Bem Vindos ao oequilibriosobrenatural.blogspot.com.br

Demonologia é o estudo sistemático dos demônios. Quando envolve os estudo de textos bíblicos, é considerada um ramo da Teologia. Por geralmente se referir aos demônios descritos no Cristianismo, pode ser considerada um estudo de parte da hierarquia bíblica. Também não está diretamente relacionada ao culto aos demônios.


segunda-feira, 2 de março de 2015

VAMPIRO A Máscara

Eles povoam a nossa imaginação. Ocultamse
sob nossas camas. Rastejam nos obscuros
recessos de nosso inconsciente primitivo.
Não há fuga, não há refúgio a — coisa vai
pegar você. A Besta, o aniquilador, o Lusus Natura. O
que é? Por que o tememos?
Qual é o seu nome?
Sempre tivemos nossos demônios. Há muito inflamam
a imaginação romântica de sacerdotes e poetas.
Houve um tempo em que os denominamos Trolls;
depois foram chamados de Diabos, e então vieram as
Bruxas misturando poções maléficas em seus caldeir
ões. Ainda mais tarde, dizia-se que o Monstro era o
Lobo Mau, o Bicho Papão, o Godzilla do terror da
Guerra Fria. Por fim, alguns chamaram-no de intoler
ância e boçalidade. Durante algum tempo tentaram
convencer-nos de que monstros não existem, que tudo
no universo tinha, ou logo viria a ter, uma explicação
racional.
Mas agora sabemos a verdade. Reatamos nossas rela
ções com a Besta. Aprendemos o seu verdadeiro
nome.
Agora compreendemos a dimensão da eternidade,
sua infinitude inimaginável, sua estrutura caótica e a
insignificância de nossa própria existência. Agora admitimos
a magnitude dos problemas que enfrentamos
e a nossa aparente incapacidade de gerar mudanças
na escala necessária para salvar-nos
Tivemos um lampejo da realidade e enxergamos a
verdade por trás do véu. Fechamos o círculo e
redescobrimos o Demônio. Recuperamos nossa heran-
ça ancestral. Achamos aquilo a que concedemos tantos
nomes — a fonte de nosso terror mortal.
Descobrimos o inimigo... e somos nós.

Somos caçadores, perseguindo eternamente a verdade
inquietante de nossa condição humana, buscando
em nosso íntimo por aquilo que é sujo, incerto,
impuro — pelo que não tem nome. Ao olharmos os
monstros que criamos, adquirimos um discernimento
um pouco mais amplo de nossa “metade negra”. Esses
demônios expressam o que somos nos níveis mais profundos
e inacessíveis do inconsciente. Desde tempos
remotos, eles nos têm proporcionado uma conexão
com nosso eu animal, a satisfação de uma necessidade
emocional primitiva, e a promessa de uma justiça implac
ável.
O vampiro é o demônio quintessencial, nada mais
sendo que um reflexo de nós mesmos. Os vampiros
alimentam-se como nos alimentamos, matando, e causando
morte podem sentir o mesmo terror, a mesma
culpa, o mesmo anseio por fuga. Estão aprisionados
no mesmo ciclo de necessidade, fartura e alívio. Como
nós, buscam redenção, pureza e paz. O vampiro é a
expressão poética de nossos temores mais recônditos,
sombra de nossas necessidades primordiais.
Tal o herói da lenda, que desce ao poço do Purgat
ório para enfrentar o algoz, derrotar as fraquezas pessoais
e finalmente ser purificado, retornando para casa
com a dádiva do fogo, também nós precisamos descer
às profundezas de nossas almas e renascer com os segredos
conquistados. Essa é a verdadeira jornada de
Prometeu, o significado do mito. Apenas embarcando
nessa jornada podemos descobrir nossos eus verdadeiros
e ver nossos reflexos no espelho.
O fascínio desta promessa de conexão espiritual é
praticamente irresistível. Mas trata-se de uma aventura
por demais perturbadora. É preciso manter-se vigilante
e caminhar com cautela — toda jornada reserva
seus perigos. Não olhe a própria alma, a menos que
esteja preparado para enfrentar o que descobrir.
E, neste momento, lembre-se:
Monstros não existem...

