerca de 10 segundos, e ele estima que havia de 20 a 30 dessas pessoas pequenas. Assustados, Paul e seus amigos correram de volta para o carro. Mais tarde, eles voltaram para o mesmo local e encontraram as luzes e formações rochosas, mas as pessoas pequenas tinham desaparecido.
Um pequenino cintilante atrás de uma árvore
Wagner conta outra história, esta de Greenburg, Penn. Em 2003, uma mulher cujo nome é K.T. estava andando na floresta ao anoitecer. A área em torno dela apareceu extraordinariamente “cintilante”, como ela descreveu.
Quando ela fez uma curva, ela ficou cara-a-cara com um pequeno elfo. Ele estava espiando-a atrás de uma árvore. K.T. descreveu: “Era quase um elfo estereotipado: comprido, orelhas pontudas, nariz com forma engraçada, os dedos longos e boné pontudo. Ele estava usando roupas vermelhas e chapéu, e sua pele parecia ter um tom de lavanda muito leve”.
Quando ela exclamou de surpresa, ele recuou e desapareceu.
Um vizinho elfo emprestou uma tesoura
Vamos voltar para a Islândia para nossa conclusão final. Islândia é o lar da única escola de elfos. Localizada na capital da Islândia, Reykjavik, a Escola Élfica é um bom lugar para aprender todas as histórias relacionadas aos elfos. O diretor, Magnus Skarphedinsson, passou 30 anos falando com milhares de pessoas que afirmam terem encontrado as pessoas escondidas.
Uma das histórias que ele conta é de Elly Erlingsdottir, chefe do comitê de planejamento da prefeitura Hafnarfjordur. Ela disse que alguns elfos tinham simplesmente emprestado sua tesoura de cozinha e devolveram-na uma semana depois. Ela estava completamente confiante de que isso realmente aconteceu, e um místico local era frequentemente convidado para se comunicar com elfos para obter as suas opiniões perante a comissão na tomada de decisões.
Andri Snær Magnason, um ambientalista conhecido, falou ao Huffington Post sobre a crença islandesa em elfos em relação às decisões de desenvolvimento.
Quando os defensores dos elfos estavam falando que a construção de uma estrada de Reykjavik para a península Alftanes iria perturbar as pessoas pequenas, a grande preocupação de Magnason era que a estrada iria destruir locais de nidificação de aves e ter outros impactos ambientais.
Ele é um pouco cético sobre elfos, mas disse: “Me casei em uma igreja com um Deus tão invisível quanto os elfos”.
Várias histórias, além daqueles contadas aqui, foram registradas sobre encontros com pessoas pequenas, seja com os elfos da Irlanda ou com aqueles chamados por outros nomes e de formas ligeiramente diferentes.
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