SUMÁRIO: 1. Introdução. 2. Conceito. 3. Considerações Iniciais. 4. Moisés e os Dez Mandamentos: 4.1. Contexto Histórico; 4.2. A Descrição dos Dez Mandamentos; 4.3. A Lei de Deus está Formulada nos Dez Mandamentos. 5. Reflexão sobre os Dez Mandamentos: 5.1. Comentando, Um a Um, os Dez Mandamentos; 5.2. O Ensinamento de Allan Kardec; 5.3. A Interpretação do Espírito André Luiz. 6. Conclusão. 7. Bibliografia consultada.
1. INTRODUÇÃO
O que são os Dez Mandamentos? Por quê dez? É correto usar o termo mandamento? Moisés recebeu-os diretamente de Deus? Qual a visão espírita desse código de conduta? Esses mandamentos ainda são válidos nos dias que correm? Veremos a posição de Moisés, o comentário expresso em O Evangelho Segundo o Espiritismo e a interpretação dada pelo Espírito André Luiz.
2. CONCEITO
Decálogo. Assim são chamadas as "dez palavras" que Moisés por ordem Javé, ou que o próprio Javé escreveu nas duas tábuas de pedra, e que continham as obrigações fundamentais da Aliança.
Mandamentos são os princípios éticos transmitidos por Deus aos homens de todos os tempos, através de emissários chamados profetas. Foram sintetizados no Decálogo, o qual Jesus não veio derrogar, mas sim aperfeiçoar. (Equipe da FEB, 1995)
3. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
A Bíblia é dividida em Velho e Novo Testamento. A palavra Testamento significa Aliança. Há, assim, uma aliança (velha) de Deus feita com os profetas, notadamente Moisés, e outra (nova) com Jesus.
Moisés recebe de Deus os Dez Mandamentos, descrito em Êxodo, 20, 2 a 17. É repetido novamente em Deuteronômio, 5, 6 a 21, usando palavras similares. Decálogo significa dez palavras. Estas palavras resumem a Lei, dada por Deus ao povo de Israel, no contexto da Aliança, por meio de Moisés. Este, ao apresentar os mandamentos do amor a Deus (os quatros primeiros) e ao próximo (os outros seis), traça, para o povo eleito e para cada um em particular, o caminho duma vida liberta da escravidão do pecado. De acordo com o livro bíblico de Êxodo, Moisés conduziu os israelitas que haviam sido escravizados no Egito, atravessando o Mar Vermelho dirigindo-se ao Monte Horebe, na Península do Sinai. No sopé do Monte Horebe, Moisés ao receber as duas "Tábuas da Lei" contendo os Dez Mandamentos de Deus, estabeleceu solenemente um Pacto (ou Aliança) entre YHVH e o povo de Israel. (Wikipédia)
Os Dez Mandamentos, proveniente de Assêret Hadibrot, dá-nos a falsa impressão de que existem Dez Mandamentos, que foram separados como sendo os mais importantes da Torá. A tradução correta de Assêret Hadibrot é "Dez Falas" ou "Dez Ditos", sendo que estes são dez princípios que incluem toda a Torá e seus 613 preceitos, inclusive estes dez. (http://www.chabad.org.br/tora/10mandamentos.htm)
4. MOISÉS E OS DEZ MANDAMENTOS
4.1. CONTEXTO HISTÓRICO
Na antiguidade, falava-se muito da Lei. A Lei no Antigo Testamento recebe diversas denominações: ensinamento, testemunho, preceito mandamento, decisão (ou juízo, julgamento), palavra, vontade, caminho de Deus. O termo hebraico Torah (Lei), por exemplo, tem um sentido amplo e significa "ensinamento" dado por Deus aos homens para regular sua conduta. A Lei está em íntima relação com a Aliança. Na Aliança Deus faz promessas, mas estabelece condições: Israel deverá obedecer à sua voz e observar as suas prescrições, caso contrário cairão sobre Israel as maldições divinas. Essa ligação entre a Lei e a Aliança explica que em Israel não haja outra lei que a de Moisés, pois Moisés é o mediador da Aliança.
4.2. A DESCRIÇÃO DOS DEZ MANDAMENTOS
Moisés recebeu as duas tábuas dos Dez Mandamentos no monte Sinai. Os dez mandamentos representam a primeira revelação divina aos homens. Ela foi local e pessoal e deu-se em Israel. Moisés foi o revelador. Dizem que recebeu diretamente de Deus. Em realidade, Moisés foi um grande enviado, um grande emissário, mais especificamente um grande médium.