De teu servo mais devotado:
Ja se vao muitos anos. Na esperanca de haver o tempo entorpecido
t uas memorias mais dolorosas, ouso enviar-te esta numa
intencao de suplica, embora reconheca que implorar-te perdao e
pedir muito. Ao menos rogo tua compreensao. Devo-te algum
ti po de explicacao para os eventos que despedacaram t ua vida
inocente.
Embora tenha eu exibido algumas caracteristicas surpreendentes
diante de ti e de teus pares, a chama de Humanitas, ainda que
erratica, continua a arder em meu peito. O tempo e a natureza
lutam para extingui-la, concluindo dessa forma minha descida
ao Inferno da loucura e da bestialidade. Preciso, como qualquer
sacerdote, guardar bem minh’alma, posto que o mais sutil lapso
na vigilancia deixa escapar a Besta, cujos atos viste com teus
proprios olhos.
Admito ser impraticavel qualquer tentativa de reconciliacao: toda
uma eternidade a demandar perdao seria muito pouco tempo. Cont
udo, em sinal de penitencia, ofereco-te o documento anexo, ato
que faz de mim um traidor de minha especie. Rezo para que
encontres nessas paginas alguma coisa que te ajude a compreender
o tormento que te foi infligido, e com isso, talvez dispersar um
pouco da tua dor. O tom, receio, e um tanto seco; pouca
necessidade nutre um soldado pelos agradaveis floreios de poesia
que seduzem um leitor. Pus-me meramente a redigir, da melhor
forma que pude, tanto quanto sei.
Tenho para contigo um debito que jamais podera ser pago. Se
em algum momento puder servir-te ou a tua familia, estarei as
ordens.
Semper Servus

Nossa Verdadeira Natureza
á aproximadamente dois séculos e meio, um
padre francês de nome Calmet procurou coletar
toda a informação existente sobre a
natureza dos vampiros. Não é de admirar que
seu tratado contenha muitas contradições e
áreas de incerteza. Citando os relatórios das
Comissões Papais enviadas para lidar com “pragas” de vampiros
na Áustria, Hungria, Morávia e Silésia, Calmet relata que
um vampiro pode ser destruído se trespassado por uma estaca
de madeira, sendo que a esse ato deve seguir-se a decapitação
e a incineração dos restos. Isto realmente irá destruir um vampiro,
da mesma forma como decerto destruiria um mortal.
Homem brilhante, esse Calmet.
Os filmes abreviaram um pouco esse tratamento, criando
a falácia de que a estaca é suficiente. Não creias nessas fábulas.
Transfixar seu coração com uma estaca imobilizará o vampiro,
mas ainda existem outros procedimentos que são terminus
sit indispensáveis. Sejam eles incineração ou luz solar, ist egal;
jamais confies apenas na estaca. Nem ponhas tua fé unicamente
em armas de metal, como fez teu amigo americano.
Essas coisas machucam, mas os ferimentos saram depressa —
do contrário não estaria a escrever-te agora.
A luz do sol, conforme é dito, representa a agonia final
para os de minha espécie. Nos filmes, vemos vampiros
caricatos, com seus mantos e maquilagem pesada, sendo reduzidos
a poeira pelo afago do sol, ou explodindo em chamas,
como os desafortunados que foram tragados pelo Fogo Grego.
Infelizmente isso é verdade, ainda que tratada com certo
exagero. A luz do sol, assim como a chama, queima-nos a
pele, e apenas os mais velhos e fortes entre nós conseguem
suportá-la por longos períodos.
Portanto precisamos dormir de dia e agir apenas à noite.
Durante o dia somos letárgicos, sendo-nos difícil fazer qualquer
coisa além de dormir. Apenas aqueles entre nós que
ainda não deixaram a natureza humana muito para trás são
capazes de agir enquanto o sol está alto no céu. Eu mesmo
não vejo a luz do dia há muitos séculos, tendo praticamente
esquecido o brilho de seus raios dourados. Mas não sinto a
menor falta.
Crucifixos, água benta e outros símbolos religiosos devem
ser ignorados — a Igreja sempre foi o primeiro refúgio dos
mortais confrontados com coisas que lhes ultrapassam a compreens
ão — especialmente no passado. Contudo, cheguei a
presenciar algumas raras ocasiões nas quais tais objetos foram
capazes de causar um desconforto considerável. Nesses casos,
seus portadores quase refulgiam de fé na Divindade, o que me
leva a concluir que os objetos religiosos serviram de algum
modo para canalizar o poder dessa fé. Ignores, todavia, os
ardis do cinema, com seus candelabros cruzados e sombras de
pás de moinhos.
As pretensas propriedades do alho, assim como do acônito
e de outras ervas são, da mesma forma, mera superstição.
Esses vegetais repelem os vampiros tanto quanto o fazem com
a maioria dos mortais, a despeito da cantilena das mulheres
que os vendiam. Como a Igreja, as curandeiras de aldeia eram
muito requisitadas para usar sua “magia” contra vampiros,
obtendo os mesmos resultados pífios.
Os cineastas familiarizaram o grande público com outras
fraudes. Por exemplo, podemos ver nossos próprios reflexos
no espelho, embora alguns de nós finjam o contrário em honra
a essa grande tradição cinematográfica. Da mesma forma,
podemos aparecer em película. Na verdade, alguns da minha
espécie já protagonizaram filmes, e um deles foi até mesmo
um diretor bastante conhecido.
É igualmente absurdo presumir que um vampiro não possa
transitar da maneira que desejar. Nós Cainitas (um dos
termos de nossa raça para designar a nós mesmos, cuja origem
discutirei mais adiante) podemos entrar em qualquer casa
e lar que quisermos a qualquer momento. Da mesma forma, é
despropositado acreditar que um vampiro não seja capaz de
cruzar água corrente. A água não exerce qualquer efeito sobre
nós. Como não mais respiramos, não podemos ser afogados.
Embora a submersão possa vir a ser uma experiência desagrad
ável e resultar em algum grau de deterioração física
caso seja prolongada, nenhum vampiro morreu unicamente
devido a isso; entretanto, há rumores de que algumas linhagens
são sensíveis a um contato vis-a-vis com a água. Aliás, foi
provavelmente assim que muitas das crenças sobre nós se originaram,
uma vez que várias linhagens sofrem de fraquezas
que foram passadas sucessivamente pelo senhor à sua Prole.
Caso a forma humana não seja apropriada aos seus desígnios,
o vampiro cinematográfico é capaz de assumir diversas
formas: lobo, morcego, névoa — e, em algumas histórias, tamb
ém o gato e alguns pássaros noturnos, como o mocho. Os
Anciões desfrutam de poderes extraordinários, como testemunhei
durante meu breve e indesejado envolvimento com 

seu jogo de Jyhad, e não mais desdenho das histórias de mudan
ça de forma. Porém, os indivíduos das gerações mais novas
raramente os possuem. Assim, asseguro-te: um vampiro
que possua forma plural pertencerá a uma raça rara, o clã
Gangrel, ou será muito velho, sábio e poderoso. Rogo para
que teu caminho jamais cruze com o de um deles.
Contudo, muitos de nós possuem habilidades que um mortal
consideraria sobrenaturais. Como predadores, nossos sentidos
são aguçados, e alguns desenvolveram outros talentos
para ajudar na caçada. Um exemplo: a habilidade de inspirar
medo, paralisia, obediência e outras reações emocionais é
bastante útil, embora os escritores populares as tenham enfeitado
em benefício de suas histórias. corre-me que parte da confusão quanto aos
poderes sobrenaturais e as fraquezas do vampiro
deva-se a um caso de confusão de identidades.
Existe uma classe de criatura entre
o mortal e o vampiro, que a Família (outra
de nossas alcunhas auto-referentes, e a mais
popular) denominou carniçal. Não se trata do lendário carniçal
indiano comedor de cadáveres, o ghûl, embora alguns indiví-
duos possam demonstrar comportamento semelhante.
Os mortais que bebem o sangue da Família sem que antes
tenham sido sugados tornam-se carniçais. Essas criaturas podem
andar à luz do dia, como os outros mortais, mas não
sofrem a Fome, nem envelhecem enquanto beberem regularmente
de sangue vampírico. Podem até mesmo possuir força
e reflexos sobre-humanos. Às vezes é vantajoso criar esses
servos e comandar a sua lealdade através da promessa de vida
eterna. Eles não precisam ser humanos — um cão que tenha
bebido do sangue de um vampiro torna-se o guardião mais
perfeito e fiel que se pode desejar. E assim surgem as lendas
de cães infernais.
Embora os Carniçais demonstrem alguns dos poderes dos
vampiros, retêm a maior parte das fraquezas dos mortais. Uma
empalação matará um carniçal com a mesma eficiência com
que mataria um mortal, e uma bala de chumbo será tão mort
ífera quanto uma de prata. Eles até mesmo desenvolvem um
temor por símbolos religiosos, ou alho, entre outras bobagens.
Trata-se, obviamente, de um fenômeno puramente neurótico,
devido a acreditarem que essas coisas possam feri-los. A
existência de carniçais em forma animal explica parcialmente
a crença generalizada em vampiros metamorfos.
Alguns carniçais podem crer que sejam vampiros de verdade,
tendo sido enganados a esse respeito por seus criadores.
Podem até mesmo agir de acordo com essa idéia equivocada
— ao ponto de beberem sangue — afinal, raramente compreendem
a natureza dos vampiros mais que os mortais. Em sua
maioria eles são traumatizados por experiências que sofreram
— veja, por exemplo, o ex-patrão de teu marido — e muitos
foram deliberadamente instruídos de forma errada por seus
mestres, para melhor servi-los.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Postagens populares

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...