4.3. A LEI DE DEUS ESTÁ FORMULADA NOS DEZ MANDAMENTOS:
I. Eu sou o Senhor, vosso Deus, que vos tirei do Egito, da casa da servidão. Não tereis, diante de mim, outros deuses estrangeiros. Não fareis imagem esculpida, nem figura alguma do que está em cima do céu, nem embaixo na Terra, nem do que quer que esteja nas águas sob a terra. Não os adorareis e não lhes prestareis culto soberano.
II. Não tomeis em vão o nome do Senhor vosso Deus.
III. Lembrai-vos de santificar o dia do sábado.
IV. Honrai a vosso pai e a vossa mãe, a fim de viverdes longo tempo na terra que o Senhor vosso Deus vos dará.
V. Não mateis.
VI. Não cometais adultério.
VII. Não roubeis.
VIII. Não presteis testemunho falso contra o vosso próximo.
IX. Não desejeis a mulher do vosso próximo.
X. Não cobiceis a casa do vosso próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu asno, nem qualquer das coisas que lhe pertençam.
5. REFLEXÃO SOBRE OS DEZ MANDAMENTOS
5.1. COMENTANDO, UM A UM, OS DEZ MANDAMENTOS
I. Eu sou o Senhor, vosso Deus, que vos tirei do Egito, da casa da servidão. Não tereis, diante de mim, outros deuses estrangeiros. Não fareis imagem esculpida, nem figura alguma do que está em cima do céu, nem embaixo na Terra, nem do que quer que esteja nas águas sob a terra. Não os adorareis e não lhes prestareis culto soberano.
Este primeiro mandamento estabelece que devemos amar um único Deus, que, segundo o Espiritismo, é a inteligência suprema causa primária de todas as coisas. Prega-se que não devemos adorar imagens ou coisas semelhantes. Por isso o Espiritismo não tem imagens, nem paramentos e nem qualquer tipo de ritualismo.
II. Não tomeis em vão o nome do Senhor vosso Deus.
Quando nos dirigirmos a Deus, devemos fazê-lo dentro da maior humildade, pois não são as promessas labiais que nos salvarão, mas a completa obediência aos seus mandamentos.
III. Lembrai-vos de santificar o dia do sábado.
Santificar o dia não é fazer dele uma idolatria, pois Jesus já nos ensinava que o sábado foi feito para o homem e não o homem para o sábado. Quer dizer, devemos prestar homenagem, reverência a Deus, mas não precisa ser exclusivamente no sábado.
IV. Honrai a vosso pai e a vossa mãe, a fim de viverdes longo tempo na terra que o Senhor vosso Deus vos dará.
A dívida para com os nossos pais é impagável. Não podemos lhes retribuir a nossa própria vida. Por isso, devemos respeitá-los e dar-lhes toda a nossa atenção. Não importa se são bons ou maus. A ingratidão dos filhos para com os pais não tem fundamento lógico: será que estaríamos escrevendo essas linhas se eles não nos tivessem dado a oportunidade da reencarnação?
V. Não mateis.
O ser humano não tem o direito de tirar a vida de quem quer que seja, pois ela pertence ao Criador. Aliás, não somos donos nem do nosso próprio corpo, que é um empréstimo de Deus para que possamos desempenhar as nossas funções aqui na Terra.
VI. Não cometais adultério.
O adultério não deve ser visto apenas como fornicação. O seu sentido é mais amplo, e deve ser estendido a todos os atos de nossa vida. Jesus já nos alertava sobre o pecado pelo pensamento, pois tudo começa com uma simples idéia.
VII. Não roubeis.
Há diversos tipos de roubos: de dinheiro, de coisas, de objetos. Há também os roubos de tempo, do sossego e da quietude do próximo.
VIII. Não presteis testemunho falso contra o vosso próximo.
Cada um de nós pode ser o próximo que está recebendo falso testemunho. Será que gostaríamos que isso acontecesse conosco?
IX. Não desejeis a mulher do vosso próximo.
Desejar a mulher do próximo tem muito a ver com o adultério. Educar o pensamento e os sentimentos é o ponto chave. Mesmo assim, convém não nos deixarmos influenciar demasiadamente pelos meios de comunicação de massa.
X. Não cobiceis a casa do vosso próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu asno, nem qualquer das coisas que lhe pertençam.
A inveja é o maior dos males. Jesus ensinou-nos de que devemos ser nós mesmos. Ele dizia: "Sê tu mesmo, desenvolva a tua personalidade". Sigamos o nosso caminho. O que iremos ganhar andando pelo caminho traçado pelos outros?
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